Adriana Scarpin 01/04/2016No primeiro capítulo o autor dá as nuances gerais do que vem a ser o discurso pornográfico enquanto gênero.
No segundo capítulo há as distinções entre o obsceno (relacionado ao chiste freudiano e oralidade), erótico (sentido figurado e estetizado) e o pornográfico (linguagem mais cru).
O terceiro capítulo divide a pornografia em três instâncias: canônica (onde o desejo é satisfeito reciprocamente), tolerada (há reciprocidade, mas não é vista como normatizada, por exemplo, o sadomasoquismo) e a interdita (que não é juridicamente legal, nem normatizada e nem provoca prazer recíproco, como por exemplo o estupro e a pedofilia).
O quarto capítulo discorre sobre as restrições narrativas do relato pornográfico, de como as cenas que amarram as sequências de pornografia são irrelevantes para o leitor em busca do sexo puro numa espécie de jogo fort-da freudiano, onde o leitor mantem o controle do pseudorelato trazendo para si as cenas pornográfica e se distanciando das cenas que amarram a narrativa.
O quinto capítulo explana os elementos básicos da narrativa pornográfica, a dinâmica dos afetos (visualização do leitor), o ponto de vista focado dentro da narração e o tipo de vocabulário empregado constroem o tipo de discurso visando excitar o leitor.
O sexto capítulo adentra a transição do discurso pornográfico para o da indústria pornô ocorrido no século XX, primeiro por parte do cinema, depois do vídeo até chegar no discurso fragmentário da Internet.
No sétimo capítulo é discutida a literatura contemporânea, com ênfase nas passagens pornográficas de autoras que apelam para o discurso pornográfico como uma forma feminista de antítese do discurso falocêntrico da pornografia masculina, como em Breillat, Millet, Zwang, Duriès, Jelinek.
E a conclusão encerra com considerações freudianas de como o homem faz a clivagem entre mãe e puta na sua visão sobre as mulheres e como isso influência na confecção da pornografia falocêntrica, o autor ainda dá um lufar de esperança otimista com a consideração de que as mulheres estão cada vez mais rompendo a dominação de gênero fazendo de sua escrita um dispositivo para a sexualidade feminina.