A Literatura Escarlate 03/02/2024
O Grande Gaysby
O Grande Gatsby é um livro incomum para as minhas leituras usuais, mas o trabalho de capa e o livro como um todo da editora Geração, publicado em 1 de junho de 2013, chamaram minha atenção. A leitura começou inquietante devido à falta de detalhes da narrativa, mas logo fui envolvido pelo estilo do escritor F. Scott Fitzgerald (1896-1940). Na minha leitura, a falta de detalhes realça o tom de mistério e intriga, como um nevoeiro constante que envolve as personagens, que por muitas vezes se apresentam como plantas carnívoras, bonitas e perigosas, como o próprio J. Gatsby e Daisy, cujas histórias secretas são narradas pelo ponto de vista do narrador em primeira pessoa, o sr. Carraway.
Tal personagem se apresenta como a única pessoa honesta entre os moradores da classe rica de uma sociedade estadunidense da primavera dos anos 1922, e busca alcançar ?o sonho americano? de maneiras diferentes de seus pares, mesmo se envolvendo nos casos extraconjugais daqueles que o cercam e, por muitas vezes, dando sua opinião moral dos fatos narrados. Entretanto, até onde podemos confiar em um narrador em primeira pessoa? É através dos olhos do narrador que conhecemos melhor e nos afeiçoamos ao protagonista que dá título ao livro, e ficamos pensativos com o fim do romance. Sem dúvidas, fiquei reflexivo com a obra como um todo, principalmente com a crítica do autor à sociedade estadunidense da época, o que me parece não ter mudado muito. No fundo, ?o espírito americano? retratado por Fitzgerald ecoa até hoje.