Maria Faria 25/03/2012
Será que é possível ser mais leve?
Leila Ferreira apresenta várias dicas para se tornar mais leve. O livro cita tantos vícios dos tempos atuais, que quando terminei de ler, entendi que se tornar mais leve é uma verdadeira batalha. Como resistir ao assédio do excesso de tecnologia, falta de gentileza, estresse, aceleração, complicação e falta de bom humor? O fato é que a leitura deste livro nos incomoda, nos faz enxergar uma realidade na qual estamos inserida, mas que não paramos para notar e que na verdade está tornando nossa vida mais “pesada” e difícil. O livro não traz novidades, nenhuma fórmula para a felicidade, mas o que gostei foi o fato de a leitura conseguir me fazer refletir e influenciar até mesmo nos meus atos. E não adianta ficarmos olhando apenas “sujeira na janela do vizinho”, pois na verdade, também praticamos os atos que tornam a vida mais complexa. As atitudes que condenamos nos outros também participam de nossa rotina, sem que percebamos. Quantas vezes, numa verdadeira falta de gentileza, ignoramos o carro ao lado sinalizando que quer sair do estacionamento? Quantas vezes utilizamos a falta de tempo como desculpa para tratarmos as pessoas com indiferença? E quanto tempo de nossas vidas cedemos ao excesso de e-mails inúteis e desnecessários? E os ambientes de trabalho que mais parecem um campo de batalha? Como disse o irmão da autora, o índice de humildade relativa do ar nestes ambientes anda muito baixo. A verdade é que perdemos a educação, os atos que eram considerados feios se tornaram comuns e tudo pode ser justificado pela correria, pelo excesso de trabalho. O que me atraiu no livro foi a frase de uma das entrevistadas: “Tem gente que vem pro mundo de caminhão e tem gente que vem de bicicleta. Eu sou da turma da bicicleta .” O livro é uma boa conversa sobre como se tornar mais leve, não é fácil, mas é possível passar a fazer parte da “turma da bicicleta”.