Resenhas - Casa Velha

Juliene 13/11/2023

Eu amo esse cara!
Um texto mais simples, uma história mais curta, você vai ler e vai achar que ?ok! Não tem nada demais? Mas com os dias questões vão surgindo na sua cabeça. Ler Machado de Assis vale muito a pena, esse conto/novela é um poço de ironia e realidade humana das personagens.

Maria 31/10/2023

Eu li esse livro por fazer parte da lista da UNICAMP, sinceramente eu tinha a expectativa de que seria muito chato, porém uma vez no meio da história eu acabei me engajando. Para quem nunca leu Machado de Assim (assim como eu) pode ser uma boa introdução, não é muito complexo e é extremamente rápido (eu li em algumas horinhas no dia anterior a prova).

Otavio192 31/10/2023

O bom e velho Machado de Assis
Em “Casa Velha”, de Machado de Assis, deparamo-nos com um romance que traz em si elementos da primeira fase literária do autor. Tal fase é caracterizada pelo romantismo, porém, ao mesmo tempo, pela introdução de traços realistas para a história.

Através da premissa de um amor de infância, a obra trata questões sociais à época, mas repercutem efeitos e ecos até os dias de hoje. Dessa forma, pode-se destacar como tópicos levantados pela narrativa: a possibilidade de ascensão social através do casamento e os conflitos que rodeiam essa questão, o preconceito e a discriminação social, a ideia de pureza e nobreza social, o patriarcado e sua fragilidade.

A história é contada em primeira pessoa, por um personagem narrador, que é um Padre. Um primeiro detalhe a se destacar é justamente que o narrador não tem nome. Ele apenas é referenciado como Padre ou Reverendíssimo. Isso traz em si um elemento fundamental de toda obra machadiana: os próprios detalhes.

Ao longo de toda narrativa, que inicialmente se apresenta como uma história romântica, os detalhes trazem outras nuances que direcionam o entendimento da obra para outro viés, que é justamente o da realidade. A linguagem corporal e as expressões faciais dos personagens, bem como os descritos tons de vozes em cada diálogo, tornam a narrativa mais densa e complexa, ao mesmo tempo em que tão simples e fluida.

Como pode se esperar em toda narrativa machadiana, há grandes doses de ironia do narrador e o desprezo a detalhes que o próprio considera irrelevantes à história. As dimensões de tempo e espaço correm de forma única e rápida, posto que, tanto para o autor quanto para o narrador, o mais importante não é a descrição do cenário ou do ambiente físico, mas dos eventos através das interações dos personagens e no decorrer de cada fenômeno da história, da dimensão psicológica e, de certa forma, egoísta de cada personagem.

É comum um capítulo simplesmente se encerrar repentinamente, como se não houvesse mais vontade do narrador em prosseguir a história. Ao mesmo tempo em que isso gera um corte abrupto, é uma forma de se prolongar a narrativa com detalhes desnecessários. Isso porque, tanto o autor quanto o narrador consideram que há um momento certo de se encerrar um capítulo. Dessa forma, não há espaços para divagações que possam dispersar a narrativa, seja por parte do autor–narrador, seja por parte do leitor.

Existe objetividade na escrita machadiana e na narrativa do autor–narrador, e isso, por vezes, proporciona constantes e irônicas quebras de expectativa do leitor. Quando se imagina já ter desvelado o que virá a seguir, a narrativa toma outro rumo totalmente inesperado.

Além de todos esses elementos presentes, pode-se identificar ainda hoje os ecos das reflexões e das questões sociais que Machado de Assis levanta em sua história. Não é incomum encontrarmos retratos vivos do que se lê na obra machadiana... A realidade em si e a realidade da obra são praticamente metalinguísticas.

Gabi.Neman 31/10/2023

Machado me conquistou
Finalmente, depois de 5 livros lidos do Machado, um me conquistou de verdade. Li muito rápido adoreei a história. Que padre fofoqueiro mas que bom pra história lkkkdkdkk.

phpeterparker 28/10/2023

Aquele ar machadiano repleto de sentimentos e ressentimentos
A incrível obra retrata um ambiente familiar de interior, no Brasil imperial, e em uma sociedade tradicional. Machado constrói muito bem a personalidade das personagens, traços que trazem familiaridade; repleto de sentimentos e ressentimentos, de idas e vindas, a estória é lançada ao destino, se este foi feliz não sabemos, talvez o padre soube um dia...

Mafe 22/10/2023

Machado entrega tudo, como sempre
Resenha curtinha só pra marcar que eu li: quando vi que essa história tinha poucas páginas achei que seria básica, mas Machado de Assis não decepciona. essa história entrega fofocas, relacionamento incestuoso, padre apaixonado e ainda por cima o enredo é uma alegoria à situação do Brasil saindo do Império e se tornando uma República.

Joana L. N Rocha 21/10/2023

Ler Machado de Assis é sempre uma grande experiência.

Não consigo entender como que tem pessoas que não amam seus textos; se é sobre a escrita, dá para se acostumar com a linguagem mais rebuscada da época e própria do autor, e, superado essa "barreira", é inevitável não se encantar com seus livros. Ele é um mestre com as palavras, e, ao meu ver, "Casa Velha" reitera tal afirmativa.

A história é narrada por um padre, mas o foco da história em si é o casal Félix e Lalau, filho da dona da Casa Velha e a agregada da família. Embora não seja longo, a trama nos traz reviravoltas e profundidade nas relações. Gosto como Machado parece nos teletransportar e, de fato, parece que tais personagens existam, especialmente pela complexidade de seus sentimentos e pensamentos. Tal como o padre e a D. Antônia (aliás, que personagem hipócrita!).

Livro extremamente recomendado.

Lari 21/10/2023

Machado sendo Machado
Machado de Assis mais uma vez esfregando a realidade na nossa cara.
Ainda mais ligado com o romantismo do que suas outras obras, Casa velha demonstra o podre da classe aristocrata na regência brasileira e como a busca pelo mantimento do poder supera qualquer verdade e honra.

dartres 15/10/2023

"Assim vai a vida humana: um nada basta para complicar tudo"
O livro é narrado por um padre que se vê, voluntária ou involuntariamente, envolvido num romance com vários entraves.

O interessante é que, assim como em todas as obras do Machado, o autor não dá atenção unicamente a história em si - no caso o romance que o livro aborda - mas a relação dos personagens com os acontecimentos, os sentimentos, princípios deles, moldam o caminho da trama e levam ao inevitável fim realista que abordar esses pontos traz.

Também há a construção do texto, que é fenomenal, os capítulos finalizam como novelas, deixando um conflito, uma revelação prestes a acontecer que te fazem querer seguir para o próximo.

É uma leitura muito rápida, uma história simples que é muito bem contada e ainda contém um tom crítico - apesar de não ser o foco - à política do Primeiro Reinado.

soyumve 14/10/2023

Casa velha
Casa Velha só me confirmou que um dos meus autores favoritos é o Machado de Assis. A história fala de um padre que decide escrever sobre D. Pedro I, assim ele vai se hospedar em uma chamada ?Casa Velha? onde morava um ministro que tinha relação com o ex-imperador. Nessa casa ele descobre algumas coisas sobre o rei, mas o mais importante é a relação dele com as pessoas que ali vivem, em especial D. Antônia, seu filho Félix e a querida jovem Lalau.
Eu acabei esse livro com um ar de ?quero mais?, mas, sinceramente, não tenho ideia de como esse livro poderia continuar. Parece que ele está completo, que não precisa de uma palavra a mais. Mas ao mesmo tempo ainda me parece que falta algo, que tem alguma coisa que precisava ser dita, que ainda tem questões a serem resolvidas.
A narrativa é digna machadiana e o livro é consideravelmente curto, os capítulos são razoavelmente maiores do que os de Quincas Borba entre outros livros do Machado. Eu não li nessa edição que eu marquei no skoob, mas não achei a edição que eu li no app, então marquei essa. A editora é Pontes. Achei uma boa edição.
Enfim, o livro é bom, eu colocaria em segundo lugar dos livros do Machado que eu li até agora (eu li quatro), mas quase empatado com Memórias Póstumas. De qualquer forma, vale muito a pena ler qualquer livro do Machado de Assis.

Nessa 14/10/2023

Machado tem um jeito novelesco de narrar suas histórias , tornando-as muito agradáveis e acessíveis.
Nessa história um padre comninterre em escrever sobre o Primeiro Reinado no Brasil , solicita após a morte do ministro dono da Casa Velha, acesso aos seus documentos . Assim, ele começa a se aproximar da família e dos seus agregados.
Notando que os jovens da casa são apaixonados um pelo outro , se entromete ao seu favor . Mas o desenlace pode não agradar a todos.

Gabriela 08/10/2023

Casa Velha
Pode-se dizer, de certa forma, que sou uma fã do Machado rs. Já tenho uma vasta experiência com contos dele, entretanto, 99% dos que eu já li eram de sua fase realista, então ler esse conto que traz tanto da fase romântica dele foi parte de mais uma das grandes surpresas que eu encontro nas obras dele.

Eu, muito honestamente falando, comecei esse conto esperando algo muito macabro. Principalmente depois daquele início sinistro. Mas encontrei um estilo de narrativa MUITO diferente do que eu esperava.


E falando em sinistro, apesar de não conseguir encontrar uma justificativa que endosse totalmente isso, passei boa parte da história sentido uma vibe muito de terror, no estilo de suspense daqueles filmes com iluminação ruim, cheio de jumpscare e com um assassino super sádico. Acho que veio muito do jeito que o Machado narra a descrição da Casa Velha em si, mas apesar disso a história não tem nada mórbido assim KKKKKKKKKKKKKKKK.


E sendo sincera, eu achei bem água com açúcar. Mesma ladainha clássica de briga de família, onde até mesmo o "plot" eu já saquei de cara logo nas primeiras páginas. Tá muito mais pra um novelão mexicano recheado de intrigas familiares, com direito a traição e briga por herança.

Ainda assim, é sempre muito louco ver como o Machado guia o leitor pelo caminho que ELE escolheu, e você pobre coitado só basta acompanhar cegamente enquanto ele te leva exatamente por onde ele queria.

Em MUITOS momentos o autor faz você se questionar a respeito das suas capacidades de interpretação. Várias vezes eu via o Padre falando algumas coisas e ficava: "hmmmm... Isso é meio... errr... Mas é um PADRE que tá falando. Não faz sentido isso, Gabriela, para de ser maluca. Você tá vendo coisa onde não existe!!"
E no fim das contas a coisa existia sim.

Pelo cara ser PADRE, é maravilhoso o jeito que esse narrador traz com ele muitas questões a respeito de religião, política e os dramas familiares da época. Obviamente tudo muito parcial, pela visão de mundo dele, e isso torna tudo ainda melhor.

Pro autor, a ambientação não era nada mais do que o dia a dia, mas pra Gabriela lendo isso 2 séculos depois da publicação original, me fez sentir como se eu tivesse assistindo uma série de época da Globo. Como se eu tivesse sido transportada diretamente pro período regencial, com direito filtro sépia e 500 camadas de roupa num calor tropical.



Em suma, foi uma leitura muito prazerosa. Quanto mais eu conheço sobre a escrita e os trabalhos do Machado de Assis, mais eu entendo o porquê desse mano ser o melhor escritor que já passou por esse país e cada vez mais acredito nisso também.
Unicamp sempre mandando muito bem com as listas de leitura e não poderia estar mais contente em ter tido contato com essa história!!

sofis5 04/10/2023

Achei interessante, o final me pegou de surpresa pois imaginava um felizes pra sempre e que o padre ia consertar tudo mas a reação da Lalau me pegou. Enfim, achei um livro xoxinho, me prendeu do início ao fim mas não é Aquelaaa leitura, mas é legal!!

VitAria1313 02/10/2023

Ai Lalau?..
Ler Machado e perceber sempre que é muito ruim ser pobre e vulnerável quando se mantém relações com pessoas de classes sociais muito distintas . Abusos e atravessamentos são certeiros.

Méuri 02/10/2023

Sem tempero.
História sem sal nem açúcar, bem xoxa, mas vale a pena para uma tarde tediosa, ou um período de ressaca literária, por se tratar de um livro bem curto e de fácil compreensão.