Thayna.Deretti 15/02/2024
Escrita que funciona
Essa foi minha primeira experiência com Dan Brown e, devo confessar, gostei bastante. Consigo entender por que tanta gente fala tão bem do autor.
Em Fortaleza Digital, as maiores mentes na NSA, Agência de Segurança Nacional, precisam se juntar para conseguir quebrar um código ?inquebrável?. A premissa é mais ou menos o seguinte: a NSA possui um dos computadores mais poderosos do mundo, capaz de quebrar códigos complexos e decodificar mensagens secretas em questão de segundos. O trabalho que essa máquina realiza é voltado para a segurança nacional, para que atos terroristas, por exemplo, ou atos de guerra, possam ser rastreados e evitados antes que o desastre maior aconteça. Acontece que essa super máquina também é capaz de rastrear as informações mais básicas do dia-a-dia, como conversas de telefone e históricos de acesso da ?população comum?. É praticamente um grande sistema hacker que pode tanto acabar com grupos extremistas quanto ver sua lista de compras no telefone.
O que pega é que essa máquina é uma lenda. A NSA nega veementemente a existência da mesma, enquanto que os grupos conspiracionistas, que bradam pelo direito de privacidade, afirmam que existe e querem o fim dessa. No entanto, como ninguém consegue provar nada, a NSA tava tranquila apenas existindo e cumprindo seu trabalho.
Acontece que um antigo agente da NSA, que também defendia os direitos de liberdade, veio a público e disse ter conseguido escrever um código mutante inquebrável e que faria um leilão deste código (leilão da ?senha? que o comandava, algo nesse sentido). Se algo acontecesse contra a pessoa dele, porém, o código seria liberado para o público como um todo. E é aí que tá o problema.
A importância desse código mutante é justamente a impossibilidade de ser quebrado. Se isso existisse de verdade, mensagem nenhuma conseguiria ser interceptada e todo o trabalho da NSA cairia por terra. Basicamente o que eu entendi é que esses códigos seguem padrões, e por mais complexos que sejam, quando o padrão é encontrado, pode ser quebrado. Mas quando o código é mutante, que vai literalmente mudando a cada determinado período de tempo, o padrão se perde, e aí fica pra sempre criptografado.
A NSA, então, baixa o arquivo que foi disponibilizado para o público geral, para que as pessoas tentassem quebra-lo e confirmassem a veracidade da mutabilidade, e verifica que o código realmente não se quebra, o que pode colocar em risco tudo aquilo que defendem.
O problema é que esse agente, Ensei Tankado, morre de infarto já nas primeiras páginas do livro (o que não é bem um spoiler), então a NSA entra em uma corrida contra o tempo para tanto encontrar a senha de desativação do código (que, por meio de uma investigação antes do livro ?começar?, sabe-se que estava escrito em um anel que o agente usava no momento da morte), quanto para impedir que essa codificação chegue nas mãos de quem não deve.
E aí, gente, é loucura total.
Acontecem MIL E UMA COISAS ao decorrer do livro. Existem centenas de acontecimentos intercalados onde a mais simples coisinha desencadeia uma avalanche, e a gente acompanha tudo acontecendo até com certa aflição.
Rola papo de vírus, de vazamento de dados da própria NSA, tem assassino de aluguel, tem viagem internacional, tem civil sendo usado como agente pra ser morto pra que na verdade o chefão fique com a mulher dele, olha... Tem coisa pra caramba KKKKKKKKK
Mas é muito legal.
A resenha fica um pouco confusa porque o livro é MUITO complexo. Pra quem lê, a história se apresenta de forma bem clara e extremamente inteligível, mas pra resenhar (pelo menos pra mim que sou tagarela), é mais complicado.
Mas é uma pegada interessante. Dan Brown realmente escreve muito! A quantidade de informações técnicas que são apresentadas de um jeito simples é fascinante. Você pode não entender nada do assunto, mas vai conseguir entender perfeitamente e até ?ajudar? a quebrar os códigos que vão aparecendo, então é bem legal mesmo.
Claro que têm defeitos. Algumas coisinhas não fazem sentido, como a demora pra perceberem a informação tão óbvia que tava na cara deles (o número 3, pra quem já leu) e esse papo de ?tudo o que eu fiz foi porque eu amo você?. Esse último me tira do sério real, então tirei uma estrela.
Se o livro tivesse seguido 100% na razão em vez de entrar na emoção, era bem certo que seria 5 estrelas. Mas no final o autor veio com uma abordagem diferente, e para mim, Thayna, não agradou.
Mas vale a experiência!
É muito legal finalmente estar tendo contato com os livros do Dan. São densos, lotados de informações, e a escrita é realmente o ponto forte. Ele consegue ser sucinto e claro mesmo com a tecnicidade dos termos usados.
Se você tem dúvidas com esse por medo de não entender os termos ou por simplesmente achar que pode não gostar, pode ficar bem tranquilo. Por mais complexo que pareça, a jornada vale a pena.