Fabio Pedreira 19/11/2021O começo da tormentaGlórienn é a deusa dos elfos, cada dia que passa ela vê mais e mais do seu povo sendo massacrado pelas forças do Deus da guerra. Ela não aguenta mais esse sofrimento, logo, ela busca por vingança. Seu plano é deixar que a grande tempestade que ameaça o mundo aconteça, para que com isso ela possa se vingar. Muitos deuses, porém, acreditam que essa tempestade possa ser o fim de tudo.
Glórienn, então, decide buscar o apoio de cada um, já que afinal de contas, eles são deuses e podem acabar com isso facilmente. Muitos se veem inclinados a aceitar, mas eles não fazem a menor ideia do erro que podem estar cometendo.
No meio disso tudo estão 9 aventureiros, heróis, ou pelo menos candidatos a isso: Vallen Allond, Ellisa Thorn, Andilla, Rufus Domat, Ashlen, Artorius, Gregor Vahn, Nichaela e Masato Kodai. Os 9 partem em busca do Albino, um ser que apareceu causando mortes e destruição por toda Arton. O objetivo é bem claro, matar o albino, mas no meio dessa viagem, todos eles irão confrontar seus limites, enfrentando perdas, desafios e principalmente tendo que confrontar a si mesmos.
As duas histórias acabam se juntando no fim, para criar o primeiro livro da trilogia da Tormenta, livro de fantasia baseado no RPG do mesmo nome.
O livro é muito bom. Todo amante de fantasia e principalmente de RPG deveria ler esse livro. E falando em RPG, foi impossível ler e não lembrar das obras de Dragonlance, não só em seus personagens, como também um pouco na história.
Certamente que deve ter existido uma influência aí, afinal, Dragonlance é um clássico baseado no RPG mais famoso da história, que é o Dungeons and Dragons. Mas, ao contrário dele, que tem suas perdas, mas no geral tem seu final feliz, O inimigo do mundo é bagaceira pura. Não digo no sentido ruim, mas simplesmente pelo fato de que é uma leitura pesada, com mortes, sangue e não espere um final feliz. Ainda assim, é uma baita de uma história, com aventuras intrigantes em um mundo muito bem detalhado.
Só teve dois pontos que me fizeram não dar nota máxima para o livro. Primeiro foram 3 personagens, a dupla principal (Vallen e Ellisa, que são um casal) e Rufus, o mago, que tem uma queda pela Ellisa. A dupla é muito insuportável enquanto o outro é um covarde, mas a forma como se tratavam chegou a ser exagerada até demais. Por outro lado, o resto dos personagens são extremamente carismáticos e todos muito bem construídos em suas características. Sendo Nichaela e Masato os meus favoritos.
Por falar em construção, aí entra o segundo fator para a nota não ser máxima. O mundo criado pelo Caldela é extremamente detalhado. Isso é muito bom e tem que ser assim em um livro de fantasia como esse, suas descrições muitas vezes chegam a ser até poéticas de certa forma, elogio e muito a escrita dele. Mas... ao mesmo tempo, não tem como não deixar de achar que houve divagações demais e que o livro poderia ter umas boas 200 páginas a menos. Acabou se tornando uma leitura lenta, não por ser ruim, mas por ser densa. Engraçado que as descrições excessivas não parecem nem que são para encher linguiça, mas sim por empolgação do autor em escrever.
Mas, no fim das contas, eu recomendo de demais esse livro, vou querer ler não só os próximos da trilogia, como também os outros livros do autor.
Recomendo ler com calma e devagar. E não recomendo para quem não é acostumado com fantasia, para esses eu recomendo Dragonlance. Mas, para quem já é, vai fundo. Um baita livro que por sinal não fica devendo em nada para os estrangeiros.