Resenhas - A mulher em mim

Dedê 17/03/2024

#FreeBritney
Confesso que não iniciei esse livro de forma espontânea, e sim, por que o Skeelo o inseriu no clube de leitura de março, e agradeço muito por tê-lo feito.

Logo no começo, fiquei sem ar lendo os relatos de uma estrela mirim e tudo o que vivenciou tendo fama tão jovem. É impossível não se indignar com tudo o que os pais fizeram com ela e como a trataram antes mesmo dos 13 anos de curatela, e principalmente durante ela.

O senso comum nos faz fechar os olhos para os abusos cometidos por pais, por supostamente eles serem as pessoas que nos trouxeram a vida e que por esse motivo sempre nos querem bem. Muitos pais não amam os filhos, são manipuladores, abusivos e tóxicos, mas para as pessoas que consideram a família uma instituição sagrada, é como se fosse um crime falar abertamente sobre isso e não querer contato.

Sinto muito por esse silenciamento de quase 40 anos que os pais da Britney a impuseram, e como eles conseguiram acabar com a imagem dela na mídia e fazê-la parecer uma louca e drogada quando o máximo que ela consumiu foi álcool no início da carreira. É absurdo que eles tenham a colocado na reabilitação tantas vezes por uso de suplementos, para a mídia a considerar péssima achando que era por abuso de drogas e acabar com a sanidade mental e autoestima dela, a fazendo acreditar que é má apesar de não fazer nada de errado. Também precisamos falar sobre como os profissionais da saúde envolvidos são criminosos por submeter a Britney a todas essas coisas em nome do dinheiro sabendo que ela não consumia uma gota de álcool ou drogas.

Esse livro abre um debate extenso sobre o poder da mídia na vida de alguém, do papel da família e sobre a fama. Garanto que ele supera as expectativas dos leitores em diversas formas!

Lindsey 02/05/2024

Polêmico
A frase "se você me segue no Instagram, deve ter pensado que este livro seria escrito com emojis, não pensou?", define bem o reflexo da imagem que anos de desentendimentos, confusões, problemas de saúde e interesses financeiros, criaram sobre a pessoa que já foi a número 1 do pop. Uma criança que ficou famosa cantando, que namorou e traiu o queridinho da América, depois casou, teve dois filhos, raspou a cabeça, bateu em paparazzi com um guarda-chuva, perdeu a guarda dos filhos e usou tantas drogas que o pai teve que entrar na justiça para tomar conta de toda sua vida. Foi isso que a mídia divulgou incansavelmente. Mas segundo a própria, a história é completamente diferente. Uma criança que vivia num lar problemático, que ficou famosa muito cedo. Que aos 19 anos foi obrigada a fazer um aborto pelo queridinho da América, que a traia descaradamente e que terminou com ela por mensagem. Que casou por amor e por solidão, mas com um cara muito interesseiro. Que sofreu grave depressão pós-parto e perdeu a guarda dos filhos pra esse mesmo cara que a abandonou grávida do segundo filho. Não o bastante, apareceu outro interesseiro, o pai alcoólatra, que sempre foi ausente e que agora queria "tomar conta" da sua vida, desde seu dinheiro à o que ela deveria comer. Tudo isso antes dos 30 anos de idade! É pra qualquer um querer só usar emojis mesmo 😱. Mas mais do que contar seu lado da história, Britney prova com seu livro o alto preço cobrado pelo mundo machista e capitalista do entretenimento. "Pense em quantos artistas homens apostaram todo seu dinheiro e perderam, quantos tiveram problemas com drogas ou de saúde mental. Ninguém tentou tirar deles o poder de decisão sobre seu corpo e suas finanças.", enfatiza. O filme da Barbie é só um filme sobre uma boneca perto desse grande manifesto.

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Silvia87 18/03/2024

Respeito
Eu não imaginava que me conectaria tanto com a narrativa. Houve momentos em que, por ter aconpanhado o Justin por muitos anos, notei uma diferença de pontos de vista em relação a ele, como o comportamento em relação a amigos rappers negros e os colares e tal, como já falei aqui, por volta dos 30%.

Não tenho como ter outra opinião sobre outros fatos porque realmente não conheci os outros lados de tudo que ela conta, como o lance do aborto e as traições. Só o que posso dizer é que, por mais fã do Justin que eu seja, jamais vou passar pano pra essas atitudes (se foi como ela contou, estamos vendo o ponto de vista dela, afinal).

Quanto a todo o resto (Kevin, a família problemática), essa parte acho que foi ficando clara ao longo do tempo pra todo mundo. Uma mãe proibida de ver os filhos realmente enlouquece. Eu acho que teria feito coisa até pior do que o que ela fez. A sensação claustrofóbica ao ler sobre os 13 anos de curatela acabaram comigo. Ela merecia a liberdade e fico feliz que finalmente conseguiu.

De tudo que ela narra e pelo modo como ela conclui, acredito realmente que ela tenha um bom coração, mesmo que eu veja um outro lado lá naquelas coisas que citei, de um jeito diferente do dela. Talvez seja só uma diferença de percepções. A real é que, depois de ler esse livro, passei a respeitar a Britney muito mais do que como artista e agora posso dizer que torço genuinamente pela felicidade dela.

P.S.: minha nota se justifica mais por caráter técnico do que de narrativa. Senti que ela poderia ter escrito alguns trechos de forma melhor, menos repetitiva, talvez.