spoiler visualizarCamila.Mendonca 14/02/2024
"Os outros são os outros. Nós somos os Florio."
Que trilogia ?????
Acabei em lágrimas e já sentindo muita saudade dessa família e dessa história que me envolveu tanto!!!!! Meu Deus! Eu amei muito, muito mesmo!!!
A escrita da autora nesses três livros nos leva a lugares inimagináveis. Foi incrível me envolver em cada negociação e drama familiar. Os altos e baixos dessa família tão cheia de garra e determinação, que são passadas de geração pra geração, e permanecem, ainda que bem lá no fundo, até com as gerações mais novas e que não conheceram o real suor do trabalho.
Giovanna!!! O que dizer? ? Que maravilhosa. Doou tanto de si pro Ignazio e pros filhos, mas no final ficou sozinha. Morreu sozinha apegada às lembranças daqueles que tinham partido muitos anos antes e acredito que somente nesse momento ela pôde se sentir em paz. Triste que ninguém se mexeu pra fazer companhia, mas pelo menos ela teve a Maruzza, companheira incrível (também fiquei muito feliz com o casamento dela com o diretor da Igiea).
Sobre Igiea e Giulia, filhas de Ignazio e Franca, não poderíamos esperar muito coisa, né? Criadas em berço de ouro e sempre muito mimadas. Pelo menos cuidaram dos pais até o final e acolheram no momento de maior dificuldade.
Giulia Trigona, foi muito triste a sua morte (esfaqueada pelo amante). Já o Romualdo era um péssimo marido, mas um amigo muito bom para o Ignazio, e também sofri a sua morte.
Giulia Di Trabia, meu Deus, quanto sofrimento ? daria tudo pra um livro só sobre a história dela! Bem que a Dona Ciccia (maravilhosa) avisou que a trajetória dela não seria fácil. Perdeu um filho bebê, lidou com a sogra bruxa, um casamento sem amor e ainda perdeu os outros três filhos adultos pra guerra. As outras duas filhas casaram bem e ficaram responsáveis por espalhar o nome e a história da casa Florio, como dito pela autora nas notas ?? O marido, Pietro, também morreu e a casa foi bombardeada na 2ª guerra. Mulher fortíssima!!
Ignazio, Ignaziooo!! O que dizer?? Passei tanta, mas tanta raiva nesse livro! No início, acreditei que ele mudaria pela Franca, achei lindo o amor dos 2, mas depois foi só ladeira abaixo. Ele nunca quis descer um degrau, só pensou em diversão e deixou os negócios em segundo plano. Deu no que deu. Apesar disso, acredito que foi um personagem que amadureceu DEMAIS (acho que a guerra teve grande parcela nisso) e que os antepassados teriam ficado orgulhosos no final. Se deu conta tarde demais, mas não abaixou a cabeça e fez de tudo pelo nome da Casa Florio, tanto que jamais houve declaração de falência. Teve muita garra e disposição, me impressionou muito. Amei o relacionamento com a Vera, mostra apenas o impacto da impossibilidade de divórcio à época. A Vera, como ele disse inúmeras vezes, trouxe serenidade a ele, e acredito que era exatamente o que ele precisava (não justificando todo o mal que ele fez à Franca com todas as traições).
Franca, que raiva que me fez passar!!! Infelizmente, não consegui me conectar com a personagem. Entendo a dor e sofri a cada perda dos filhos (Giovanna ?, baby boy e Giacobina), e como deve ter sido difícil abrir mão dos bens materiais, única coisa que lhe restou. Mas apesar disso, era extremamente preconceituosa e mesquinha. Sempre tratou mal os empregados e tinha horror aos que estavam em situação de pobreza. Sempre focada na aparência e mesmo após a morte dos filhos, nunca foi capaz de se colocar um pouquinho de lado e priorizar as filhas que restaram (ela falava que não aguentava mais nenhum tipo de dor, nem das filhas). Ao contrário dos outros personagens, a Franca não evolui e fica presa em um passado que impossibilitou a conexão e empatia, presa sempre a itens supérfluos e que só me dava nos nervos. Achava que o mundo girava ao seu redor e que nenhuma dor seria maior que a dela (como dito na narrativa). Foi totalmente alheia às desgraças da guerra.
Ao contrário do que diziam, acho que ela e o Ignazio eram iguais e por isso tinham tantas desavenças (não justificando as atitudes do Ignazio). Ambos extremamente egoístas. Como dito pela Giovanna no início, eles não sabiam o real propósito do casamento (companheirismo, etc) e focaram apenas nas aparências.
Além disso, acho que a maldade dela era de índole, porque a Giovanna também nasceu em berço de ouro e sempre lutou pelos desfavorecidos (ex, a cozinha comunitária pra alimentar famílias desamparadas).
No final, Ignazio voltou pra ela uma última vez (Vera teve uma crise de consciência e religiosidade após perder o filho), ela mais uma vez o perdoou e permaneceram juntos até a sua morte.
Vincenzo ?? No início, achei que iria me decepcionar muito, porque só se mostrou mimado, ainda mais que o Ignazio. Mas apesar disso, foi quem teve ideias inovadoras e fez a Casa se manter por mais tempo. Assim como o avô, enxergava a frente do tempo. Amei que ele sempre se interessou por mulheres fortes e livres. Sofri muito com a perda da Annina, ele cuidou tanto dela ? mas no final encontrou uma companheira pra vida e manteve a casa criada pelo avô, na aranella, cuidando do irmão!
Amei as tratativas relacionadas à guerra, apenas mostraram que os ricos não tinham lado, a não ser o deles. Pobres trabalhadores.
O mais especial é que o principal medo era que a linhagem se acabasse pela falta de herdeiros, mas os florios nunca foram esquecidos!! São lembrados, estudados e admirados até hoje. Esse é um legado de muito prestígio e admiração. A força do império criado reinou.
AMEI, AMEI, AMEI!!!! Vou levar essa história pra vida. ????????