Camila 19/01/2014
Obrigada, Raphael Draccon, por compartilhar seus sonhos conosco.
Essa é uma resenha meio “geral”, mas livre de spoilers.
Li essa trilogia há muito tempo. Pretendo reler logo. Não me lembro de várias coisas que aconteceram, mas mesmo assim, estou aqui resenhando essa história que tanto gosto. Falo como uma simples leitora, de pouca idade, que se deparou com um livro incrível. Dragões de Éter faz parte do que eu sou. Você, que está lendo essa resenha pode pensar que isso é besteira. Mas não é. Não entrarei em detalhes sobre isso, porque realmente não interessa. Só é válido mencionar que sou suspeita para falar sobre DdE, e que tenho receio de estar criando expectativas demais sobre quem ainda pretende ler. Porém, eu sempre tive vontade de compartilhar com os usuários do skoob como foi minha experiência com a série de Raphael Draccon.
Dragões de Éter reconta várias histórias de nossa infância. Já no primeiro livro, Draccon investiga as pontas soltas dos contos de fada que todos conhecem, e nos apresenta uma nova versão de cada um. Coisas que alguns se perguntavam há algum tempo, e coisas que nunca pensamos. Pelo menos, foi assim comigo.
Há alguns anos, me deparei com Caçadores de Bruxas no canto de uma estante da livraria. Levei-o para casa e iniciei a leitura não muito tempo depois. Fui conquistada já nos primeiros capítulos, e a partir daí, “foi só amor”.
Como eu já disse várias vezes, Dragões de Éter não é perfeito. Tem várias imperfeições e várias coisas que desagradam muitos que pegam esse livro para ler. Inúmeras pessoas não gostam de Dragões de Éter pela escrita do Draccon, e eu os entendo. Raphael Draccon começa a contar algo, e para. Explica o que aconteceu e o que está acontecendo. Deixa o leitor a par de tudo, e continua a contar a história. Ele nos apresenta os personagens um por um. Narra algo que parece não ter muita importância, e no futuro nos faz pensar “então era isso!”.
Eu, particularmente, adorei.
Porém, nada é perfeito. Há coisas que me incomodaram também, como o excesso de reticências e exclamações nos diálogos, principalmente no Corações de Neve e no Círculos de Chuva. Só isso é suficiente para muita gente abandonar a leitura, mas eu continuei. Como citei anteriormente, o estilo do Draccon incomoda muita gente, e é compreensível. Mas também agrada muitos outros, incluindo a minha pessoa. Muitas vezes a escrita do Raphael nos dá a sensação de que ele está na sua frente, falando com você, e contando a história de Dragões de Éter só para você ouvir. E em outras vezes, você literalmente faz parte da história. Já vi muitas pessoas se desagradarem com essa “interação” autor-leitor, mas para mim, esse é outro ponto forte. Quando eu lia, eu percebia quem era Raphael Draccon. Quando eu terminei de ler Círculos de Chuva e fechei o livro, senti como se o autor fosse um amigo.
Tive a oportunidade de conhecer Raphael Draccon em um evento que teve em minha cidade recentemente. E depois de encontrá-lo, percebi o quanto Dragões de Éter é sincero. Ao ver a atitude de Draccon fora dos livros, ele se tornou de vez meu escritor favorito. Existe pessoas que, ao ver como um escritor age, deixa isso influenciar em sua opinião sobre o que foi escrito por ele. Eu também tenho um pouco disso. E por isso, afirmo com toda a certeza que me lembrarei de Dragões de Éter por muito, muito tempo. Porque é essa sinceridade que me cativa. É essa imperfeição tão perfeita que eu tanto amo.