Livro das Mil e Uma Noites

Livro das Mil e Uma Noites Mamede Mustafa Jarouche




Resenhas - Livro das Mil e Uma Noites


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Regis 02/03/2023

Mais encontros e desencontros nesse segundo volume...
O segundo volume de As 1001 Noites possui contos maiores e com histórias mais bem contadas e personagens melhores desenvolvidos.
A primeiras história é para mim o Romeu e Julieta da Shopee. Com personagens caricatos que se apaixonam a primeira vista e que desmaiam a cada encontro.
Com personagens coadjuvantes muito surreais que se sujeitam a perder tudo que possuem para ajudar os jovens amantes. Dei muita risada a cada desmaio dos amantes e achei o fim bem parecido com o romance Shakespeareano, mas sem todo o romantismo da obra de Shakespeare.

A história do "Aquaman do Oriente" deu voltas e voltas sem propósito definido. Foi uma boa história apesar das muitas transformações em animais e em humanos de novo. Dei algumas risadas com os absurdos. Aqui os personagens se apaixonam de ouvir falar da pessoa. Nem é preciso ver, a descrição da garota já faz o rei ficar maluco de amor. Rsrsrs

O conto de Nucm e Nicma contado ao jovem príncipe filho de Qamaruzzamån é outra história de desencontros. Mas a idade dos jovens que cresceram juntos como dono e escrava, e que se casaram me deixou um pouco desconfortável pela pouca idade que tinham.

Já história de Qamaruzzamån e Madame Bud?r é bem mais complexa e empolgante de ler. Creio que essa seja a principal história do livro, com várias reviravoltas e muitos encontros e desencontros.

O começo com o envolvimento dos gênios no primeiro encontro dos dois é bem parecido com um conto do primeiro volume.
Algumas coisas me deixaram desgostosa no destino dos amantes. A forma que Qamaruzzamån acredita nas esposas em detrimento dos filhos foi bem nada haver.

A jornada dos dois príncipes, Ajamd e Ascad, foi completamente caricata e muito parecida com muitas outras que vimos no primeiro volume e nesse segundo também.

A Madame Bud?r me decepcionou muito. No final, as consequências para seus atos foram muito brandas para satisfazer a frustração do leitor. Imaginava um final mais dramático.

Mesmo com as limitações e repetições dos acontecimentos no livro, eu fiquei contente com esse segundo volume.
Tive mais afinidade com os personagens e seus dramas pelas histórias terem sido mais longas e com um melhor desenvolvimento.

O livro tem drama, absurdos e histórias carregadas de momentos inusitados. Recomendo a leitura.
Geovana 02/03/2023minha estante
"Aquaman do Oriente"... Boa, Regis! ?


Regis 02/03/2023minha estante
Foi o nome dado para o conto no grupo de leitura, e eu adorei.
É bem isso Geovana. ????


HenryClerval 02/03/2023minha estante
Ótima resenha, Régis. Que venha o terceiro volume.


Léo 03/03/2023minha estante
Ótima resenha, Régis.
Já tinha soltado uns risos com o Romeu e o Julieta da shopee, e não esparava por um Aquaman do Oriente. Rsrs




Alex 04/03/2023

Uma pequena melhora
Esse é o segundo volume das 1001 noites. Não farei uma resenha completa, pois ainda falta 60% da obra (+3 volumes).

Mas a título de comparação, neste volume as histórias são melhores que no volume 1, mais longas, com personagens melhor desenvolvidos e sem as infinitas sobreposições de histórias (tipo inception).

Outra coisa é que as repetições diminuem drasticamente nesse volume, e por fim, a temática geral muda um pouco. Contendo mais de islamismo e menos da magia e dos mitos orientais.

Em resumo, bem melhor que o primeiro volume, mas ainda muito aquém do propagandeado.
GiSB 04/03/2023minha estante
Gostei do comentário seu sobre história dentro de outras histórias. Haja contextualização! Eu vi o filme inception e é uma dor de cabeça ter que lembrar de situação anterior pra poder passar a uma próxima e por aí em diante. Mas pior do flashback é o flashfoward, vulgo lembrança do futuro, aí ninguém merece, né...! Mas a arte tem dessas coisas. Aí você vai precisar de fazer uma leitura anotada, caso contrário a pessoa se perde. É muito devaneio. Tenha uma excelente leitura, meu caro.


Alex 04/03/2023minha estante
Verdade Giovani. Alias em livros nunca tive a experiência com o flashfoward, mas me lembro quando introduziram isso na série Lost, a partir de então eu fiquei totalmente perdido rsss.


GiSB 04/03/2023minha estante
Vi lost inteiro e realmente a experiência é gratificante, mas precisa ficar ligado o tempo todo, caso contrário você se perde e tem de reiniciar tudo.




Gabalis 21/12/2021

Uma das jóias da literatura de todos os tempos
Levei um mês, mas finalmente terminei de ler As Mil e Uma Noites. Foi uma jornada muito curiosa e divertida. Esta foi a minha segunda tentativa de lê-lo. A primeira foi há cerca de 10 anos mas não consegui passar das primeiras páginas. Acho que não estava à altura do texto. Desta vez foi e tenho muito o que falar, espero que consiga dar uma ideia geral da coisa toda e como foi proveitoso. A própria história de publicação e difusão do texto é uma aventura à parte . Esta vai ser uma postagem longa, vou tentar não bagunçar muito.

O livro é chamado As Mil e Uma Noites, mas por muito tempo ele teve apenas cerca de 300 noites. Essas histórias "centrais" da Noites estavam circulando aparentemente desde o século oitavo, talvez sejam ainda mais antigas que isso. Com o passar do tempo, o título serviu como uma espécie de profecia auto-realizável,pois as pessoas começaram a desejar que o conteúdo batesse com o título, e então escribas de todo o mundo árabe começaram a inserir histórias de outros livros em uma tentativa de completá-lo. Isso continuou por centenas de anos, cada escriba criando sua própria coleção de Noites. Versões de escribas egípcios têm mais histórias sobre reis e cidades egípcias, por exemplo. Os que estavam em Bagdá geralmente tentavam incluir histórias sobre o califado Abássida e assim por diante. No século 18, o livro chamou a atenção de um estudioso chamado Antoine Galland, que o traduziu de um manuscrito sírio, que são as histórias centrais, originais das Noites, e fez sua própria seleção de manuscritos egípcios. Pegou também alguns contos de um contador de histórias maronita que conheceu em Paris chamado Hanna Diab. Curiosamente, duas das histórias mais famosas que conhecemos, Aladim e Ali Babá e os 40 Ladrões, são de Diab e não são encontradas em nenhum manuscrito. Galland publicou sua versão em 12 volumes de 1704 a 1717 e logo se tornou uma espécie de versão “canônica” da obra. Estou escrevendo aqui apenas uma versão curtíssima da história por trás do texto, na verdade, cada manuscrito tem uma longa e complexa história e uma trilha de papel por trás dele.

Agora, quanto as próprias histórias, como você esperaria de um livro que resulta de séculos de compilações, sem um objetivo específico a não ser tentar obter histórias suficientes para chegar a 1001 noites, a coisa toda é uma belíssima barafunda e as histórias oscilam de qualidade, tamanho, tema e gênero. A primeira coisa que me surpreendeu foi quantas histórias não têm nenhum elemento fantástico. Se você é como eu, a primeira coisa que pensa quando pensa sobre as Mil e Uma Noites são os gênios, ogros e lâmpadas mágicas (apenas uma), espadas mágicas (não há nenhuma!), anéis mágicos (uns poucos) e assim por diante. Foi curioso notar que muitas histórias não tem nada disso. Muitos contos são longos ensaios cômicos. Existem muitas histórias que são simplesmente engraçadas. Também há muitas histórias de sabedoria, com provérbios, piadas curtas e assim por diante.Quanto mais fundo você vai no livro, mais claro fica a costura dos escribas, escolhendo essas histórias onde quer que pudessem encontrar e inseri-las no livro. Não esperando o caos que este livro é, mas de alguma forma funciona a seu favor. Depois de passar pelo ramo Sírio, você nunca sabe o que vai encontrar pelo caminho.

Falando em não saber o que você vai encontrar, vou falar um pouco sobre os heróis das Mil e Uma Noites, porque eles foram o maior obstáculo da minha leitura. Esses homens e mulheres não são, em sua maioria, o tipo de pessoa que você gostaria de ter no seu círculo de amizades. Para ser franco, muitos desses heróis são uns completos desgraçados. Eles não são honestos, não são bons, muitas vezes nem são neutros. Muitos deles são ainda piores do que os antigos heróis gregos, como Hércules. Se você já leu algo sobre Hércules, sabe que o chamamos de herói, não por ser uma boa figura. Na verdade, ele é um assassino e estuprador. Ele é um herói porque é um semideus capaz de grandes feitos. Já alguém como o Super-Homem é um herói porque é capaz de grandes feitos, mas também é uma figura cristã. A figura elevada e abnegada de Cristo. O personagem principal na maioria dos contos das Noites são horríveis. Digamos apenas que sua bússola moral os levaria a acabar na prisão hoje em dia.

Esses personagens têm a tendência de serem extremamente cruéis com seus servos. Eles matam, repreendem, mutilam e estupram e não pensam muito no assunto. Para ilustrar isso, recordo o que é um típico príncipe das Noites, acho que seu nome é Sayf, Barzad ou outra coisa (aliás, digo logo que vai ser comum esquecer os nomes dessa gente toda, há centenas de personagens e os nomes são todos complicados e pouco mencionado. São ditos uma vez e no resto da história eles são chamados por profissão ou posto. O príncipe, o comerciante, o porteiro e assim por diante.) De qualquer forma, este personagem, príncipe típico dessas narrativas, fica muito bêbado uma noite, observa uma escrava passando e decide fazer sexo com ela. Ela tenta fugir, mas aquele a domina e quando ela se recusa, ele estupra e acidentalmente a mata. Quando ele vê o sangue jorrar, a sobriedade volta um pouco e percebe que aquela serva é na verdade a concubina favorita do sultão, seu pai. Quando o príncipe percebe isso, foge do palácio e se esconde no deserto, numa caverna, lamentando o destino que Deus lhe deu. Ele arrepende-se, mas não porque matou uma pessoa de forma cruel, não porque ele é um estuprador sem escrúpulos. Não, ele lamenta porque matou uma das favoritas do sultão e agora está fugindo.

Isso não é incomum. Frequentemente, você verá os protagonistas desses contos mostrando o pior que a humanidade tem a oferecer e, muitas vezes, eles conseguem alcançar finais felizes. Acho isso fascinante e é apenas a ponta do iceberg. O comportamento e a moralidade de muitos desses personagens realmente me desafiaram num nível pessoal. Podia sentir minha mente tentando colocá-los em categorias pré-fabricadas de heróis ou qualquer coisa similar, mas eles se recusaram a ser classificados de acordo com esses padrões da fantasia moderna. Não digo que esses personagens sejam anti-heróis ou mesmo vilões. Eles não são as pessoas charmosas e, em última instância, redimíveis que você vê hoje em dia na fantasia. Refletindo sobre isso, apenas li sem mais nenhuma pretensão, e a leitura se tornou ainda mais fascinante. Você nunca sabe o que esses desgraçados e loucos vão fazer. São como adolescentes selvagens e cruéis.Sabe quando você lê Tolkien e clones de Tolkien e já sabe exatamente o que um personagem será? Eles são claros para você porque você e o escritor compartilham os mesmos padrões de moralidade na maioria das vezes. Você sabe como um anti-herói reage, você sabe como um herói reage. Você sabe tudo sobre o vilão antes mesmo dele estar lá.

Você provavelmente conhece o conselho do velho sábio antes que ele o diga. Não nas Noites. O velho pode aconselhar o comerciante a enganar o vizir, o vizir pode aconselhar o sultão a jogar o homem inocente no poço para evitar que sua honra seja manchada. Eles são rudes, cruéis e fascinantes. Um sujeito age de maneira heróica e corajosa num primeiro momento, mas quando percebe que a maré se volta contra ele, se joga no chão e chora como uma criança, batendo em seu peito com grande tristeza. É diferente do que você está acostumado. Consegue imaginar Aragorn arrancando os cabelos e chorando como uma criança na frente dos portões de Mordor? Este é o tipo de coisa que acontece nas Noites. Muitas vezes esses personagens se encontram em grandes aventuras, eventos lendários pelos quais só heróis seriam capazes de suportar, mas aqui o protagonista é só uma pessoa comum que está ali por acidente ou destino. Muitas vezes os personagens principais são vítimas de forças além de seu controle. É um mundo fatalista e por isso os personagens mesmos são extremamente fatalistas.

Frequentemente, você os ouvirá dizer “Não há poderio nem força senão em Deus altíssimo e poderoso”, o que é algo que você diz quando as coisas estão além do seu controle. Os povos das Noites se encontrarão em tais situações o tempo todo. Muitas vezes eles são salvos por acidente, coincidência ou sorte, Os eventos que ocorrem nas Noites realmente expressam toda a força da predeterminação e do fatalismo. Se você já leu Lovecraft, provavelmente tem alguma ideia do que estou falando. Em Lovecraft, a humanidade nada mais é do que uma coisa pequena e sem esperança em um universo muito terrível, antigo e misterioso. Nas noites você tem uma compreensão muito mais profunda disso. Nas noites, o universo tem um plano e esse plano vai contra todas as criaturas. Os homens não tem poder sobre nada. Você é impotente contra o ladrão que o mata. O ladrão é impotente contra o soldado mameluco, que o mata durante o sono. O mameluco é impotente contra o sultão que lhe corta a cabeça. O Sultão é impotente contra o Anjo da Morte, que vem e leva todos os seus herdeiros masculinos e a si mesmo. Eles são todos arrastados pelas mãos do destino e não há nada que eles possam fazer a não ser chorar e chorar muito. Existe uma quantidade extraordinária de lágrimas neste livro. Atrevo-me a dizer que é um horror muito mais eficaz do que o de Lovecraft, que parece ingênuo por comparação. Lovecraft é uma coisa imediata, você olha para a abominação e enlouquece. Nas noites, a abominação devora você lentamente e faz você assistir enquanto ela apodrece lentamente tudo o que você ama. Não é de se admirar que os personagens continuem se jogando à mercê de Deus o tempo todo.

Enfim, o medo é uma presença constante. Os momentos de medo superam em muito os momentos de coragem, compreensivelmente. Este é outro aspecto muito interessante de várias dessas histórias. O mundo está além do seu controle, o mundo e os homens e demônios são cruéis, é muito raro que as figuras povoando as Noites andem sem medo de alguma coisa. Não há defesa contra o destino. Várias histórias você vê homens tentando evitar um acontecimento apenas para ver como seus esforços são insignificantes. É em vão. Um rei é informado por geomantes que sua filha será sua perdição. Ele constrói um palácio para ela bem longe, no meio do deserto. O destino acontece e ela realmente é sua perdição. Outro rei é informado pelos profetas que seu filho vai morrer ainda jovem pelas mãos de um homem de tal e tal reino. Tentando evitar esse fado, ele constrói um cofre subterrâneo no meio de uma ilha abandonada e esquecida. Mesmo assim, o filho acaba morrendo pelas mãos daquele tal homem de tal reino. E o fulano nem queria matá-lo, foi apenas um acidente. Acidente escrito há muito tempo como destino. O destino e a sorte favorecem os bravos em muitas histórias no ocidente. Porém nas noites não é incomum que o destino acabe por não favorecer pessoa alguma. Mesmo quando a história acaba com um final feliz, o narrador não tarda em nos avisar sobre a morte. ''E assim viveram todos, usufruindo da hospitalidade do rei, até que lhes adveio o destruidor dos prazeres e a morte os atingiu a todos.''

O mundo é um lugar mágico e seus mistérios o colocam além do seu controle. Você cospe uma semente, ela atinge e mata o filho de um poderoso gênio, que quer vingança. Três velhos que passam encantam o gênio com contos estranhos e ele acaba por lhe perdoar. É quase uma lógica de conto de fadas, mas não exatamente. Acontece que sua morte ou salvação depende do destino e a você só resta torcer para que esse ainda não seja o seu dia. Nem mesmo os próprios demônios estão além do fado. Muitas vezes eles são vítimas dessas forças da mesma maneira que são os humanos.

Para cada aspecto que mencionei aqui, haverá histórias que vão contra isso. Existem personagens heróicos que resolvem situações, existem homens e mulheres que se apegam à sua coragem e prevalecem contra todas as coisas, etc. Como eu disse, são muitas histórias. Aliás devo mencionar rapidamente uma ou duas coisas sobre isso. A quantidade de histórias e o quão mal organizadas elas são. Você provavelmente sabe que as Noites estão todas dentro de uma narrativa moldura. Esse é o personagem que todo mundo conhece. Sheherazade, a filha do sábio vizir, que todas as noites conta uma história espantosa ao marido, o rei Shahryar. Até aí tudo bem, mas ela não é a única contando as histórias. Frequentemente, ela está contando a história de um comerciante que está contando uma história para outra pessoa. Essa linha de narrador narrando o que outro narrador narra facilmente embaraça.Às vezes, Scheherazade está contando a história de um comerciante contando a história de um rei contando a história de um carregador, contando uma história sobre suas aventuras no mar. Você vai se perder em algum momento e é uma sensação estranha afundar em todos aqueles contadores de histórias e seus contos. É um alívio quase físico quando você consegue chegar do outro lado.

O processo de atravessar as Mil e Uma Noites é longo e labiríntico. Um dos motivos por que estou escrevendo essa postagem é porque no final de julho desse ano saiu o último volume da tradução direta do árabe pelo estudioso Mamede Mustafá Jarouche. Embora ele tenha ganhado vários prêmios por conta dos seus esforços, eu acredito que não tenha sido o suficiente. Na minha opinião esse é um dos maiores eventos literários da história moderna da língua portuguesa e poder ler essa tradução, que aliás tem várias histórias inéditas que nunca foram traduzidas em nenhuma outra língua, é uma das jóias que recebem aqueles que sabem ler português. Os cinco volumes somados têm cerca de 2500 páginas de histórias.

Às vezes você ficará entediado, às vezes vai perceber que está lendo uma história que tem os mesmos tipos de uma história que você já leu 800 páginas atrás, de qualquer modo, são excelentes e interessantes 2500 páginas. Existe uma despretensão nessas histórias que as tornam extremamente cativantes e os seres fantásticos, as tramóias, as lágrimas e ofadário que empurra o mundo faz com que esses volumes sejam uma espécie de mina de jóias da novelística. Você nunca sabe o que vai te chamar a atenção ou que tipo de evento vai testemunhar. Se você estiver cogitando em ler alguma fantasia clone do Tolkien de trocentas páginas, tente As Mil e Uma Noites no lugar. Acho que vale a pena.
Weber16 21/12/2021minha estante
Eu te admiro muito por fazer uma resenha desse tamanho


Nalí 17/01/2022minha estante
Tô tendo uma visão mais organizada e aberta graças a sua resenha, tornou minha leitura mais prazerosa. Obrigada!




Itin | @merasliteratices 13/04/2020

E sigo minha jornada pelas páginas desse clássico universal da literatura, com histórias repletas de magia, aventura, amor e sexo!

Essa versão em traduzida direto do Árabe para o português é baseada em diversos manuscritos: As Mil e Uma Noites, não é um livro de um único autor, é na verdade um evento cultural onde vários copistas faziam suas cópias e anexavam contos populares, que eram então vendidos para a população como entretenimento e lazer.

O contexto da obra é aquele que todos conhecem: Sahrãzãd, conta suas histórias durante toda noite, interrompendo-as na aurora, para continuar na próxima noite, e assim salvando sua vida ao longo dos dias. Como esses contos são tirados de contos orais populares, provenientes do folclore árabe, suas histórias compreendem muita magia, entes fantásticos (gênios, ifrits, demônios, monstros...), reis e rainhas, desertos e mares, histórias de amor, e tudo aquilo que movimenta o interesse popular: traição e sexo.

É muito interessante ter visões diferentes do mundo e comparar as noções de estética e narrativa que variam pelas sociedades. No seu âmago, As Mil e Uma Noites tratam dos mesmos temas universais que todos os contos de fada, mas a narrativa é algo bastante insólito e claro com raízes culturais únicas. No conto da princesa Budur, a narrativa se transforma tanto (de romance a tragédia, de terror a comédia) que a impressão que dá, é que tal narrativa tenha sido criada e continuada por vários poetas diferentes. E esse sentimento permeia toda a obra.

Usar mais palavras pra descrever esse clássico é um desperdício, mas resumindo: As Mil e Uma Noites não é um romance, e sim uma coletânea de contos populares. No mais cada um precisa conferir por si mesmo a sensação que tal livro lhe traga. Uma delícia de se ler!

P.S. A versão clássica que é traduzida do Francês, não tem todos os contos e é censurada (moralista) em certos pontos!
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Van_woods 16/01/2021

Mil e umas histórias
O livro é bacana em sua essência, fiel e bem traduzido, porém a longo prazo se torna uma leitura cansativa, com histórias longas e repletas de poemas e poemas. Leitura vagarosa, realmente para se fazer em mil e uma noites.
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Camila0831 14/08/2021

Mais quatro histórias em diversas noites
Continuando o primeiro volume, temos novamente várias histórias sendo apresentadas por Šahräzäd ao rei Šähriyär, mas, diferindo do primeiro aonde cada história se desdobrava em várias outras, como uma matrioska; ocorrendo até uma possível confusão por parte do leitor ao rememorar onde começa e termina cada causo; nessa edição, temos poucas histórias sendo contadas, apenas quatro, os relatos são mais longos e em sua maioria o tempo é contínuo entre as narrativas. Houve também uma repetição de temáticas como relações amorosas, belezas semelhantes, reis e magia . Este é um bom livro e merece ser revisitado, especialmente nessa tradição e edição maravilhosas.
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Gustavo 14/07/2015

“É absolutamente imperioso” continuar
Se por um lado o segundo volume do “Livro das mil e uma noites” (São Paulo : Globo, 2006) inicia com um ritmo desacelerado em relação ao primeiro, sem tantas histórias intercaladas e interferência de Sahrazad, por outro confirma o trabalho minucioso de Mamede Mustafa Jarouche na tradução e comparação dos manuscritos para o português. Tão envolvente quanto as narrativas são as notas do tradutor; nestas podemos perceber como a escolha de algumas palavras pode ser fundamental, ora enriquecendo ora empobrecendo o sentido dos fatos, reiterando detalhes ou sutilezas. Mais extensas que as fábulas do primeiro volume, nas noites que encerram o ramo sírio vemos ‘ifrits’ e criaturas mágicas narrando fatos de um universo fantástico. Personagens choram desmedidamente, estapeiam-se nas faces até sangrar pelo nariz, arrancam-se os cabelos e as barbas, deprimem de paixão. Apesar de seus encantos, talvez este seja apenas um volume de passagem: lemos para continuar acompanhando a história principal, na espera que tudo se desenrole nas próximas noites.
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Luiza.Thereza 16/10/2016

Livro das Mil e Uma Noites
A compilação dos quatro livros da história de As Mil e Uma Noites que formam esta coleção da Biblioteca Azul são provenientes de, basicamente, quatro manuscritos que possuem duas origens diferentes: uma síria, e uma egípcia, sendo dois manuscritos de cada vertente.

O segundo livro trás a finalização das noites encontradas nos manuscritos do chamado Ramo Sírio (111 noites, incluindo o início da história do rei Qamaruzzaman), e também as noites contidas nos dois manuscritos do Ramo Egípcio. Este último, composto por uma duas histórias completas distribuídas em 73 noites, incluindo a historia completa de Qamaruzzaman e seus filhos e mais uma outra completa.

Dessa vez, percebi que alguns trechos de algumas poesias, ou mesmo poesias completas foram reaproveitadas ao longo da história (algumas mais de uma vez até). Mas, ao contrário do que possa parecer, a coisa toda não ficou repetitiva (pelo menos não quando se pula o ultimo parágrafo de uma noite e o primeiro (e as vezes o segundo da noite seguinte).

Em relação à leitura, achei esta parte muito mais fácil que a primeira, talvez pela quantidade menor de narradores implícitos nas histórias contadas por Sahrazad. E só por não ter aquele barbeiro insuportável que me lembrou até demais uma pessoa que eu não aprecio (para não dizer coisa muito pior) já fez o livro dois ganhar muitos pontos comigo.

A avaliação da história como um todo está bastante positiva e vou aguardar ansiosamente pela próxima leitura. :)

site: http://www.oslivrosdebela.com/2016/10/as-mil-e-uma-noites-livro02.html
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Amanda Aires 24/02/2017

Uma obra incomparável
Esta extraordinária edição do Livro das Mil e Uma Noites, conseguiu me prender do primeiro ao último volume. Mamede Mustafa Jarouche foi um exímio tradutor, não só no trabalho do ato da tradução como nas explicações culturais em rodapés laterais que nos fazem entender e apreciar a riqueza e a diferença da cultura árabe para a nossa. As estórias são absolutamente maravilhosas, escritas por mãos de mestres de contos e traduzidas por um gênio. Absolutamente perfeito. Uma obra de arte da literatura mundial.
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Soliguetti 05/04/2017

Deliciosa continuação
O Livro das Mil e Uma Noites - Volume 2 é uma deliciosa continuação da história de Shahrazad, que para escapar da morte iminente conta outras histórias, noite após noite, para manter acesa a curiosidade do rei Shahryar e, assim, evitar que ele a mate, como fez com várias de suas esposas, depois que a primeira o traiu.

As histórias seguem com o mesmo perfil do primeiro livro, cheias de fantasia e reviravoltas, embora as histórias neste segundo volume sejam bem mais extensas que as do primeiro. Como o ramo sírio termina com uma história pela metade, o tradutor Jarouche teve o cuidado de compilar o conto completo, para que o leitor não perca nenhum detalhe. Trata-se, mais uma vez, de um excelente trabalho de edição.

O Volume 2, apesar de um pouco cansativo pelas histórias um pouco longas demais, prende o leitor do início ao fim e, assim como o rei Shahryar, faz-nos esperar ansiosos pela noite seguinte, quando os contos continuarão. É uma leitura obrigatória para quem gostou do Volume 1. Shahrazad sabe mesmo contar histórias.
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jedsonic 18/04/2020

Sharazade continua distraindo o rei Xahriár e mantendo vivas as mulheres do reino.
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Jacque 01/12/2023

Continuação das histórias das mil e uma noites. Este volume apresenta histórias mais longas, porém a leitura é rápida e agradável.
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