Duda Mel @epifania_literaria 08/02/2024
Um conto que une distopia, fantasia e Carnaval
"Nossas luzes brilhavam bem sozinhas, mas, juntas, podiam muito mais."
Resenha:
Um conto pela capa e traz uma história com potencial, pois vai além de mais uma narrativa sobre Carnaval.
Somos apresentados a uma realidade distópica que se passa em 2095, na qual uma pandemia matou 7% da população e 18% dos sobreviventes ganharam habilidades especiais. É aqui que somos apresentados ao toque de fantasia que é fundamental para o desenrolar da história.
"Sobreviver a tempos sombrios como aqueles requeria discrição e esperteza, e era por isso que eu me movimentava tão sorrateiramente."
Sentimos desde o começo o susto de Joana andando na rua, o medo de ser capturada e assassinada por ser diferente. O preconceito não é apenas quanto a casais homoafetivos, mas seus dons também causam medo. Logo, a retalhação se faz resposta à possível ameaça.
Tudo o que Joana queria era curtir o Carnaval junto de suas namoradas, Samira e Carla, no esconderijo secreto de seu clã, a resistência. Entretanto, imagina-se que não será tão simples assim.
Foi meu primeiro contato com a escrita da Vanessa. Uma leitura intrigante e bastante satisfatória. Fugiu da receitinha de bolo de um conto romântico que inicialmente veio à mente.
Além de desfrutar de uma boa escrita, conseguimos entender o contexto apresentado pela autora e sentimos o medo dos personagens, assim como a esperança, amor, sororidade e resistência capazes de criar e vencer o breu.
Cumpre bem com a proposta de conto, todavia admito que o universo criado pela autora me fez desejar por mais desse trisal sáfico encantador e o futuro do Clã das Luzes. Avante, resistência!