A literatura nazista na América

A literatura nazista na América Roberto Bolaño




Resenhas - A Literatura Nazi nas Américas


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Carla Verçoza 13/10/2021

Fiquei absurdamente impressionada com a criatividade do Bolaño.
Não que eu subestimasse sua capacidade imaginativa, longe disso, mas nesse livro, é realmente impressionante como ele consegue criar tantas biografias, tão cheias de detalhes, complexas, que as vezes parece impossível isso tudo não ser verdade.
Aqui já se vê as características da prosa do autor que seria tão bem desenvolvida em "Os Detetives Selvagens".
Ótima leitura.
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Adriano 06/02/2020

Que ficção genial.
Uma das melhores leituras que fiz esse ano.
Gigantesca a imaginação de Roberto Bolaño.
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Icaro 20/11/2023

Ficção pura
Roberto Bolaño foi um dos maiores escritores da América Latina, morreu jovem mas deixou textos marcantes.

Um desses é o ?A literatura nazista na América? publicado no Brasil pela Companhia das Letras.

Um compêndio de autores nazi-fascistas fictício que ajuda a explicar a presença do tema extremista em vários países da região.

Texto criativo ao ponto de indicar com exatidão personagens e livros que nos levam a crer ser reais.

Nota 9,2/10 ???
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arthur966 15/04/2024

Não há dúvidas de que desde o primeiro momento quis fazer parte desse mundo. logo compreendeu que só havia duas maneiras de ter acesso a ele: mediante a violência [...] ou pela literatura, que é uma forma de violência dissimulada.

outro dia ganhei uma sacola de uma livraria com uma frase (nem sei se verdadeira) do voltaire "nos deixe dançar e nos deixe ler, esses dois prazeres nunca farão nenhum mal ao mundo". muito engraçado.
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djoni moraes 13/12/2020

Enciclopédia ficcional de uma América real
Difícil de categorizar, esta obra de Bolaño parece curta em extensão mas é grande em conteúdo. Com uma linguagem e estrutura enciclopédicas, esta obra tenta conter a essência de um movimento literário latino-americano quase que intencionalmente esquecido.

É impossível não reconhecer neste pequeno livro a mão de um autor que escreveu Os Detetives Selvagens.
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thales.gaspari 20/06/2022

Acho que temos alguns escritores aos quais sempre voltamos como um ponto de apoio - porque têm a qualidade que buscamos em literatura. Entre os meus está o Roberto Bolaño.
Este é talvez o volume mais diferente que li dele, (tem até algo meio de Borgiano na estrutura que imita uma enciclopédia, um dicionário ou algo assim), mas possuiu também um apanhado de muitos dos temas que encontramos em outros livros dele. Gostei especialmente da última parte, onde a história do livro "Estrela distante" (o primeiro que li dele) praticamente se repete.
Com certeza não é o melhor livro de Bolaño, muito menos o melhor ponto de partida para conhecê-lo, mas se você se interessa pela obra dele, gostará. Achei também bem atual, visto os momentos políticos que vivemos.
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Orlando 04/08/2019

A Literatura Nazista na América Latina | Roberto Bolaño, a voz de um continente...
A Literatura Nazista na América Latina é pequeno em tamanho, mas é um poderoso alerta rico em execução e trás o melhor da literatura latino-americana... e não estou falando da literatura nazista produzida aqui...

Estou falando da literatura produzida por Roberto Bolaño, uma das mais importantes vozes das Literatura produzida em nosso continente.

A Literatura Nazista na América Latina | Realidade, Ficção, Literatura e Imaginação

Imagine você que o escritor chileno Roberto Bolaño tenha tido o trabalho hercúleo de levantar, descrever, rastrear e analisar vários escritores latino-americanos importantes que foram influenciados do Nazismo alemão em suas obras...

Imagine também que Bolaño analisou algumas dessas obras de forma pormenorizada, indo da poesia, crônica, romance, ficção científica e contos diversos...

Imagine também que ao final dessa longa jornada enciclopédica para nos apresentar esses escritores argentinos, brasileiros, uruguaios, chilenos, paraguaios etc, Bolaño tenha juntado todos esses registros e lançado este célebre A Literatura Nazista na América Latina no ano de 1996...

Livro este, por sinal, que colocou o criativo autor nos radares da crítica literária especial e o alçou para longos voos.

Imagine, por fim, que este A Literatura Nazista na América Latina tenha voltado às livrarias em nova edição pela Companhia das Letras em ocasião oportuníssima, dado os problemas políticos, sociais e culturais pelos quais passam muitos dos países do continente latino-americano...

Então, é nesse clima entre imaginação e realidade, entre fato e ficção, entre técnica e forma, entre sonho e delírio que A Literatura Nazista na América Latina nos brinda com uma miríade de nomes, obras, situações e estilos que fariam qualquer aspirante a escritor rolar desesperado diante de tamanha genialidade.

A Literatura Nazista na América Latina

Vamos aos fatos:

1) Roberto Bolaño realmente escreveu A Literatura Nazista na América Latina e o livro foi lançado originalmente em 1996 e o livro tem um tom enciclopédico detalhadíssimo e muito, muito instrutivo sobre a influência nazista em muitos autores de nosso continente;

2)A editora Companhia das Letras realmente relançou a obra em março de 2019, agraciando os leitores com a oportunidade ímpar de conhecer esta obra igualmente ímpar;

3) Ao melhor estilo do que já fez o grande Jorge Luiz Borges, Roberto Bolaño construiu sistematicamente uma enciclopédia rica em detalhes biográficos e literários sobre os nomes de alguns dos artistas mais produtivos latino-americanos, sejam amplamente conhecidos ou totalmente estranhos ao grande público;

40 Todos os nomes que integram este A Literatura Nazista na América Latina são total e inteiramente inventados, criados, montados, construídos apenas dentro da cabeça de Roberto Bolaño para seu livro... desde a vida pessoal, cronologia, estilo de escrita, obras publicadas, cidades onde vive e editoras por onde publicou, tudo é fruto da mente e da escrita absurdamente fantástica de Bolaño.

Mais uma vez, recorro ao nome de Borges para explicar aqui o que Bolaño construiu com seu livro. Assim como Borges, o chileno utilizou-se de um tom frio, distante, meio jornalístico e biografista, enciclopédico e didático para montar seu A Literatura Nazista na América Latina e nos guiar pelos verbetes vivos de cada autor, esmiuçando suas obras e inspirações e, claro, o sutil contato com a influência nazista em nosso continente.

Mas mesmo com uma prosa sistematizada, um texto levemente mecânico, um roteiro reto e uma estrutura bem delineada sem espaços para emotividades, Bolaño nos entrega o que há de melhor na literatura produzida na América Latina e faz jus ao legado de nomes antes de Borges e depois dele.

Mesmo no tom acadêmico de pesquisa histórica, o que o leitor tem em mãos nesse livro é o que há de melhor na ficção contemporânea, no romance fictício e na ficção histórica.

Exímio conhecedor de suas raízes latinas, Bolaño nos conduz não só por um apanhado de nomes e datas, ele cria de forma magistral narrativas pessoais, jornadas coletivas, realizações familiares e dramas dos personagens que apresenta em seu livro.

Roberto Bolaño, autor de A Literatura Nazista na América Latina

Poderosa sátira de nossa condição de continente colonial, A Literatura Nazista na América Latina nos enreda pela perspectiva do quão sedutor pode ser um discurso de grandeza, de progresso e modernidade para aqueles relegados ao segundo, terceiro ou quarto planos dentro da ordem mundial.

Mais do que um ensaio pretensioso, mais que um experimento arriscado, o que A Literatura Nazista na América Latina nos entrega é uma coletânea de contos que flertam com a realidade latino-americana e a ameaça de inspirações nefastas como as ideias nazistas que por aqui ancoraram entre as décadas de 1930 a 2010.

Bolaño segura nossas mãos e nos leva a passear pela influência silenciosa da criatividade artística que flerta com a política, com a promessa do grande e se deixa possuir pelo discurso de dominação, opressão e superioridade, mesmo que os latinos ocupassem um lugar perto do final dessa pretensa fila...

Mais do que sua voz e suas ideias e alertas, Roberto Bolaño ecoa as vozes e anseios de um continente todo dentro desse seu pequeno livro em número de páginas, mas uma grande obra em ideias, discursos e execução, haja vista que temos em mãos um primoroso exercício de técnica de escrita e produção de narrativas.

Com 240 páginas, A Literatura Nazista na América Latina enriquece não só o catálogo da Companhia das Letras, mas qualquer estante e qualquer mente que se aventura por suas páginas.

Além disso, é um livro vem também enriquecer o número de obras de Roberto Bolaño lançados por aqui ao lado de Detetives Selvagens, 2666 — dois tijolões do autor também presentes no catálogo da Companhia das Letras — e outros 13 livros já lançados no país pela editora.

Mais do que uma obra de entretenimento e um grande exercício inventivo, A Literatura Nazista na América Latina é um livro para se ler e reler, pensar, refletir e ponderar sobre a trajetória dos povos latino-americanos na conjuntura mundial e, nesse caso, não estou falando apenas do cenário político e econômico, estou falando do cenário artístico e cultural, no qual vozes como a de Bolaño vem somar forças indispensáveis para uma identidade tão múltipla quanto as que aqui são construídas.

Fundamental? Com certeza... Indispensável? Absolutamente... Diverte? Sem sombra de dúvidas; mas faz pensar ainda mais...

Sobre o Autor

Roberto Bolaño Nasceu em 1953, em Santiago do Chile. Instalado na Espanha a partir de 1977, exerceu diversas atividades manuais para sobreviver. Depois do sucesso de crítica de La literatura nazi en América (1996), publicou várias obras em poucos anos. Morreu de insuficiência hepática em Barcelona, em 15 julho de 2003.

A Literatura Nazista na América Latina | Sinopse e Ficha Técnica

Organizada como uma antologia de escritores simpáticos ao horror, esta engenhosa obra compila perfis dedicados à vida e aos livros de autores de um cânone fictício e delirante.

Ao antecipar todas as temáticas que viriam a ser recorrentes na obra do autor, A literatura nazista na América é um livro-chave e cada vez mais atual na sua reflexão sobre o mal e a violência.

As vidas imaginárias perfiladas neste livro — que pode ser lido como um volume de contos, mas, principalmente, como um romance, como queria seu autor — irão se converter numa paródia sombria (e atual) da história real da literatura e da política do continente.

-Título original: LA LITERATURA NAZI EN AMERICA
-Tradução: Rosa Freire d'Aguiar
-Capa: Raul Loureiro
-Páginas: 240
-Formato: 14.00 X 21.00 cm
-Acabamento: Brochura com Orelha
-Lançamento: 14/03/2019
-ISBN: 9788535932065
-Selo: Companhia das Letras

site: https://www.pontozero.net.br/2019/08/04/a-literatura-nazista-na-america-latina-roberto-bolano/
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Lameq 07/01/2023

Fazia um tempo que não lia algo com uma premissa tão interessante. Se arrancasse a capa e me desse o texto sem contexto, eu acreditaria que é um material documental.
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Cassionei 24/07/2019

UM BOLAÑO QUE FALTAVA
A Companhia das Letras poderia ter lançado há mais tempo a tradução de A literatura nazista na América, de Roberto Bolaño, mas os acontecimentos atuais no país acabaram proporcionando o momento oportuno, já que por aqui se discute se nazismo é de direita ou de esquerda (como se fizesse diferença) e muitos acusam o presidente de ser um reencarnação de Hitler (o que é um exagero). A obra, publicada originalmente em 1996, revelou ao mundo literário hispano-americano aquele que viria a ser um fenômeno mundial depois de sua morte, em 2003.

Apesar de ser vendido como romance, A literatura nazista na América é inclassificável. Bolaño afirmou em uma resenha sobre Bartleby e companhia, de Enrique Vila-Matas, publicada em Entre parêntesis, o que poderia ser atribuído a seu próprio livro: é “um romance híbrido, que reúne o melhor do conto e do jornalismo e a crônica e o diário de vida”. Trata-se de um conjunto de verbetes de uma enciclopédia fictícia, trazendo biografias de escritores de diferentes países, simpáticos, de certa forma, ao nacional-socialismo ou ao fascismo, num arco que vai de 1880, data de nascimento do argentino Mateo Aguirre Bengoechea, até 2029, data de falecimento do chileno Willy Schürholz, muitos anos depois da publicação da obra, portanto, o que a faz flertar com a literatura de antecipação, como acontece com o romance póstumo de Bolaño, 2666.

Os verbetes, escritos na 3ª pessoa, trazem desde ano de nascimento e morte dos autores, acrescidos de comentários muitas vezes críticos sobre suas respectivas obras, além de relatos biográficos, que muitas vezes conformam narrativas que prendem o leitor. Por isso não descartaria denominar os textos de “contos a la Borges”, pois a sombra do mestre argentino está presente, lembrando que, por seus posicionamentos políticos, ele poderia estar contemplado no livro, se é que um dos escritores retratados não seja inspirado nele.

Um dos capítulos destoa dos demais por ser uma narrativa em 1ª pessoa. Traz a história do chileno Carlos Ramírez Hoffman, que escrevia seus poemas nos céus de Santiago utilizando a fumaça de um avião. Esse poeta seria retomado no romance posterior de Bolaño, Estrella distante, porém com outro nome. Bolaño usou muito esse recurso de reaproveitar personagens em boa parte de sua obra.

No que se refere a escritores brasileiros, os verbetes mencionam dois escritores. Luiz Fontaine de Souza, nascido no Rio de Janeiro em 1900 e morto em 1977, tem um obra extensa e volumosa, principalmente na área de filosofia, como a Refutação de Voltaire. Já o capítulo sobre o fictício Amado Couto foi, segundo se especula nos bastidores, motivo para a saída de Rubem Fonseca da Companhia das Letras em 2009, depois que a editora começou a traduzir os livros de Roberto Bolaño. Fonseca é citado nominalmente como uma fonte de inspiração para Amado Couto e isso não teria agradado o autor de A grande arte.

Esse talvez tenha sido o real motivo do adiamento da tradução de A literatura nazista na América. Mas valeu a espera.

site: https://cassionei.blogspot.com/2019/06/um-bolano-que-faltava.html
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Vorspier 29/02/2020

É um compêndio sobre escritores do continente americano que flertam com o horror. Todos os retratados são autores fictícios criados por Bolaño, mas considerando a época de extremismos e xenofobia, acho que reflete um pouco o mundo atualmente.
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MaiorAbandonado 28/05/2023

Gênio
Primeiro contato com a escrita de Bolano e fiquei estupefato. Depois de 30 anos imerso no mundo da leitura e da literatura, encontrei algo simplesmente brilhante. A forma como Bolano cria cada um dos personagens, a profundidade e a conexão entre eles é verossímil demais. A veracidade é tamanha que em alguns momentos desconfiamos que aquelas pessoas são reais. O último conto, no qual Bolano se insere, dá uma impressão ainda maior sobre a realidade dos personagens. Além disso, a crítica proposta por Bolano sobre como a literatura pode colaborar para um pensamento fascista num país é algo contemporâneo. Pudemos ver como a crítica, os intelectuais e a imprensa influenciam as formas de pensar na realidade brasileira de 2013 pra cá, e segue influenciando. Aconselho fortemente a leitura.
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