Jeremias: Estrela (Graphic MSP)

Jeremias: Estrela (Graphic MSP) Rafael Calça




Resenhas - Jeremias: Estrela (Graphic MSP)


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Samuel539 03/01/2024

"Magia existe, e você vai crescer quando entender."
Acompanhar o Jerê crescendo não tem preço. Essa HQ poderia ter umas 500 páginas e eu ficaria admirando todas elas um montão de vezes, até porque não gostaria de perder nenhum detalhe. Desta vez temos a companhia de Milena, uma estrela, que ajuda Jerê, outra estrela, a ajudar mais uma estrela, porém esta está sendo apagada... por injustiça. Eu fico arrepiado só de lembrar. Leiam, vai valer a pena cada quadrinho hehe.
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Toni 18/04/2024

Leituras de 2023

Jeremias: Estrela [2023]
Rafael Calça (SP) e Jefferson Costa (SP)
Panini, 2023, 98 p.

Este é 3° volume das histórias de Jeremias pelo selo Graphic MSP, um projeto que me deixou muito fã do trabalho de Calça e Costa (os lançamentos anteriores, “Jeremias: Pele” e “Jeremias: Alma” já foram resenhados por aqui). Neste “Estrela”, somos apresentados a um Jeremias que acaba de receber um prêmio literário para jovens escritores, um pequeno griô que segue a trajetória iniciada em “Alma”, mas que agora se vê confrontado com a complexidade inerente ao ato de se contar histórias e seus muitos usos: seja para “expropriar e ressaltar o mal”, seja para “empoderar e humanizar”, nas palavras de Chimamanda Adichie.

Diferente de “Pele” e “Alma”, focados, respectivamente (mas não exclusivamente) no reconhecimento de si e na descoberta da ancestralidade de afrodescendentes brasileiros, “Jeremias: Estrela” se volta ao cuidado do outro, ao impacto social nos moldes da muito citada frase de Angela Davis, proferida na Bahia em 2017: “Quando a mulher negra se movimenta, toda a estrutura da sociedade se movimenta com ela.” É nesse sentido que Jeremias, acompanhado de Milena, busca reacender o brilho interior do jovem fotógrafo Isac, perseguido e injustamente enquadrado como pária social por conta de fofocas e publicações rac1st4s. Contando com a ajuda da jornalista Márcia, Isac retoma para si sua história até então narrada por outros. Afinal, “ninguém é só uma história, mas se forem contar, que contem direito”.

Chama a atenção, ainda, neste volume, a opção por uma narrativa repleta de cortes bruscos e subentendidos, como se o conforto da linearidade e das lacunas bem preenchidas tivesse ficado para trás, junto à infância do protagonista. Esse recurso, que se manifesta tanto no texto quanto nos painéis da HQ, reflete a citação de Martin Luther King apresentada na última página da história, sobre a impossibilidade de escaparmos à teia inter-relacionada a qual todas as pessoas estão presas. Somos, com efeito, livros escritos por várias mãos, mas não podemos deixar que a luz que ilumina a leitura venha de qualquer outra estrela que não a nossa.
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