Resenhas - Nações e Nacionalismo Desde 1780

Jaime Filho 07/10/2020

Gostei de tudo que li de Hobsbawm até agora. Até chegar em Nações e Nacionalismos. Leitura sofrível. Às vezes tive a sensação de que o autor havia escrito o livro para ele mesmo, não para o público. O excesso de parênteses e observações no corpo do texto atrapalha a fluidez. É um traço do autor, que nesta obra aparaceu mais vezes. Li e reli parágrafos inteiros buscando entender a mensagem, mas nem sempre fui feliz. Contudo, há que se ressaltar que o tema é complexo, abstrato, polêmico e inconclusivo. Terminei o texto com a sensação de que "Nação" é algo sem definição concreta e de fato não é. Nisso Hobsbawm foi impecável. Ser brasileiro, francês, inglês é algo cujo significado segue em construção. O que define uma nação? Língua, território, origem, crenças, costumes? Às vezes todos, às vezes nenhum destes. Se o livro não foi o mais prazeroso, ao menos conseguiu me provocar a estudar mais o tema. E assim o farei.

Volnei 29/01/2016

Nações e nacionalismo
O livro representa a sistematização de um esforço por parte de Hobsbawm à partir de conferencias realizadas em Belfast, que desemboca no balanço do nacionalismo no final do século XX. O autor destaca como desde a segunda guerra e especialmente desde 1960, as economias nacionais tem sido questionadas por uma nova divisão do trabalho que inclui organizações supranacionais acima do controle dos governos . O desenvolvimento tecnológico, a extensão do comércio internacional e a intensificação da migrações internacionais aceleram essa tendência que encontrou no final da bipolarização mundial entre duas superpotências sua consolidação

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Eduarda1880 02/10/2023

Hobsbawm traça a história do nascimento nacionalismo e doa Estados definidos como nações, bem como os fatores que possibilitaram ambos. É apresentado um panorama rico de informações e critérios acerca das nações e do seu surgimento, com base nos antigos impérios. São também relatadas as consequências boas e ruins dos avanços da política internacional que permeiam o mundo, desde 1780, até o final do século XX. Ademais, achei uma leitura cansativa, o que é de se esperar de um texto acadêmico, porém, poderia ser uma leitura mais proveitosa, se não fossem os tantos exemplos carregados de informações específicas que tiram o foco do entendimento. Várias partes eu precisei reler e reler para compreender.

Henrique 02/04/2019

Nações e Hobsbawn
O conceito de nação nunca foi algo totalmente claro de se entender, até porquê o sentimento e seu significado para cada grupo social foi formado de maneira distinta através de conflitos étnicos, linguísticos, econômicos, religiosos e até mesmo racial.

Hobsbawn neste livro irá elucidar melhor como foram se dando forma desde o século XVIII,antes de serem Estados-nações, nas ideologias liberais, passando pelo "princípio do ponto crítico"(onde apenas grandes territórios avançados tecnologicamente poderiam ter tal autonomia),pela interpretação marxista da história em que se dizia que a nação era uma evolução para chegar ao destino teleológico da humanidade, passando também pelo "princípio de nacionalidade" wilsoniano(onde qualquer grupo que se identifique como uma nação,merece autonomia)que após a Primeira Guerra Mundial este ideal foi mais abraçado pós o Tratado de Versalhes na Conferência de Paris em 1919.

Verá que modos de criar um nacionalismo também foi algo criativo das elites,desde imprensas que produziam produtos literários de determinada linguagem,dita como oficial pelo Estados-nação, à cinemas e esportes,que foram grande armas do fascismo italiano e da Alemanha Nazista.

Há também o fator Imperalista,onde diante de colonizadores,o sentimento nacionalista era criado de um modo diferente de união,de baixo para cima na estrutura social,algo que os países africanos e asiáticos seriam grandes exemplos no livro, entretanto,com o levante contra os Impérios,as diferenças religiosas,étnicas e de dialetos cresciam formando novos grupos nacionalistas.

Tudo isso está no livro,claro que de um modo bastante melhor explicado,por um dos melhores historiadores da contemporaneidade.

Tefis 03/02/2021

O Livro trás alguns conceitos de forma bem didática, contudo o Hobsbawm trabalha com momentos históricos diversos que necessitam de um pré conhecimento da história da europa do séc 16 ao 20, isso dificulta a leitura um pouco, pois diversas vezes tive que buscar sobre um evento que não conhecia.
Fora esse contratempo a obra trabalha conceitos que não são comuns ao estudo da história mundial nas escolas brasileiras, vale muito a pena.