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Linked Albert - László Barabási




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Tauana Mariana 31/10/2012

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Através da contribuição dos dados e das descobertas de Watts (2009), porém, observando a questão dos mundos pequenos por meio de outra perspectiva, o físico húngaro Lászlo Barabási interessou-se em descobrir como essa rede funcionava e como as conexões entre elas ocorriam, ou seja, direcionou suas observações para além dos mundos pequenos. Barabási compreendeu a necessidade de entender as redes, interpretando sua estrutura e sua dinâmica de ação. Isso se mostrou relevante porque nenhum elemento que compõe esta rede age sozinho, não estão isolados, pois a rede depende da interação entre eles. Daí advém a necessidade de compreender como esses elementos interagem mutuamente. Segundo Barabási (2009, p. 6-16), os elementos que formam a rede se conectam como um “complexo quebra-cabeça”, onde vários mundos pequenos se encadeiam, uns aos outros. Na sociedade, por exemplo, o físico percebeu que todos nós participamos de um aglomerado, do qual ninguém é excluído.
No entanto, Barabási (2009, p. 30-31) necessitava de uma rede que pudesse mapear e interpretar. Ele então passou a observar a Web, uma rede de páginas e links com potencial crescimento e que a cada dia tornava-se mais popular. Suas investigações partiram basicamente da questão: “apesar dos bilhões de nós, poderia a Web ser um ‘mundo pequeno’?”. O físico percebeu que a internet tratava-se de um mundo pequeno, porque apesar de contemplar bilhões de nós, estes estão conectados a uma distância média de 19 links. Além disso, uma das principais características da rede na internet, bem como das redes sociais, é que estas não são estáticas, pois a cada dia são acrescentados milhares de novas páginas e novos links, assim como são excluídos outros.
Contudo, ao mapear a internet, Barabási (2009, p. 30-36) esperava encontrar uma rede de conexão aleatória, onde as distribuições de links seguiriam a estrutura de um sino, com alguns sites contendo poucos links a mais que os outros. No entanto, o que Barabási (2009) descobriu, ao interpretar os dados que seu robô mapeou na internet, foi que algumas páginas possuíam milhares de links, enquanto outras tinham uma pequena quantidade. O físico percebeu que havia uma discrepância entre poucas páginas muito conectadas e muitas páginas pouco conectadas. Assim, nomeou de hubs as páginas que continham um alto grau de conectividade. Para Barabási (2009, p. 146), a “Web é uma rede sem escala, dominada por hubs e nós com grandes quantidades de links”. Poderíamos afirmar que o estudo de Barabási (2009) previu que alguns poucos sites se destacariam dentre os bilhões de nós existentes na internet, o que atualmente pode ser exemplificado através de sites como o Google, a Amazon e o Facebook.
Em suas análises, Barabási (2009, p. 77-79, grifo do autor) compreendeu que os sites mais conectados tendem a aumentar sua conectividade, à medida que a rede aumenta. Os hubs são os nós preferidos dos internautas, assim, “quanto mais conhecidos são, mais links os referenciam”. Tal fato nos auxilia a compreender que uma conexão nunca é aleatória, pois a “popularidade é atrativa”. Neste caso, as redes reais são governadas basicamente por duas leis: a de crescimento e de conexão preferencial. Ao observar a internet, o pesquisador percebeu que ela cresce exponencialmente, adicionando novos nós e novos links à rede. Esses novos nós, por sua vez, preferem conectar-se aos nós mais conectados. Desta forma, quanto mais nós um link tiver, maiores as chances de ele conquistar novas conexões.
Compreendemos então, que os hubs são os elementos essenciais das redes, pois quando um deles é excluído desta, “grandes blocos de nós” desprendem-se da rede e desconectam-se “do aglomerado principal”. Sendo assim, para atingir uma rede, “não precisamos remover grande número de nós para alcançar um ponto crítico. Basta inabilitar poucos hubs para que uma rede sem escala se desintegre em pouco tempo”. Independente do tipo de rede avaliada, a retirada de hubs “desintegrará qualquer sistema” (BARABÁSI, 2009, p. 104-109).
Em suma, Barabási (2009, p. 160-197) afirma que é preciso “pensar em redes”, é preciso “entender a complexidade”, pois

as redes são apenas a estrutura da complexidade, as vias dos diversos processos que fazem nosso mundo vibrar. Para descrever a sociedade, precisamos revestir os links da rede social com interações dinâmicas reais intersubjetivas. Para entender a vida, devemos passar a observar a dinâmica reativa que se dá ao longo dos links da rede metabólica. Para entender a internet, devemos adicionar tráfego a seus emaranhados links.

Barabási (2009) compreendeu que a dinâmica das redes pode ser percebida em elementos como as células, as proteínas, a sociedade, a Web, o ecossistema, as doenças, os chips de computador, Hollywood, entre tantos outros campos. Além disso, toda a teia de redes tem os seus hubs. A partir disso, percebemos que a ciência das redes e sua complexidade é a ciência do século XXI porque todos os campos que são formados por diversos elementos, assim como os negócios ou as redes sociais, interagem e organizam-se seguindo a mesma dinâmica: uma rede que possui nós e links, onde alguns nós destacam-se consideravelmente dos demais, onde alguns aglomerados, ou mundos pequenos, conectam-se entre si, e o mais relevante, onde não há nenhum elemento isolado dessa conexão.
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