Starkdiary 14/09/2021
O QUE FOI ISSO
"Esse é o mistério, não é? O labirinto é viver ou morrer? De qual deles você está tentando escapar?"
A primeira coisa que pensei quando li a última linha da última página foi: "meu deus, eu terminei o livro da minha vida e não sei como viver minha vida depois do que li aqui".
Eu percebi depois que estava sendo dramática, é claro que vou ler livros melhores que esse, mas me dê um desconto, a emoção foi grande.
Não entendia essa coisa que o pessoal da internet tem de odiar os livros do John Green e agora, depois de ler o romance de estreia do autor, continuo sem entender, é o melhor romance que já li - não que eu tenha lido centenas deles, se for perguntar.
Alasca é uma personagem apaixonante, conhecemos ela pela visão - sexualizada e apaixonada - de Miles, o que parece contribuir para isso (mas na série que adapta o livro, vemos que o garoto não estava exagerando nem um pouco). Seguindo falando dos personagens, achei que a personalidade "neutra" foi um ponto bem importante, já que Coronel e Alasca tem personalidades fortes, o que nos leva ao meu personagem preferido, Coronel. Green fez dos três um grupo de amigos que se completam, Coronel é o líder, mas também faz o papel do cérebro do grupo, Alasca fica com o sentimento - impulsivos, é claro -, com o enigma, a personagem que nos deixa instigados a querer conhecé-la melhor e, por último, temos Miles, que é o equilíbrio entre razão e emoção, que é equilibrado na maioria do tempo, mas se deixa levar pela emoção perto de Alasca.
Eu comecei sem fazer a mínima ideia do plot que acontece no meio do livro - que é muito bem desenvolvido, por sinal - e quis chorar quando aconteceu. Cada mínimo detalhe contribuiu para o afeto que desenvolvi por cada personagem e tornou tudo mais doloroso, eu diria, mais do que o eu estava psicologicamente preparada.
Mas acho que essa coisa de Miles de buscar um Grande Talvez foi a coisa mais interessante no enredo em si, por muitos motivos em específico, mas o principal é simples. Miles achou, em algum momento, que Alasca tinha incorporado o Grande Talvez, mas eu não interpretei assim. Acho que ele encontrou na escola exatamente o que procurava, a essência de algo relevante em que ele fizesse a diferença, ele queria fazer parte de algo, e conseguiu. Mais do que se apaixonar pela garota misteriosa e dolorosamente linda do colégio, acho que esse livro é sobre amizade, sobre como amigos de verdade fazem toda a diferença e como precisamos dele para nos sentirmos completos. Foi isso que Miles descobriu. Percebemos tal coisa no final, quando vemos o quão próximos Coronel e Miles se tornaram e a forma com que eles lidam com o ocorrido. Como é dito em Harry Potter e a pedra filosofal "há coisas que não dá pra fazer sem acabar gostando um do outro" e digo com segurança que o que eles passaram nesse ano é uma delas. Já reli minhas partes favoritas um milhão de vezes desde que acabei e não consigo parar. Simples, instigante, poético, inteligente e reflexivo. "Como vou sair desse labirinto?" Não sei a resposta nem para o meu labirinto, imagine para o de Alasca, mas tenho certeza que havia outra saída.