O reino deste mundo

O reino deste mundo Alejo Carpentier




Resenhas - O Reino Deste Mundo


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Letícia 07/06/2021

Sobre a luta pela independência no Haiti
O Reino deste Mundo é uma obra curta que conta, através do negro Ti Noel, as lutas do povo haitiano por liberdade e independência. O ciclo sem fim de violência e escravidão deixa feridas abertas até hoje.

A resenha completa com spoilers está no link abaixo!

site: https://desafiolivrospelomundo.com/2021/06/07/o-reino-deste-mundo/
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anarontani 02/03/2021

Mais um autor latino americano...
Esse livro, que conta desde o inicio da revolução Haitiana até quando o Haiti se tornou uma republica, se tornou um favorito!
Apesar da historia ser bem violenta e real, o autor traz na narração de Ti Noel um pouco de humanidade para os homens que viveram e que lutaram pela liberdade. Ti Noel nos conta a trajetória de escravos que invocaram sua religião e sua força para viverem livres, e a narrativa do autor cheia do real maravilhoso, como ele msm chamou, só deixa o livro mais interessante. Emocionante.
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Carlos Nunes 02/12/2020

Cheguei a esse livro, publicado originalmente em 1949, pelo escritor cubano Alejo Carpentier, quase por acaso, após uma constatação de que não conheço nada sobre a História da América Latina. E que surpresa! Apesar de curtinho, o livro trata do processo de independência do Haiti, que durou por um longo período, entre o final do século XVIII e começo do século XIX. O livro é dividido em quatro partes, e a gente acompanha um personagem, Ti Noël, que da juventude à velhice, padece das desventuras pelos quais passou o povo haitiano. No início, ele é um escravo, amigo de Mackandal, outro escravo, com quem ele discute o dia-a-dia da opressão e como seria bom serem livres. Mackandal sofre um acidente, se retira para o interior do país e passa a se dedicar ao vodu. Ele viria a ser um dos principais artífices da revolução e acabou se tornando uma figura quase mística. E por todo o livro a gente vê essa integração do vodu com a sociedade, colocado como o eixo central da motivação dos haitianos. Por conta disso, o livro é conhecido por ser um dos precursores, ou até mesmo o primeiro, a apresentar o que a gente conhece por "realismo fantástico" (que aqui é chamado de "real maravilhoso"). Ti Noël acaba participando das várias rebeliões que agitaram o país e culminaram com a tão esperada independência, mas que acabou não tendo um bom fim, pois o que ocorreu depois contribuiu muito para levar o país ao grau de pobreza do qual padece até hoje. Um livro excelente!
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Tiagofas 09/07/2020

Legal, mas chato.
História interessante, mas chato de se ler. Falta fluidez na obra.
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AleixoItalo 04/03/2020

Como dito no prólogo pelo próprio autor, o realismo fantástico é um gênero inerente ao povo latino americano, diferente do fantástico europeu que é algo propositalmente criado, é algo que faz parte da nossa natureza.
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De qualquer forma, mesmo sendo um dos precursores do estilo não encontramos aqui o realismo fantástico clássico imortalizado por Gabriel Garcia Márquez. Encontramos sim um "mágico" típico das nossas crenças e superstições, mas que não foge muito do fantástico tradicional, é na verdade um insólito mais próximo ao encontrado em Macunaíma (Ooh livro ruim!).
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O livro acompanha os eventos que levaram a Revolta de São Domingos, a revolução e independência do Haitiana, que foi a primeira república governada por negros na América Latina.
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O ponto fraco do livro é a narrativa, contada através de capítulos curtos focados em eventos esparsos que apesar de pintarem um panorama geral, não conseguem passar a grandiosidade do evento. Duas a três páginas retratam um acontecimento, que é sucedido por eventos tempos a frente.
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Esse distanciamento dos fatos e praticamente nenhum desenvolvimento dos personagens (o personagem principal nada mais é do que um coadjuvante que assiste aos fatos quase sem dar nenhuma opinião sobre o mundo) não consegue criar um mundo orgânico (típico das boas obras do realismo fantastico) e obtém pouca empatia do leitor para os acontecimentos.
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Enfim, uma obra clássica latino americana, que retrata como o continente sofreu nas mãos dos colonizadores e como devemos a eles uma história tão controversa e sofrida, mas que não envelheceu tão bem.

P.S. Se você encontrou esse livro atrás de conhecer mais sobre o realismo fantástico, não deixe de ler Pedro Páramo, o clássico mexicano que influenciou diretamente Gabriel Garcia Márquez, e que mostra o "fantástico" tal qual eu nunca mais tinha vi!!!
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Che 16/11/2018

REALISMO MÁGICO EMBRIONÁRIO
Depois de ótimas experiências com o gênero literário que ficou conhecido como 'realismo mágico', cujo auge se deu com o magnífico "Cem Anos de Solidão", decidi conhecer a origem do gênero na obra do cubano exilado na Venezuela, Alejo Carpentier.

Diferente de outros tidos como inauguradores do gênero mas que na verdade não o são (caso do ótimo "El Señor Presidente"), dá tranquilamente pra classificar "O Reino Deste Mundo" como realismo mágico. Estão lá, principalmente no primeiro terço e no finzinho, os recursos do escape para o fantástico, o mito que se funde com a história material, etc.

Mas a verdade é que o gênero ainda estava imaturo, verde, sem o domínio pleno que foi alcançado com Gabriel García Marquez e Isabel Allende. A escrita de Carpentier, mesmo sendo uma novela de pouco mais de 130 páginas, acaba se arrastando demais em um vocabulário pedante, rebuscado e hermético - no qual não sei até que ponto a tradução que li (de Marcelo Tápia) pode ter interferido.

Acaba sendo salvo como interesse de leitura pelo contexto histórico no qual o enredo se passa: a revolução haitiana da virada do século XVIII para o XIX, que expulsou os brancos franceses do poder, com menções diretas a figuras célebres como o rei negro Henri Christophe - que tem toda a terceira (de quatro) parte só pra ele. De todo modo, o saldo final é razoável, ficando bastante aquém do que eu esperava.
Eliz/@nossaliteratura 20/01/2019minha estante
A parte que você comenta sobre a história se arrastar é totalmente o meu sentimento agora que terminei o livro.
É uma leitura curta em quantidade de páginas, mas termina ficando cansativa demais.




Rub.88 13/12/2017

Independência é Liberdade
Posse. Ter algo. Ser Dono. Conquistar e pagar são sinônimos. Mas qual é o preço? Quem determinar isso? O valor das coisas e pessoas. O maior crime da humanidade foi e é a escravidão.
No livro O Reino deste Mundo de Alejo Carpentier nascido na Suíça, mas de nacionalidade cubana, é narrado o levante de escravos que rebenta na independência da antes conhecida colônia de Saint-Domingues, hoje Haiti.
O cativo Ti Noel participa do inicio do levante, que começa com a sabotagem do gado da fazenda em que sofre a labuta humilhante debaixo de pancadas e ameaças. A figura mística do escravo maneta Mackandal com suas estórias dos deuses africanos e seu sumiço messiânico dá forças ao movimento que vai crescendo, se espalhando nas outras propriedades dos brancos. A repressão é violenta e tardia. Com a revolução em pleno ápice todo ódio de séculos de servidão vem à tona. Depredação da casa grande, roubo dos objetos brilhosos, caros e inúteis, morte aos capatazes de tez morena e violações das senhoras da varanda.
Na fuga, latifundiários levaram os bens mais fácies de carregar, pois eles andam sozinhos. Ti Noel vai para a ilha de Cuba com seu mestre que o perde no baralho. A liberdade chega quando depois de mais de uma década de economias escondidas o negro comprar a si mesmo. Pegou um barco e voltou para a antiga fazenda que não passa de chão abandonado.
A terra liberta e abolida estava uma bagunça. Ex-escravos se autoproclamando reis e imperadores, queriam viver a moda francesa. Trabalho obrigatório e serviço compulsório ainda existiam. Era como o recomeço do antigo regime, mas a cor dos rostos de quem trabalha e quem manda sendo a mesma. A revolução tinha acabado agora era a busca, ou criação, da própria identidade nacional.
Este maravilhoso livro mostra o imaginário fantástico, onde os oprimidos buscam forças para encarar a realidade cruel do cativeiro. Nada me revolta mais o estomago que pensar que em algum momento da historia humana; a que passou, a atual e a que está por vir, alguém possa se achar no direito de ser dono de outra pessoa. Eu cuspo da cara de um filho da puta desses!
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none 17/11/2017

Fragmentado e Poético isso pode ser ótimo e péssimo
Narrativa fantástica latino-americana. Recortada, poética, edição com erros de revisão, ortografia.
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Fabio Martins 30/07/2015

O reino deste mundo
Em nova busca por obras latino-americanas que seguissem a vertente do realismo mágico, encontrei recomendações do escritor cubano Alejo Carpentier, do qual nunca havia ouvido falar até então, e sua obra O reino deste mundo.

Para ser exato, quando o livro foi publicado, em 1949, ainda não havia sido desenvolvido o termo “realismo mágico”, como conhecemos hoje. Carpentier classificava a sua obra como “real maravilhoso”, pois, em sua opinião, toda a história da América Latina tinha um quê de fantasia. E esse privilégio não era apenas do Haiti, onde a história é representada.

Ela narra a saga de Ti Noel, escravo negro do monsieur Lenormand de Mezy, que fazia parte da elite francesa branca que dominava o Haiti antes de sua independência. O protagonista traça o panorama da vida na região e seus trabalhos em meados do Século 18.

Surge, então, a figura histórica – e real – do escravo Mackandal, que se torna especialista em ervas, cogumelos e outros itens naturais após perder um braço em uma máquina de cortar cana. Depois de surpreender a todos e sumir sem deixar vestígios, o foragido entra em contato com Ti Noel para envenenar alguns animais de seu amo.

A partir daí, inicia-se uma onda de envenenamentos e mortes inexplicáveis, causando furor nos comandantes. A busca pelo rapaz é intensa, mas os presos diziam que nunca iria ser pego, pois se transformava em animais para se infiltrar nos locais sem ser notado. Certo dia, porém, Mackandal aparece e é capturado e queimado vivo. Suas ideias de libertação e união do povo escravo, entretanto, ficaram vivas nos o ouviam.

Vinte anos – e doze filhos – depois, Ti Noel vê estourar a rebelião de escravos no Haiti, com os insurgentes matando os colonizadores e destruindo tudo. Lenomard de Mezy foge rapidamente para a ilha de Santiago de Cuba e torna-se um bêbado inveterado. Com isso, tem que vender o escravo protagonista do livro ao jamaicano Bouckman, que depois de um tempo o concede a liberdade.

Ao voltar à sua antiga residência, Ti Noel descobre um novo Haiti, liderado por negros e mulatos com uniformes napoleônicos e costumes voltados à influência europeia, e não de seus ancestrais. Ele é forçado a trabalhar para o soberano de origem africana com ar de colonizador Henri Christophe.

A obra se desenrola a partir daí com as reflexões e desenvolvimento da história conturbada e pouco efetiva da independência do Haiti, a primeira da América Latina e que se estendeu de 1791 a 1806.

Confesso que esperava uma narrativa mais detalhada e um enredo mais encorpado, pois a história de independência do país é rica e complexa. O livro é curto e passa por todos esses acontecimentos rapidamente. Além disso, a linguagem é rebuscada e não é das mais fáceis de ler, apesar de não caracterizar exatamente um problema. A leitura vale por se tratar de um acontecimento histórico real romantizado e fiel, com traços de fantasia e relatos interessantes. Afinal, como diz o autor, “o que é a história da América toda senão uma crônica do real maravilhoso?”.

site: lisobreisso.wordpress.com
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Ronaldo 26/09/2012

As origens do Haiti independente, do ponto de vista de um ex-escravo
A história da independência do Haiti do ponto de vista de Ti Noel, escravo que no final consegue sua liberdade, mas a um preço muito amargo. Excelente livro, com um panorama dos tipos sociais e dos dramas pessoas que as revoltas dos escravos e a liberdade do Haiti - com o primeiro monarca negro da América Latina - vão tecendo. Li esta edição antiga que comprei em um sebo, mas há uma edição atual pela Martins Fontes.
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Tito 09/02/2011

A realidade mágico-histórica de um insólito Haiti.
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Aguinaldo 05/02/2011

o reino deste mundo
"O reino deste mundo" conta alegoricamente uma história terrível. Alejo Carpentier publicou este livro originalmente em 1949 e nele é descrito um tanto sobre o Haiti dos anos de sua revolução de independência, algo entre o final do século XVIII e começo do século XIX. Há um personagem que percorre as histórias do livro, da juventude à velhice, sempre padecendo das desventuras pelos quais passou o povo haitiano. O Haiti foi o primeiro país do mundo a abolir a escravidão, mas sofreu boicotes e retaliações comerciais durante décadas que o levaram a um grau de pobreza difícil de ser entendido, mesmo para quem conhece o padrão de pobreza e miséria intelecutal brasileiros. Bueno. O livro inclui uma introdução onde o próprio Carpentier apresenta seu projeto do "real maravilhoso", que conhecemos pela denominação mais comum de "realismo fantástico". Logo depois Carpentier inclui uma epígrafe de Lope de Vega. Neste ponto um sujeito já deve se considerar avisado, o que se lerá é mesmo violento. O livro é dividido em quatro seções. Na primeira rapaz escravo, Ti Noel, conhece um outro escravo chamado Mackandal que perde um braço, aprende tudo que pode sobre magia e ervas com os velhos escravos africanos, foge e organiza uma rebelião, envenando poços, animais, os senhores brancos. Com o tempo a rebelião é sufocada e Mackandal morto. Na segunda seção Ti Noel já tem muitos filhos. Uma nova rebelião acontece, organizada por um jamaicano chamado Boukman. Parte da população branca que sobrevive (entre eles o dono de Ti Noel) emigra para Cuba. A repressão à rebelião é violenta e o lider morto. O que hoje se conhece como vodou, a religião (um sincretismo na verdade) praticada por parte dos haitianos se fortalece. Nesta parte Carpentier descreve como a religião católica e os ritos pagãos se fundem e se comunham. É bem interessante. Na terceira seção do livro Ti Noel já tem um novo dono que o liberta, ainda na ilha de Cuba. Ele emigra de volta ao Haiti. O país é governado pelos negros que oprimem os negros de forma ainda mais brutal e irresponsável. O "rei" do país resolve construir uma fortaleza enorme usando a força dos escravos. Ele empareda um bispo católico nela, tem um colapso nervoso e é deposto. Na última seção do livro, pequena, como uma coda musical, os fatos da vida haitiana atingem seu aspecto mais surreal. A viúva e os filhos do "rei" deposto são exilados na Itália (com o beneplácito dos antigos dominadores franceses - que cobrarão dos novos governantes uma indenização impagável). Ti Noel volta as ruínas de sua primeira senzala e vê como aos poucos a região vai sendo visitada e dominada por mulatos, os novos senhores do país, ainda mais rapaces e violentos que suas encarnações anteriores. Ti Noel, velho e alquebrado, memória viva das desgraças de seu povo, desaparece em um lugar chamado Bois Caïman, lugar onde se realizavam as cerimônias vodou de enfrentamento ao domínio francês. Quando leio os comentários bizarros de lula e seus petistas amestrados, de um ministro da defesa que mais comporta como um napoleão de hospício e dos néscios jornalistas que tentam explicar o recente terremoto que aconteceu no Haiti percebo que a história do Brasil, se não é tão trágica como a do Haiti, gerou à semelhança deste uma elite governante patética e imoral, que nada mais faz do que tanger sem fim uma população de ágrafos imbecis. [início 28/01/2010 - fim 01/02/2010]
"O reino deste mundo", Alejo Carpentier, tradução de Marcelo Tápia, editora Martins Fontes, 1a. edição (2009), brochura 14x21 cm, 132 págs. ISBN: 978-85-61635-24-4
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