Jenni 27/03/2024
"Os traumas do passado vão assombrar o presente..."
No livro "Além do Instinto", somos imersos novamente na vida tumultuada de Tiphaine e Sylvain, um casal que parecia destinado a se reerguer após um passado repleto de sombras e tragédias. Com quase duas décadas de união, enfrentam agora o desafio complexo de lidar com Milo, seu filho adotivo de quinze anos, cujo passado envolve memórias nebulosas e uma série de lacunas que ele começa a questionar.
A trama se complica ainda mais com a chegada de uma nova vizinha, cujo filho de sete anos revive lembranças dolorosas da tragédia que assolou a família. A antiga residência, palco de acontecimentos trágicos, agora é habitada por esses estranhos, e sua presença misteriosa desencadeia uma avalanche de lembranças e emoções enterradas.
No entanto, ao contrário das minhas expectativas, o livro não conseguiu manter o mesmo nível de suspense e tensão psicológica do primeiro. Em vez disso, recorre a cenas de violência explícita que foram a única coisa que me deixaram curiosa com o final, o que acaba resultando em uma narrativa mecânica e desprovida da fluidez que caracterizava o estilo da autora.
Os personagens, que antes pareciam complexos, agora se transformaram em caricaturas de si mesmos, competindo para ver quem consegue ser mais irritante e insuportável. Os conflitos familiares se tornam exagerados e superficiais, deixando de explorar as nuances das relações humanas que tanto me intrigavam no primeiro livro.
No final, o desfecho do enredo deixou a desejar, parecendo mais uma tentativa de criar uma reviravolta forçada do que uma conclusão satisfatória para a história. Em suma, "Além do Instinto" falhou em capturar a essência do seu antecessor, me deixou com uma sensação de decepção.
?"Um instinto de sobrevivência mais potente do que tudo, os princípios, a moral e a consciência."