Nati 23/01/2024
Vocês já viram aquele experimento que eles colocam um grupo de meninas em uma casa e um grupo de meninos em outra casa, sendo crianças entre 11 e 13 anos, sem qualquer adulto e mostra a diferença de comportamento, de como eles se organizam sozinhos, de como estabelecem regras, dividem tarefas e suprem suas necessidades?
Na casa em que estão somente os meninos em poucos dias a situação é totalmente caótica e tiveram até encerrar o experimento antes para eles por conta das brigas, com agressões físicas e verbais e bagunça e falta de comida.
Então, imagine um número indeterminado de meninos de várias faixas etárias vítimas de um “acidente aéreo” que se veem sozinhos, sem nenhum adulto, em uma ilha deserta, tendo que suprir suas necessidades e se auto-organizarem. O resultado já se pode imaginar.
Acrescenta, então, o fato desses meninos serem crianças inglesas, que têm a ilusão de serem os mais civilizados seres humanos que há, mas que vão se descobrirem tão humanos quanto qualquer selvagem.
Um clássico que li pela primeira vez na leitura coletiva do literatura-se. Eu acho que não teria levado a leitura até o fim, se eu não tivesse lendo em uma leitura coletiva. É uma leitura, que não foi tão fluida para mim.
[William Golding](https://www.goodreads.com/author/show/306.William_Golding?from_search=true&from_srp=true) cria uma história perturbadora, além de uma narrativa muito visual, cheia de momentos perturbadores e eletrizantes, mas que em várias partes, para mim, foi bastante difícil atravessar, seja pela própria narrativa, que se torna excessivamente descritiva em alguns momentos, ou pelo que estava acontecendo na história.
Sem falar que, esse livro tem algumas partes bastantes violentas, em uma narrativa em terceira pessoa que me deixou confusa no começo e sem saber o que esperar, principalmente até a metada da leitura. Levei bastante tempo para processar se havia gostado ou não da leitura, principalmente do final.
> Uma explosão de raiva se revelou em seus olhos azuis. Deu um passo à frente e, tendo finalmente a possibilidade de bater em alguém, desferiu um murro na barriga de Porquinho, que se sentou no chão com um grunhido. Jack ficou de pé a seu lado. Sua voz soava rancorosa de humilhação.
“Quer mais? Quer mais? Gorducho!”
>
> A vida”, disse Porquinho em tom expansivo, “é científica, isso eu garanto. Daqui a um ou dois anos, depois que a guerra acabar, vão dar um jeito de viajar de ida e volta pra Marte. E eu sei que não existe monstro nenhum — nem monstro nem fera, com garras e dentes enormes e essas coisas — mas também sei que não existe medo.”
>
> Mata o monstro! Corta a goela! Espalha o sangue!
>