Fer - Mato Por Livros 06/05/2015Uma realidade da qual todos queremos fugir!Aquela história que antes de começar você já sabe o tamanho da intensidade que vem por ai.
A história de Clara é ficção, mas poderia ser real. E infelizmente é. O que Clara viveu, muitas mulheres vivem dia após dia.
Clara e Gustavo aparentam ser o casal perfeito. Mas a perfeição realmente só fica nas aparências.
Quando Clara conheceu Gustavo, foi quase como um amor á primeira vista, Gustavo soube conquista-la rapidamente, e logo eles estavam casados. Para preocupação da família de Clara, que desde o inicio sentiu algo meio estranho no rapaz.
Logo após o casamento eles vão morar em outra cidade. Clara esperava começar uma vida a dois, maravilhosa. Gustavo, só queria manter sua esposa longe de tudo e de todos.
E o inferno começa.
Gustavo que de inicio parecia um homem bom, gentil e educado, agora se mostra como verdadeiramente é. Violento, possessivo, um louco capaz de tudo para manter a esposa somente a seu lado.
Aos poucos Clara vai acordando para o que será sua vida se continuar ao lado desse homem, mas fugir nunca parece uma boa opção.
Quando a família de Clara descobre, Gustavo fica louco e Clara vê a chance de fugir, mas tudo dá errado, e ela mais uma vez se vê nas garras do marido.
Idas e vindas, mudanças de cidade, muitas lágrimas, desespero (para Clara e para nós leitores), violência.
O mundo de uma mulher que vive sobre essas circunstâncias é narrado com perfeição por Sheila. O que nos faz sentir um ódio enorme por Gustavo, mas por Clara também.
Ok, tudo bem, eu sei que ela era a vitima, e sempre é fácil julgar estando fora do problema. Mas eu não conseguia entender como ela podia não pensar em uma denúncia? Não fazer algo mais concreto? Oportunidades ela tinha. É ai que nosso psicológico é trabalhado.
Como disse é sempre fácil julgar. Mas nós nunca vamos compreender - graças a Deus, algo que não se passa conosco, algo que vai além da nossa compreensão.
É fato que é difícil entender, como uma mulher pode amar um homem que faz esse tipo de coisa? Mas volto a dizer: a mente humana é um mistério indecifrável.
A vida de Clara continua nessa luta constante, até que ela decide realmente dar um ponto final nessa história.
Bem eu paro por aqui antes que cometa algum spoiler. O que posso dizer é que a história nos surpreende e nos indigna a cada pagina, quando achamos que, a solução dos problemas de Clara está chegando, uma reviravolta acontece.
O final foi incrível, eu esperava algo totalmente diferente, e realmente fiquei com muito medo da situação final. Claro que eu estava extremamente assustada com o rumo que as coisas estavam tomando, mas não tinha jeito, era esperar para ver.
Foi uma história que realmente mexeu demais comigo. Porque ao mesmo tempo, que sentimos ódio de Gustavo, com o final se aproximando, eu me perguntava o que havia acontecido em sua vida para transformá-lo nesse monstro. Claro que nada justifica algo assim, mas é impossível não pensar, em tantas pessoas que fogem de seus problemas, de suas dores, se transformando em algo que não são. O problema vai muito além. E é isso que me intriga nesse tipo de história.
É você querer ir a fundo na questão. Mas assim como na vida real, infelizmente muitas vezes a história “acaba” e você não vai entender o porquê de muitas situações.
O livro é super curtinho, li em pouco mais de uma hora. O único ponto negativo é que não existem diálogos na história. A narração é feita em terceira pessoa, para nos dar uma visão mais ampla, de Clara, de Gustavo e até de sua família, mas senti muita falta desses diálogos. E queria também mais da história. Eu senti que poderia haver mais, não que eu quisesse que Clara sofresse ainda mais, não mesmo, mas achei que poderia ter um pouco mais, até do passado de Gustavo. Bem como vocês podem perceber, eu sou a louca que quer faz de tudo para entender o porquê de algumas atitudes do ser humano rs.
Bem eu indico a leitura para todos que tenham estomago para se deparar com algo muito real. Como disse a história é ficção, mas é verossímil. Eu adoro esse tipo de história, apesar de sempre ficar meio “destruída”, eu adoro desse gosto de realidade, de pensar nos fatos, tentar compreender e refletir sobre várias nuances da vida.
Beijossss
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