Rayane 11/04/2024Esse livro é tão real, que chega a ser assustador que ele ainda seja tão atual, mesmo tendo sido escrito a quase 200 anos.
Desde do início, mesmo sem saber de sua história, já achei Helen uma mulher admirável. Um dos primeiros diálogos que temos dela é simplesmente sensacional!
Gilbert é um personagem que foi me conquistando aos poucos, no começo a gente não sabe muito o que esperar dele, não promete nada, mas conforme sua amizade com Helen vai crescendo, não tem como não se apegar a ele, e sentir raiva e tristeza junto com ele.
O livro em si, é mais do que apenas um romance entre vizinhos, é MUITO mais do que isso. Esse é apenas o plano de fundo. E quando descobrimos o real sentido do livro, ficamos chocados, pois ninguém espera que a Helen tenha um passado com tanta bagagem. Quando Gilbert começa a ler o diário dela, vemos desde o início de uma afeição, para um casamento que a cada dia que passa desanda mais e mais, e nos mostra um marido extremamente narcisista, egoísta, adúltero. Não que ele não demonstrasse sinais antes do casamento, demonstrava. O narcisismo dele sempre foi evidente. Só que Helen era jovem e inexperiente, e Huntingdon um homem muito bonito e encantador.
É incrível como Anne conseguiu descrever perfeitamente o que uma mulher passa nessas situações. E Helen sempre sendo forte e racional, apesar de tudo. Admito que também gostei do Huntingdon no início, mas conforme os dias se passavam, passei a pegar um ranço dele! Ele não merecia metade do afeto que Helen sentia por ele.
Às vezes me incomodava um pouco o fato da Helen ter uma moralidade cristã muito forte, como eu não tenho, pra mim parecia um pouco fanático demais, sabe? Mas eu entendo.
O final é muito bonito, embora evidente. E tanto Helen quanto Gilbert, tiveram uma sorte imensa de encontrar um ao outro.