Emanoel 23/09/2022
"Aos probos, os louros; aos perversos, a morte!"
A frase proferida por Ablon, o Anjo Renegado — e posteriormente por Baturiel, O Honrado — foi a frase que marcou (para mim) a fase mais emocionante em A Batalha do Apocalipse. Esta é a segunda obra que leio de Eduardo Spohr (li anteriormente Santo Guerreiro: Roma Invicta), e é impressionante o quanto o autor quase nos motiva a desembainhar uma espada e partir à guerra contra demônios e anjos perversos.
A trama se passa entre o céu, terra e o inferno. Ablon, um querubim renegado expulso do Paraíso pelo tirânico Arcanjo Miguel, após uma revolta contra uma ditadura do príncipe dos anjos. Com outros renegados, o nosso protagonista caminha pelo planeta fugindo e escondendo-se, durante milhares de anos, das forças de Miguel, que desejam exterminar de uma vez por todas as forças dos Anjos Renegados. Até que um dia, nosso herói recebe uma proposta de aliança de Lúcifer, a Estrela da Manhã e senhor do Sheol, para lutar contra as forças do Arcanjo no dia do acerto de contas — a Batalha do Apocalipse.
Eu já admirava por demais a escrita e o modo como Spohr leva suas histórias. Quando li Santo Guerreiro: Roma Invicta, sentia-me nas batalhas, envolvendo-me profundamente com a história do herói e até criando admiração pelo protagonista. Com Ablon não foi diferente.
Além de admirar o protagonista, você abraça a sua causa e abraça a sua história. Deseja lutar ao seu lado e torce sempre para que nosso herói nunca pereça. Vibra, lendo, a cada peleja que o renegado se envolve, comemorando cada vitória e sentindo profundamente por cada queda.
O que mais admiro nos textos de Eduado são como são descritas as cenas batalha. Honestamente, abre-se um pequeno estádio de futebol na minha cabeça, enquanto entre asas e espadas, guerreiros determinados e apaixonados por uma causa, partem para a batalha sem medo da morte.
Vemos também que Ablon tem uma história milenar com Shamira, a Feiticeira de En-Dor, onde vemos desenvolver uma relação de amizade, afeto e amor. Nesse ponto, também, a Batalha do Apocalipse sai-se muito bem em nutrir, no coração do leitor, um sentimento de esperança. Além, de como dito antes, apegar-se a causa do protagonista, nutrindo um sentimento de justiça.
Sobra essa edição, apenas uma coisa me incomodou: a parte gráfica.
Em algumas partes, o texto aparece quase apagado. Há alguns erros (quase imperceptíveis) no texto, mas provavelmente foram causas no momento da revisão textual. Mas nada disso tira a qualidade da obra.
Recomendo fortemente — e na realidade eu não precisava citar isso. A Batalha do Apocalipse é um livro indispensável para os fãs de fantasia. Sem sombra de dúvida, você vai se apaixonar por esse livro.