O amante

O amante Marguerite Duras




Resenhas - O Amante


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Eliza.Beth 04/02/2022

Se as características do livro te agradam, pode se jogar
Não consegui me envolver com a história.
A forma de narrar tbm não me agrada, indo ao passado e voltando ao presente constantemente pois não consigo criar um vínculo com os personagens.

Acho interessante algumas coisas serem autobiográficas. Talvez eu teria gostado mais se fosse contada como uma história de não-ficção.

O texto de apoio é muito bom. Conseguiu me convencer de que é, de fato, um bom livro, só não é do meu agrado.
Alan kleber 04/02/2022minha estante
Também aconteceu isso comigo.


Eliza.Beth 05/02/2022minha estante
Bom saber hahaha
Muita gente adora esse livro. Infelizmente, não funcionou por aqui




Mila.Soraia 16/03/2021

Não é um livro fácil. Entendo porque tantas pessoas não gostaram ou simplesmente não conseguiram terminar. O tempo da narrativa não é linear. Ela mescla passado e futuro, fazendo com que, desde o começo, já se tenha um vislumbre do destino das personagens. Também alterna o ponto de vista do narrador: em alguns momentos, a história é contada em primeira pessoa. Todavia, em vários momentos, adota-se a narrativa em terceira pessoa. Um leitor desatento pode se perder com essas mudanças.
Pelo que entendi, trata-se de uma obra autobiográfica, e conta a história de Marguerite ainda na sua adolescência, e o início de sua vida sexual.
É um tema incômodo. Ela se relaciona com um homem rico e mais velho, em parte por sentimento, mas também pela necessidade do dinheiro, pois o desequilíbrio familiar em sua casa faz com que passe dificuldades em seu lar.
Apesar de tudo isso, gostei tanto que li em duas tacadas.
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Leila de Carvalho e Gonçalves 17/07/2018

Pris Goncourt
Vencedor do Pris Goncour

A francesa Marguerite Duras (1914-1996) foi uma das vozes femininas mais influentes da Europa durante o século XX. Versátil, ela não só se dedicou a literatura, explorando os diferentes gêneros, como até mesmo flertou com o cinema, trabalhando como diretora e roteirista.

Conforme Leyla Perrone-Moises, boa parte da obra durasiana é a transposição das experiências existenciais da autora. Indubitavelmente, uma proposta desafiadora, em especial, se somada sua estética moderna e experimental, recendendo lirismo. Portanto, de certa forma surpreende o sucesso comercial de "O Amante", lançado em 1984, quando a autora já contava com 70 anos. Vencedor do Prix Goncourt, apesar de ser considerado seu romance mais inteligível, sua estrutura continua intrincada, ao exibir a "presentificação" de um passado fragmentado pelas lembranças.

Por outro lado, o interesse acerca da narrativa pode ser explicado pelas questões morais que ela abarca. Polêmicas, remetem a três anos da adolescência da protagonista em Saigon, desde a iniciação sexual com um chinês rico e mais velho que se torna seu amante até sua expatriação para a França, quando o caso já estava encerrado.

A jovem, bastante experiente para a idade, é apresentada como estudante de um liceu que mantém um relação ambígua com sua família miserável, formada pela mãe, uma viúva falida que ?reprova a conduta da filha, mas vê nela uma possibilidade de ganhar dinheiro?; o irmão mais velho, drogado e violento, além do mais novo, fraco e oprimido. Aliás, a mãe de Duras ? por semelhança ou oposição ? influenciou a maioria de suas personagens femininas e de acordo com a crítica, O Amante não deixa de ser uma declaração de amor a essa mulher.

Entretanto, o romance é sobretudo a história da paixão por um homem. Ele começa e acaba dando voz a protagonista já idosa e alcoólatra abordando seus sentimentos quanto ao que viveu, isto é, um amor neglicenciado enquanto durou, estigmatizado pela sensualidade, ganância e perversidade.

Para finalizar, é frequente comparar O Amante a um álbum. É como se cada fragmento reportasse a uma imagem na qual a protagonista comenta a respeito. Isto não acontece por acaso, já que o romance surgiu de um pedido do filho de Duras para que ela fornecesse legendas para antigas fotografias. O resultado deslumbra, a escritora é uma expertise em descrições distorcidas pela memória enretocadas pela pátina do tempo que ressignificam o passado. Eis um bom exemplo:

?Muito cedo foi tarde demais em minha vida. Aos dezoito anos, já era tarde demais. Entre os dezoito e os vinte e cinco anos, meu rosto tomou um rumo imprevisto. Aos dezoito, envelheci. Não sei se isso acontece com todo mundo, nunca perguntei. Acho que me falaram dessa arremetida do tempo que às vezes nos atinge quando atravessamos as idades mais jovens, as mais celebradas da vida. Esse envelhecimento foi brutal. Eu o vi ganhar meus traços, um a um, mudar a relação que existia entre eles, aumentar os olhos, entristecer o olhar, marcar mais a boca, imprimir profundas gretas na testa. Em vez de me assustar, acompanhei a evolução desse envelhecimento do meu rosto com o interesse que teria, por exemplo, pelo desenrolar de uma leitura. Sabia também que não me enganava, um dia ele diminuiria o ritmo e retomaria seu curso normal. As pessoas que me haviam conhecido, aos dezessete anos, quando estive na França, ficaram impressionadas ao me rever dois anos depois, aos dezenove. Eu conservei aquele rosto. Foi o meu rosto. Claro, ele continuou a envelhecer, mas relativamente menos do que deveria. Tenho um rosto lacerado por rugas secas e profundas, a pele sulcada. Ele não decaiu como certos rostos de traços finos; manteve os mesmos contornos, mas sua matéria se destruiu. Tenho um rosto destruído.? (Posição 28 e 36) ?

Nota: Adquiri o e-book que recomendo.
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Jacy.Antunes 14/01/2023

Hiroshima Mon Amour
Muito tempo depois ela escreveria de modo impessoal a vida da família na Indochina e o seu relacionamento aos 15 anos com um rico chinês.
M. Duras voltou para a França, foi roteirista de cinema, era alcoolatra e morreu em 1996.
Ela fez o roteiro de Hiroshima m
Mon Amour, dirigido por Alain Resnais que tem muita semelhança com o Amante e é um dos meus cult movies.
Maria Claudia 15/01/2023minha estante
Eu já li ''O amante da China do Norte''. Jacy. Também tem a adaptação para o cinema.


Carolina.Gomes 19/01/2023minha estante
Eu gostei desse. Li há anos!




Camila Felicio 20/11/2023

Marcante!
Que leitura espetacular!!!! Duras foi uma grande cineasta, roteirista e escritora!! Como escritora ficou famosa por retratar a infância vivida na antiga Indochina francesa e estou em choque com toda a narração do livro!
A leitura ainda que pareça simples traz elementos narrativos interessantes com muito fluxo de consciência, uso de discurso livre indireto, monólogos internos e o mais interessante: a mudança no mesmo parágrafo da primeira para a terceira pessoa, o eu para a criança, o meu amante para o chinês de Cholen.
O motivo da troca de pronome pessoal é simples, a autora nos narra no início que se vê "como outra, como outra seria vista, de fora", pareceu-me um recurso brilhante!! O uso do tempo pretérito e o jogo de ir e voltar na narrativa pareceu-me fantástico e digno de nota.
Sobre ser uma autobiografia, o fato não é 100% real, não sabemos se a autora realmente vivenciou o que narra, os textos de apoio nos dão motivos para duvidar de tal fato, em decorrência de algumas contradições de Duras, e faz todo sentido posto que foi uma personagem cultural francesa extremamente controversa, ninguém sabia onde estava a realidade e a ficção em Duras, acusada de narcisismo eu apenas a vejo como uma mulher livre e muito a frente de todas!
Sobre a temática, tive muito medo de ser um "Lolita", mas nada a ver, ainda que vejamos uma adolescente de 15 anos com um rapaz de 20 e muitos. Mas vê-se mais uma jovem usando a situação para livrar-se das amarras da mãe depressiva e ausente e do irmão mais velho violento. Ao mesmo tempo em
que a mãe era contrária por conta da etnia do homem (um chinês do norte) e não pela idade, a desonra que só era criticada até o ponto da menina trazer benefícios econômicos para casa, como ela intitulou-se até a "prostituta infantil" trazer lucros para dentro do lar, foi super incômodo de ser lido!
O final é extremamente melancólico e forte, fiquei com muita vontade de ler "O amante da China do norte" escrito pela autora após repudiar a adaptação cinematográfica de "O Amante" e buscar dar um sentido maior a sua história, buscando mais o lado emocional.
Indicado para fãs da literatura francesa e cinema francês!
Fabio 20/11/2023minha estante
Resenha impecável, Camila!??
Parabéns!???


Camila Felicio 21/11/2023minha estante
Obrigadaa Fábio ?




Aline 23/11/2021

Fragmentos de memórias
"Muito cedo foi tarde demais em minha vida". Essa frase tão potente está na primeira página do livro. Imaginei que dali sairia uma grande história. Mas não funcionou pra mim. O livro é uma espécie de autobiografia romanceada da autora e segue um estilo fragmentado e não-cronológico (como funciona com nossas memórias). É uma escrita bastante melancólica, sem nenhuma esperança. Frases bonitas e desoladoras sobre um casal insólito e uma família infeliz ao seu modo. Como leitora mediana que sou, senti falta de enredo.
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underlou 11/10/2021

Tristeza quase nomeada
Antes de qualquer consideração, mesmo sendo um livro curtinho, "O Amante" não é de fácil leitura. Inicialmente, há uma absoluta estranheza quanto ao estilo da narrativa, sobretudo em relação ao tipo de narrador, ora na primeira pessoa, ora na terceira.

Contudo, conforme avançamos nas páginas, começamos a adentrar com entusiasmo no mundo da aventura que a autora teve aos 15 anos de idade com um amante Chinês, na cidade de Saigon. Aquela confusão inicial, por assim dizer, relativa ao modo de narrar também passa a ser compreendida, uma vez que agora há, ainda que difusos, dois tempos marcados: a adolescência, quando ela foi tomada pela primeira paixão, ao mesmo tempo em que a miséria e as relações familiares ganhavam contornos complicados; e já na fase adulta, em Paris, quando ela parece recordar sua experiência amorosa e familiar, sem remorsos ou arrependimentos.

Curioso, aliás, como o amante do título ganha outra caracterização do que comumente se espera. O chinês rico que se encanta pela jovem de 15 anos, vestida de seda, sapatos e chapéu de gosto duvidoso, não se apresenta como um predador selvagem, mas taciturno e melancólico. Apesar do tema delicado, a autora o trata de uma forma muito sensível a partir da perspectiva da menina, de modo que a imagem turva do homem - e não existe expressão que defina melhor essa história que "imagem turva" - fica ainda mais diminuta frente às impressões femininas.

Ao final, tem-se a impressão de que a maneira de escrita peculiar de Marguerite Duras é uma experiência à parte, como em "Digo [...] que sempre fui triste. Que vejo essa tristeza nas minhas fotografias da infância. Que hoje essa tristeza, sentindo-a como a mesma que sempre senti, quase pode ter meu nome, tanto ela se parece comigo". Enfim, o romance em si apresenta falhas e inconstâncias na narrativa, mas sua poética é tão intensa que se torna sobrepujante ao restante.
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Carolina 08/05/2023

A despeito do título, não há sequer uma gota de amor neste livro
Eu poderia selecionar diversos trechos da obra que me agradaram por serem bem escritos e criarem um clima aflitivo interessante. Mas infelizmente, há vários outros que não funcionaram para mim, e da obra como um todo também não gostei.

Não sei dizer exatamente o porquê de não ter gostado. Estava a pensar sobre isso, mas é difícil definir. Num esforço, eu diria que talvez seja porque não há amor no livro.

A protagonista, com apenas 15 anos, parece não saber direito o que quer nem o que está fazendo, o que é perfeitamente compreensível. Mas vamos percebendo que ela não é uma boa pessoa. A própria se descreve como "perversa", e tal qual ela é - perversa, pervertida, perturbada. O momento da história é o de descobrimento da sexualidade, que vai sendo narrado na forma de fluxo de consciência, não cronologicamente, misturando diversos desejos, medos, tudo um tanto caótico, o que faz sentido. Mas a menina, que resolve por se prostituir, entregando-se a um homem rico por dinheiro (ainda que nessa experiência encontre também prazer e talvez o amor [sic]), não faz isso apenas pela pobreza, mas também porque claramente tem más inclinações.

O milionário chinês de 27 anos, por sua vez, também não ama a menina, pois não sacrifica nada por ela (muito pelo contrário...). Ele a deseja, a quer, ao que parece intensamente, como um vício, uma doença, mas é só isso...

Logo, a trama principal do livro que trata do relacionamento dos dois "amantes" (que nessa história não tem o sentido "daquele que ama" mas apenas de "adúltero" mesmo), ainda que tenha uma ou outra passagem bacaninha, quase por completo me causou desgosto.

Gostei mais de algumas "side quests", por exemplo, as narrativas sobre os irmãos. O irmão mais velho da protagonista é claramente psicopata, e ficou muito bem descrito tanto nas suas maldades quanto nas consequências delas, o que rendeu algumas boas cenas.

O livro está repleto de sentimentos, mas o amor, sequer como sentimento, está presente ali. É uma situação complicada, repleta de orgulho e ignorância. A protagonista sofre, as demais personagens sofrem também, todos estão sofrendo apenas como decorrência do próprio egoísmo, nunca por amor.

Para mim, esse livro carece de alma, de espírito, de algo que insufle nele vida. Não posso falar sequer que as personagens são decadentes, pois toda a sua existência já se deu na lama, eles não sofreram uma queda de um estado para o outro, o seu estado sempre foi o da imundície, não morreram, mas já nasceram mortos.

Posso elogiar a escrita de Marguerite Duras e dizer que creio no seu talento para escritora. Talento, porém, usado na criação de narrativas defeituosas, infelizmente.
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Breno Vince 05/08/2022

Um livro que deixa sensações diferentes no curso da leitura
Embora tenha algumas frases marcantes, a grande verdade é que não é um livro realmente marcante. O livro possui dois momentos distintos.
O primeiro momento é do início até próximo à parte final. Essa parte merece duas estrelas a meu ver. O ritmo é lento e a história, para mim, não foi envolvente assim como os personagens. A forma de escrita também não me agradou, chegando até a incomodar alguns desencontros e recursos utilizados. Os personagens também não parecem tão críveis por falta de desenvolvimento.
O segundo momento é o final. Essa parte merece três estrelas, quase quatro. Embora o ritmo permaneça lento e a escrita ainda não seja a mais agradável, ao aceitar os personagens, o final passa a ser razoavelmente agradável e a dor deles mais crível.
Esse livro provavelmente não será o melhor livro que lerá na vida, talvez até fique entre aqueles que não lembrará, mas, sem dúvidas, é uma leitura breve (pelo número de páginas) que deixa uma boa sensação ao fim ao concluir a história de forma satisfatória.
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Jeniffer Geraldine 04/02/2021

O Amante (Marguerite Duras)
Motivada pelo Projeto Ferrante Indica, organizado pela Aline Aimee, li O Amante, da escritora Marguerite Duras. A edição que tenho do livro faz parte da coleção Mulheres Modernistas, da Cosac Naify. Por isso já dá para ter noção de quanto tempo tenho O Amante na estante sem ser lido. Não encontrava uma motivação para realizar a leitura mas ela chegou através da curiosidade de ler um livro indicado por uma das minhas autoras contemporâneas favoritas, Elena Ferrante.

O Amante foi lançado pela primeira vez em 1984, quando a autora já tinha 70 anos de idade, e é um romance autobiográfico que, misturando tempos e vozes narrativas, conta a história de amor entre uma jovem francesa e um homem mais velho rico e chinês.

É preciso ter uma certa atenção na leitura por conta da mudança de tempo e voz narrativa. Me parece que Duras escreveu ao mesmo tempo em que a memória brincava na sua mente. No presente lembramos de um passado e de um outro passado mais antigo. Rememoramos acontecimentos em busca de explicações para as atitudes de ontem e de hoje, as nossas atitudes e as de pessoas próximas.

Apesar de ter o romance como o fio condutor da história, O Amante vai além e nos leva a pensar sobre relacionamento mãe e filha, casamento, família, e outras questões morais e sociais.

O romance é rico, instigante, e uma excelente leitura. Mas saber a história por trás dele deixa tudo ainda mais fascinante. Na edição há o posfácio escrito por Leyla Perrone-Moisés que nos ajuda a contextualizar vida e obra de Duras.

É no posfácio que encontro uma ligação interessante entre Duras e Ferrante. Ao comentar sobre os biógrafos de Duras, Leyla menciona Laure Adler e diz que a biógrafa “observou que a escritora construiu seu próprio mito, e que, sobre muitos fatos, é impossível saber a verdade.”

Me encantou a leitura de um romance autobiográfico sobre uma jovem francesa que se relaciona com um homem rico chinês por amor, prazer e dinheiro. Mas me encanta ainda mais saber que por se tratar de uma obra autobiográfica não temos motivos para duvidar dos acontecimentos retratados. Aconteceu conforme a lembrança e o que foi escrito a partir dela. E como disse Leyla, “todas as falhas da memória são preenchidas por certezas fictícias”.



site: http://jeniffergeraldine.com/2021/02/o-amante-marguerite-duras/
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Leila 04/11/2023

A Amante é uma obra sensível e intensa da renomada autora Marguerite Duras, conhecida por sua capacidade de explorar a complexidade das relações humanas e das experiências pessoais. Neste livro, a autora nos conduz por uma jornada íntima, onde uma jovem de 15 anos e meio explora o território desconhecido do sexo e do amor com um homem doze anos mais velho.

A narrativa, sendo altamente autobiográfica, nos leva a um profundo mergulho na mente da protagonista, que compartilha conosco suas descobertas, suas dúvidas e sua paixão. Através da voz desta personagem, somos guiados por um território emocional delicado e muitas vezes tumultuado numa Saigon nos últimos dias de colonização francesa. Marguerite Duras habilmente transmite as emoções conflitantes e os desafios enfrentados pela jovem amante, criando uma atmosfera de vulnerabilidade e intimidade.

O relacionamento entre a protagonista e seu amante é, desde o início, fadado a ser um caso de amor fugaz, algo sem futuro claro. Essa inevitabilidade confere à história um toque de tristeza, tornando-a ainda mais comovente. Marguerite Duras descreve essa conexão efêmera com maestria, capturando a efemeridade do amor e a sua inevitável finitude. Ela aborda questões de idade, raça e etnia de maneira sutil, destacando como essas diferenças influenciam o relacionamento e a percepção da sociedade sobre ele.

Além disso, o estilo narrativo de Duras é uma característica marcante deste livro. Sua prosa poética e introspectiva envolve o leitor, criando uma experiência de leitura profundamente envolvente e reflexiva. A forma como a autora explora a psicologia da protagonista e as complexidades do amor é verdadeiramente notável.

Outro ponto muito explorado na obra são as relações familiares. A protagonista tem sentimentos conflitantes com a mãe, beiram ao amor e ódio, relata rupturas intensas nesses relacionamentos e perdas traumáticas também. Vale a pena mergulhar nessas emoções.

A Amante é considerada uma das obras mais marcantes de Duras, sendo também uma das mais conhecidas. Para mim foi uma releitura e a fiz através da plataforma Audible. Para aqueles que buscam uma exploração sensível das nuances do amor e da identidade, A Amante é uma boa escolha.
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@limakarla 12/02/2023

Das decepções literárias
Esse livro me foi muito indicado e eu já havia tentando engatar na leitura diversas vezes, mas eu sempre empacava e acabava largando. Dessa vez consegui concluir a leitura, mas foi extremamente difícil por achar tudo absolutamente chato, cansativo, forçado para parecer muito mais inteligente e mais cheio de conteúdo do que é. Adoro livros de memórias, meio autobiográficos, mas aqui não consegui criar nenhum tipo de relação com a protagonista que narra a história, é tudo muito bagunçado, desconexo, num fluxo de pensamento absolutamente difícil de compreender o quê e quando acontece. Enfim, foi uma experiência que me deixou com ressaca literária de tão difícil que era o momento pra parar e lê-lo.
Carolina 13/02/2023minha estante
Socorro.




Marcelo217 11/01/2023

Memórias caóticas
Recebi muitas recomendações desse livro e finalmente consegui ler O Amante, só que saio da leitura com as expectativas não alcançadas.

Não se sabe ao certo o que de fato aconteceu a autora e o que foi ficcionado por ela nesse livro. O que, claro, me deixou curioso, mas, ao mesmo tempo, desapontado com a execução da narrativa.

A história de uma adolescente que vive em uma família assolada por tragédias e dramas familiares na extinta Indochina. Ela arranja um amante para suprir seus desejos e através de relatos espaçados divide com o leitor como a dinâmica de ser uma estudante francesa entediada e opromida em uma colônia europeia.


O livro pra época deve ter sido bastante polêmico por expor com sinceridade a relação extraconjugal de um homem casado no início do século XX. Também a intimidade vivenciada pela adolescente nesses encontros sexuais é um ponto que deve ter sido chocante de se ler. Não há um apelo sexual explícito. Não é degradante, é quase romantizado, pois o foco narrativo é mais voltado para a perspectiva pessoal.


É possível ver um lirismo maduro da personagem mesmo com pouca idade. Relações de interesse familiares e a completa falta de perspectiva como temas trabalhados no decorrer do livro. As desventuras da jovem, sua mãe e seus irmãos geram bastante reflexões mesmo que transmitidas em um ritmo monótono e sem tensão.

Porém nem tudo faz sentido: os relatos são cronologicamente confusos, simples, mas que requerem uma atenção redobrada para não se perder na narrativa. Se o propósito da autora era apenas jogar acontecimentos a esmo sem aprofundá-los de maneira consistente, acabou fazendo do livro uma história narrada com despropósito.

O livro não é desagradável, nem difícil de se ler, mas poderia ser mais bem descritivo. Poderia ter sido amarrado, principalmente em seu desenvolvimento, com um final menos abrupto. Temporalmente, o que deveria ser um periodo longo pareceu ser apenas um curto relato com uma enxurrada de acontecimentos levemente desconexos. Como se a autora só quisesse amontoar um monte de informações para descrever o caos da vida da personagem. Leitura interessante para entender a dinâmica de uma familia francesa em decadência na primeira metade do século XX nesse eixo Europa-Ásia.
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Luiz 12/09/2022

Muita enrolação.
Acho que a escritora (ou o tradutor) fez uma sopa de palavras aleatórias e acabou que deixou o livro com uma pegada mais entediante, pois não chegava na conclusão do raciocínio da autora em várias passagens o que faz com que o leitor queira terminar o livro o mais rápido possível para poder ler um melhor. Dizem que o livro tem este tipo de edição pela riqueza de detalhes que só um bom leitor conseguiria encontrar, porém eu particularmente não encontrei nenhuma. Enfim...para quem quiser se aventurar no livro eu desejo uma boa leitura.
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