spoiler visualizarVanessa 10/03/2024
A poesia ?estruturada? ainda não me pegou.
Passar pela dor nos torna competentes pra descrever e isso ficou claro na primeira metade do livro.
A forma como Bruna descreve só é sensível aos olhos de quem já passou, e isso é acolhedor, de certa forma.
O torpor da dor torna as etapas do luto do fim de uma relação um passeio pelas horas infinitas de não querer mais sentir nada, nem o peito, nem os sentimentos nem os pensamentos. De só querer ser uma partícula minúscula flutuando no ar tranquilo de um lago no pôr do sol.
A segunda metade, quando se sai do buraco profundo de tristeza, autopiedade e lamento, Bruna adentra no reconhecimento, compaixão e gratidão, então enxerga tudo o que temos e o valor dos que realmente merecem nossos olhos e células, que fizeram e fazem de nós seres únicos que não precisam de ninguém pra ser completos. São as pessoas que nos amam com atitudes e não com palavras vazias.
Apesar de ler pouca poesia em forma de versos, é legal passear pela dor do outro e perceber que não estamos sozinhos quando vivemos esses momentos. E todo mundo passa por isso ao menos uma vez na vida.
Ainda mais incrível é ver de fora que existe, pra tudo, etapas necessárias pra gente evoluir? E que é clichê, mas se você se permite amar a si mesmo, tudo passa.