Jemilly 13/12/2022
culturalmente fantástico, a mente de Nnedi é uma obra prima
Nnedi Okorafor, com toda certeza, é uma das escritoras mais imaginativas que já conheci, seu trabalho sempre é culturalmente rico em referência e detalhes do Africanofuturismo ? como ela se refere às suas obras que tem como palco principal a África, fazendo dela e sua cultura cenário principal de suas histórias. O segundo livro da Trilogia Akata, Guerreira Akata, supriu minhas expectativas e respondeu muitas perguntas que o primeiro livro deixou sobre o mundo das pessoas-leopardo, ao mesmo tempo em que aprendemos um pouco sobre os costumes e cultura nigeriana de maneira natural.
"... mas não queria irritar a sua mentora ainda mais do que já havia irritado com a audácia de quase ter morrido."
Sunny, agora com mais de um ano depois de ter se descoberto uma pessoa-leopardo, ainda tem muita coisa para descobrir desse mundo à parte, e acaba sendo envolvida em mais missões, algumas por escolha e outras pelo destino. Ela está mais poderosa e se mostra capaz de enfrentar qualquer consequência por aqueles que ama.
"As pessoas-leopardo podiam ser impiedosas, especialmente em se tratando de seguir certas regras. As malditas regras."
Ela cresceu absurdamente como personagem aqui. Sunny mostra um lado dela, às vezes, não tão bom, mas necessário e poderoso, ao mesmo tempo se mostra vulnerável, me faz querer proteger, e ter raiva das regras severas dos leopardos, e do tratamento que recebia por ser Albina, me peguei sentida com algumas coisas da vida dela que só aconteceram por ser diferente, bem antes até de se descobrir uma pessoa-leopardo.
"Por que tem sempre que ser pelo fato de eu ser albina?, pensou ela. Eu nunca faço nada de mal para ninguém, e ainda assim eles pensam que eu sou má."
Gostei também que nesse segundo livro se desenvolveu mais a relação da Sunny com os irmãos, principalmente Chukwu, que tem uma participação importante para a história, fazendo Sunny tomar uma decisão que movimenta tudo.
"... Sunny sabia era que ela gostava de estar perto de Orlu, e eles frequentemente se davam as mãos. Além disso, às vezes, ele colocava o braço em volta dela. Ele era o amigo que estava sempre em sua mente."
Seu grupo formado por ela, Orlu, Chichi e Sasha estão cada vez mais unidos, tirando alguns estremecimentos entre Chichi e Sasha, por conta de um ?triângulo? amoroso que envolvia Chukwu. Confesso que em muitos momentos achei Chichi insuportável, que só conseguia ficar feliz com os dois brigando por ela e não tinha vontade de esclarecer nada a ninguém, mas logo eu já estava de amores por ela novamente (risos). Eu também conseguia
enxergar nos pequenos detalhes a amizade carinhosa entre Sasha e Sunny. Na relação entre ela e Orlu talvez eu tenha esperado mais por ser interesse amoroso, não em questão de toque por eles serem muito novinhos ainda, mas em relação de mais pensamentos de Sunny pela sua paixonite, mas teve alguns momentos fofos que super compensaram.
"Quando as pessoas estão confusas, às vezes elas se tornam más e violentas. Me pergunto se isso tem alguma coisa a ver com o que vi na vela. Confusão."
A dita ?luta final? foi melhor construída do que a do livro anterior, o livro em si não é algo apressado, a autora trabalha bem o desenvolvimento, e teve muitos outros ganchos para o próximo e último livro da Trilogia Akata. Muitos mistérios sobre cada um dos quatro amigos ficaram para ser esclarecidos, o que me deixou bastante curiosa, estou ansiosa demais para ler. Já sabem, indico muito!