Alceste / Electra / Hipólito

Alceste / Electra / Hipólito Eurípides




Resenhas - Alceste / Electra / Hipólito


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@entre.as.paginas 31/03/2022

Gostei bastante de Electra, versão da história que mais gostei. Alceste eu esperava algo diferente... Hipólito não me prendeu muito :/
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Sinue.Carla 28/02/2020

Conhecimento.
Há não muito tempo li "a paciente silenciosa", o conto de Alceste surgiu durante o livro me trazendo a curiosidade de me aprofundar nesta estória.
O amor pela literatura grega sempre me perseguiu e realmente me agradei ao ler algo novo como o Alceste e reler Electra e hipólito, faziam alguns anos que não me permitia ler peças.
Amo a diversidade literária!
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Fabio Shiva 13/11/2018

deus ex machina
Eurípedes (480 a.C. – 406 a.C.) é considerado um dos três grandes poetas trágicos da Grécia clássica, junto com Sófocles e Ésquilo. Uma de suas maiores contribuições para a dramaturgia universal foi a introdução do recurso do “deus ex machina”, expressão que indica uma solução inesperada, mirabolante e improvável para algum conflito da trama.

Atualmente o “deus ex machina” é considerado má ficção, mas é muito interessante travar contato com as primeiras histórias em que esse estratagema foi utilizado. “Alceste” é um bom exemplo desse uso, com a trama se encerrando de tal forma que ao leitor moderno só resta ficar um tempo de boca aberta, para então exclamar algo como: “Quê??? Como assim???”

Existe também uma estranheza psicológica que acaba sendo muito saborosa em uma leitura atual. Pois entre nós e os antigos gregos existem verdadeiros abismos difíceis de superar, algo que Nietzsche definiu muito bem ao dizer que a Grécia antiga era um mundo que mal podemos imaginar, “com espanto e horror”. Um exemplo dessa estranheza ocorre também em “Alceste”, que é a epítome da esposa dedicada e que aceita morrer no lugar de seu marido Admeto. Durante os funerais de Alceste, não é que Admeto tem uma briga feia com o pai, reclamando que o velho não se ofereceu para morrer no lugar dele, e que por isso foi culpa do pai Alceste morrer!

A tragédia de Electra é uma das mais famosas, por conta do “Complexo de Electra” freudiano. Só que a história não se presta tão bem à interpretação psicanalítica quanto a de Édipo. Afinal, Electra só quer matar a mãe por que esta se uniu ao amante para matar o marido!

“Hipólito” foi a minha favorita dessas três, por ser a que segue mais fielmente a estrutura da tragédia de Sófocles (meu autor trágico favorito). Nas outras duas é notável o esforço de finalizar a história de forma agradável ou amena. Não li ninguém falando sobre isso, mas talvez Eurípedes tenha se tornado o mais popular dentre os trágicos por ter meio que inventado o final feliz (junto com o “deus ex machina”).

Se você nunca leu uma tragédia grega, sugiro “Édipo Rei” de Sófocles, uma das melhores tramas que li na vida! Tanto que Aristóteles a louva em sua “Poética” como exemplo mais que perfeito do uso combinado de “reviravolta” e “reconhecimento” (dois outros recursos dramáticos muito comuns nas tragédias gregas e que continuam sendo utilizados até hoje).

E viva Melpômene, musa inspiradora da tragédia, a quem meu coração de poeta sempre rendeu os maiores tributos!

https://comunidaderesenhasliterarias.blogspot.com/2018/11/alceste-electra-hipolito-euripedes.html



site: https://www.facebook.com/sincronicidio
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Felipão 19/07/2016

Teatro grego
O que dizer de uma tragédia como Alceste? O primeiro ponto que se destaca é a beleza da narrativa, isto é, uma trama linda, pelo fato do acontecimento entre Alceste e Admeto, ocasionada pelas suas relações nos papeis de marido e esposa. O fato de Alceste ceder a vida pensando no marido é de um altruísmo imenso que chega a superar os limites humanos, ainda mais quando vivemos em um mundo que aparentemente predomina o oposto. É nisto que se define a atmosfera trágica, em que ocorre uma aproximação do leitor com as personagens. Em Electra, a catarse, no dizer de Aristóteles, se encontra no amor da mesma e de seu irmão, Orestes, pelo pai Agamenon, assassinado por Egisto, amante de Clitemnestra, esposa do rei, cometendo o terrível matricídio, que nos comove profundamente, apesar de reconhecermos a desonestidade da adúltera, nos levando a um dilema em que devemos escolher entre a vida e a morte da personagem.
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Peterson Boll 27/05/2015

Não é fácil ler tragédia grega. São dezenas de nomes, cada um relacionado com mais uma dezena de outros nomes (por isso eles tinham tantos deuses!), e você acaba se perdendo nesta miríade de substantivos próprios. Adiciona-se a isto, lágrimas e clamores em profusão (daí o nome, 'tragédia', que na verdade a expressão deriva justamente desta expressão artística). Depois de algum tempo e concentração, a história acaba se encaixando no perfil do leitor moderno (se o mesmo não houver desistido antes) e por fim, contagiando.
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Claire Scorzi 09/05/2011

Hipólito, uma lenda ateniense
Meu primeiro contato com o teatro grego clássico foi na faculdade. Aos 19 anos, li Édipo Rei, Antígona e Prometeu Acorrentado. Nada aconteceu; nenhum estalo. As tragédias gregas entraram no arquivo "não-vale-a-pena-ler". Julguei-as superestimadas.
Há poucos anos, não sei o motivo, fui ler Eumênides de Ésquilo. Minha perspectiva modificou-se, e, no decorrer do último ano, as peças gregas clássicas saíram do arquivo desprezível; entraram definitivamente em outro, "obras-a-ler". Pus-me a ler todas em que pude pôr as mãos.
Hipólito de Eurípides tem como assunto a mesma lenda ateniense que irá inspirar Racine no século XVII em Fedra. Hipólito é o filho de Teseu e tem como madrasta Fedra. A paixão dela pelo jovem trará a desgraça para ambos. Por tratar-se de uma história que todos conhecem, o que faz o interesse na peça de Eurípides é observar a maneira como ele dispõe os elementos; nisto é que fica visível sua habilidade e domínio dos recursos do gênero dramático.
Na sua versão, Hipólito, o enteado, e Fedra, a madrasta, jamais se enfrentam em cena - o momento em que a paixão de Fedra é revelada ao jovem dá-se através de uma criada, que sonda os sentimentos de Hipólito; Fedra os escuta escondida, fora da cena. Uma sutileza do autor? As duas personagens mais importantes da peça nunca contracenam embora tudo que lhes aconteça os relacione um com o outro.
Caluniado pela madrasta, Hipólito é renegado pelo pai, e acaba por sofrer um acidente; agonizante, ouve Teseu contar-lhe que descobriu seu engano e pedir seu perdão; então, o jovem morre.
Simples? Parece. Mas, espere. Hipólito é apresentado como um rapaz virtuoso, que cultua a deusa Artemis, deusa da caça e da virgindade; não se interessa por mulheres, só quer saber de caçadas; faz questão da pureza a fim de ser um seguidor fiel de Artemis e, por isso, irrita Afrodite, que para castigá-lo inflama Fedra de desejos pelo enteado. Eurípides o coloca em cena louvando a castidade - e a si mesmo. Por toda a peça, vemos Hipólito afirmando a própria inocência em relação à madrasta (o que é verdadeiro) e a própria pureza. E é aqui, nessa insistência de Eurípides, que repisa as falas autocentradas de Hipólito, que a peça parece menos evidente, mais tortuosa: estaria o autor do lado do filho de Teseu? O jovem é casto, nós o cremos (nenhum momento da peça o desmente, e a lenda na qual se baseou afirma-o); contudo faz demasiado o elogio de si mesmo. E fica-nos a suspeita do que Eurípides pode ter pretendido nos dizer com esse acréscimo. Artemis, a deusa da caça e da virgindade, e Afrodite, a do amor e da sensualidade, são as figuras motoras da peça - uma, que incita Fedra, a outra, que intervém para revelar a Teseu seu erro. No tratamento dado às duas (e ao que elas representam), porém, Eurípides não parece tomar o partido de nenhuma, mas, talvez, censurar à sua maneira o perigo de seguir fielmente qualquer das duas.
Críticos e estudiosos da obra desse trágico grego afirmam que ele não cria em nada, que era incapaz de comprometer-se; cinicamente - quem sabe? - Eurípides pode ter concluído, e usado Hipólito para dizê-lo, que é difícil ser virtuoso sem auto-elogiar-se.
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