@blogleiturasdiarias 13/09/2020Resenha | PânicoAdmito que não sabia o que esperar da conjuntura do exemplar e acabei me surpreendendo. Sendo meu primeiro contato com a escrita da Lauren Oliver, gostei do que ela propôs dentro da obra.
Pânico é um jogo criado pelos jovens da pacata cidade de Carp, a fim de proporcionar maiores diversões e movimentações na localidade. Ele consiste em vencer desafios que colocam a vida em risco, e só podem ser disputados pelos alunos formandos do ensino médio que conseguirem realizar o Salto de Abertura — o primeiro desafio. Além disso, ao longo do ano os alunos são obrigados a pagar uma taxa para o jogo, que no final converte-se na premiação do ganhador e que também custeia os juízes — responsáveis por elaborar os desafios e a regulamentação. Heather e Dodge entraram na disputa com objetivos diferentes. Para eles, Pânico é mais do só uma mera competição, mas a chance de mudarem suas vida.
É interessante o quanto você desconhecer determinado conteúdo, pode influenciar positivamente ou negativamente numa leitura. O desenvolvimento de Pânico me conquistou muito mais pelo fato de eu querer descobrir quais escolhas e trajetórias seriam feitas no momento que lia, do que propriamente criar expectativas anteriores.
Ele se encaixa numa mistura de ficção realista com thriller, dentro do young adult, e acredito que um dos seus maiores objetivos é ser eletrizante e acelerado. De certa forma ele cumpre seu papel. As cenas de ação são impactantes e trazem toda a carga de suspense necessária para adentrarmos nos acontecimentos — e a forma como ele foi construído faz com que fiquemos antenados para o prosseguimento. Entretanto, se não houver uma conexão do leitor com os personagens, talvez ele torne-se massante. Em todos os capítulos temos que compreender as motivações e segredos dos participantes, cada qual com seu singular propósito. Temos uma narrativa que também traz o lado pessoal e emocional deles à tona.
"Ninguém sabe quem inventou o Pânico, ou quando ele começou. Existem diferentes teorias... No entanto, nenhuma dessas histórias está correta. O Pânico teve seu início da mesma forma que várias coisas começam em Carp, uma cidadezinha pobre de 12 mil habitantes no meio do nada: porque era verão e não havia mais o que fazer." pág. 11
Falando sobre os mesmos, eles chamam atenção justamente por se aproximarem muito de pessoas com problemas da vida real. Possuem qualidades e defeitos, erram e acertam, e é interessante acompanhar o quanto o jogo os amadurece. Como falei anteriormente, não acho que seja um grupo fácil de conquistar, mas se analisarmos a fundo, vemos que algumas das suas incertezas e receios se entrelaçam com nosso medos internos.
Tenho que elogiar a escrita da Lauren Oliver quanto as cenas de desafios. Elas são bem detalhadas, transpassando o desconforto e incomodo das ações que colocam a vida de todos em risco. Não creio que seja uma narrativa com muitas reviravoltas — pelos menos as que percebi caíram na obviedade — que são compensadas pela alta da adrenalina.
De uma forma geral, não é uma história favoritada contudo que ainda valeu a pena conhecer, até porque teremos a adaptação dela em série para a Amazon Prime! Estou curiosa em ver como será retratada!
Na parte física, a capa tem elementos que conversam totalmente com o conteúdo, e é bem representativa. A diagramação é a padrão da editora Verus, tendo detalhes nos inícios de capítulos — que são divididos por datas. Encontrei pequenos erros de revisão, todavia nada que atrapalhasse o entendimento do todo. A narrativa é feita em terceira pessoa pelos pontos de vistas da Heather e do Dodge.
"Agora restava somente um terço dos competidores. Apenas dezessete tinham chegado até a cerca: desses, dez tinham conseguido pegar alguma coisa da casa de Donahue." pág. 96
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