Phelipe.Pompilio 22/02/2024Interessante
Dá pra entender o motivo desse livro ser tão querido aqui no Brasil. Li poucas fantasias nacionais, mas boas. E posso garantir que A Batalha do Apolipse está entre as melhores.
Não recebe 5 estrelas por causa das quebras de ritmo no decorrer do livro. Quebras de ritmo necessárias, mas, em alguns pontos, dão uma acalmada num momento de puro clímax. Entendo que isso prende o leitor, mas com a frequência que foi feito não me agradou muito. E mesmo assim não tirou a grandeza do livro.
Gosto do tema de "mitologia cristã" que o livro aborda, com novas nuances e reflexões sobre Deus e os anjos. Aqui vamos nos deparar com algo semelhante com o que nos é apresentado na série Supernatural: Miguel contra Lúcifer, Gabriel jogando por fora e a humanidade tomando fumo.
Mas, diferente de Supernatural, A Batalha do Apocalipse se aprofunda mais na questão do motivo da guerra celeste.
Deus ainda está no "6° dia" da Criação, o dia do descanso e, segundo as profecias, o 7° dia ainda está para acontecer e, com ele, o Apocalipse.
O método de narrativa de Spohr é interessante, explicando o passado para contextualizar os acontecimentos do presente. Historicamente falando, passamos por vários acontecimentos bíblicos (a queda da Torre de Babel, a queda da Babilônia, o grande Dilúvio, o nascimento de Cristo e etc). E é em um desses flashbacks que conhecemos melhor a história de Shamira, a bruxa e outros personagens marcantes na vida do renegado.
Os personagens criados por Spohr são interessantes, mas nada demais. Não são tão bem aprofundados ou desenvolvidos e, em alguns momentos, são bem previsíveis. Mas isso não interfere muito no desenrolar da trama. Pode ser um problema para alguns leitores, mas é "passável de pano".
O final é intrigante, inteligente e, ao menos para mim, inesperado.
Ouvi o audiobook pelo Audible, narrado por Tadeu di Pietro, que merece destaque pelo excelente trabalho.
Darei sequência na série de Eduardo Spohr.