Agora agora

Agora agora Carlos Eduardo Pereira




Resenhas - Agora agora


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Aléxia 02/02/2023

Uma história extra-oficial do Rio de Janeiro
“Os grandes inventores da cidade do Rio de Janeiro rufavam tambores”, diz uma crônica do Luiz Antonio Simas.

Agora Agora é dividido em três gerações de Jorges Ferreira cujas vidas ajudam a contar uma história extra-oficial do Rio de Janeiro. A frase do Simas ecoou pra mim especialmente com o primeiro deles, o avô, trabalhador braçal, filho de ex-escravizada e fundador de um clube que mistura todas as culturas marginalizadas que formam a alma carioca.

As gerações não são contadas de forma cronológica, mas se misturam temporalmente. A influência que a autoridade - paternal, mas também de instituições externas - causa na formação de cada um é muito interessante, e vejo que contribui pra entender como chegamos a essa realidade caótica e polarizada que é própria do Rio de Janeiro, mas que também espelha o Brasil.

Não por acaso, o livro me lembrou da relação entre pai e filho de O Avesso da Pele, e dos traumas gerados pelo racismo no exército de Marrom e Amarelo.

Não poderia encerrar sem falar que o tratamento de linguagem desse livro é uma delícia. A ironia fina do discurso anti-PT e pró-Bolsonaro arraigado nas instituições militares ressoa com os acontecimentos do 8 de janeiro.

Agora Agora é o livro mais recente do Carlos Eduardo Pereira, e me deu muita vontade de ler outras obras dele!
Viniciuse009 10/03/2023minha estante
Além deste romance, ele tem "Enquanto os Dentes", uma maravilha de forma-romance. Muito bem construída. Estas são as duas obras dele.




leiturasdabiaprado 29/06/2023

O peso do racismo através de três gerações, três Jorges, avô, filho e neto, cada um vivenciando suas dores e lutas!
Confesso que ler o racismo dentro da escola de formação dos cadetes da Aeronáutica foi pra mim a pior parte!
Paralelo a isso temos partes de esperança e de construção de espaços seguros também, como a criação de um clube recreativo apenas para negros, a paixão pelas escolas de samba!
O livro também perpassa pela violência policial somada ao racismo, um tema tão recorrente e necessário!
Uma obra para ler e sentir incômodo, aquele incômodo que nos mostra que ainda temos muito para caminhar na construção de uma sociedade antirracista!
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Flavinha 14/11/2023

Enredo solto, não consegui me conectar com os personagens e muito menos com
a história. Mas a curiosidade me fez terminar o livro.
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Toni 18/04/2024

Leituras de 2023

Agora agora [2022]
Carlos Eduardo Pereira (RJ)
Todavia, 2022, 216 p.

Semifinalista do prêmio Jabuti deste ano, "Agora agora" poderia ser chamado de um tour de force, se essas expressões gringas cafonas tivessem ainda qualquer valor ou se ainda carecêssemos de termos estrangeiros para falar do que é nosso. Troquemos, então, o francesismo por algo mais brasileiro: o romance é uma viagem interior arretada, tanto no que diz respeito à construção formal, quanto aos desdobramentos da narrativa. Um livro em que título e epígrafe anunciam um paradoxo incontornável: todo viver agora, no presente, é uma justaposição de camadas do passado — muitas vezes construído pelo encadeamento de micro e macro violências.

As trajetórias de 3 homens negros de uma mesma família, pertencentes a gerações diferentes, ao longo dos séculos 20 e 21: esta seria, trocando em miúdos, uma sinopse possível para o livro. Três Jorges — avô, filho e neto — são narrados por este último em seu aniversário de 45 anos (idade-marco na vida dos protagonistas). O avô era maquinista, filho de ex-escravizada, dono de um bar só para pretos, pugilista com um pendor para o teatro. O segundo, Jorge Filho, trabalha como encarregado de obra em uma empreiteira e como faz-tudo (eletricista, pintor, pedreiro etc) nas folgas e finais de semana. Sua verdadeira paixão, no entanto, é por sua escola de samba Unidos da Saudade em Nova Friburgo, e pela tradição carnavalesca do Rio.

Por fim, Jorge Neto, o narrador responsável por articular aquelas 2 vidas e a sua, é um professor que resolve não trabalhar ou sair de casa neste dia em que completa 45 anos. Em meio a um caudal de notícias e fatos que reproduzem no presente da narrativa sensação análoga àquela urgência exaustiva que nos acostumamos a encarar com preocupante normalidade, Pereira constrói outras leituras dessa urgência social, moldada, na verdade, por traumas sistêmicos e pactos desumanizadores escancarados. Não há nada latente em “Agora agora”: seu pulso é premente e firme. Ao narrar a depressão do homem negro brasileiro, fala também das injustiças e da tristeza profunda sobre as quais nosso presente se alicerça.
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Talita | @gosteilogoindico 16/06/2023

Não consegui me conectar com a história e nem com os personagens. Não entendi muito bem o sentido, achei o enredo solto e um pouco sem sentido.
Algumas partes foram relevantes e com um humor ácido, o que me motivou a finalizar a leitura.
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leandro_sa 16/11/2022

Sutilezas profundas
“Agora Agora” é uma história composta por sutilezas que dizem muito, se observadas com atenção. O romance de Carlos Eduardo Pereira é protagonizado por Jorge Neto, um professor que, depois de se cortar enquanto faz a barba, decide que não vai sair de casa e passa a refletir sobre a própria vida, mas também sobre a de seu pai e de seu avô. A partir de uma premissa simples, a narrativa mostra sua profundidade ao apresentar, com sua dicção muito bem construída, diversos episódios na vida de três gerações de uma família negra no Rio de Janeiro. A relação com difíceis condições de vida, o samba e a arte como elementos de sobrevivência, o trabalho excessivo para dar dignidade à família, a tentativa de construção de um futuro melhor por meio da educação, a hostilidade e as violências (física e simbólica) do ambiente militar. Esses e outros temas são abordados entre as dores e delícias desses três personagens. Sem dúvida, uma das minhas grandes leituras do ano.
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Vitor 07/02/2023

Agora Agora e parece que sempre
Três gerações e em comum o racismo, a crueldade? A vida crua, ríspida. Carlos Eduardo Pereira nos apresenta uma história que incomoda na estética da escrita, exatamente com a intenção de causar o desconforto.

Num caleidoscópio de memórias, somos sugados pelo personagem narrador. Tão cru e ao mesmo tempo tão cheio de camadas, dado o passo da história que vai nos apresentando a seus antepassados.

Real, atual, antiga, verossímil, trágica, cotidiana? Assim adjetivo a escrita e a história de Agora Agora
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Fabi 24/09/2023

É sobre racismo e, portanto, é triste e revoltante. Narrativa sobre três gerações de Jorges, que sentem na pele o peso da discriminação racial.
Não me agradou o estilo da escrita do autor neste livro.
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