Felipe1503 19/10/2023
Conheci Paulo Coelho através de um colega no ensino médio, me apresentaram o "Alquimista" e na época a obra me conquistou logo pelas primeiras paginas, é inegável a genialidade de Paulo Coelho, e todos os livros que eu já li me deram alguma coisa em troca por gastar meu tempo com isso. Porém esse livro é o meu favorito de cabeceira, me deu muito mais do que eu poderia imaginar e me pegou como chuva repentina em dia ensolarado.
Veronika transmite uma sensibilidade imensa sendo quase impossível não se identicar com ao menos um ou dois de seus pensamentos absurdos. Já no início entre as primeiras páginas quando somos pegos sem filtro com a descrição da protagonista cometendo seu próprio suicídio, parece um absurdo compactuar com isso, mas ela te convence a simplesmente ter um pouco de empatia por sua decisão, e isso toca ainda mais quando ela professa a seguinte frase "eu sei qual é o meu estado, e não é o que você está vendo em meu corpo, é o que está acontecendo na minha alma".
As discussões filosóficas entre os personagens sobre o que é um louco são simplismente geniais, isso foge muito do conceito básico de loucura que em geral temos definidos em mente, e esse é justamente o objetivo que o autor trás a tona, te fazer pensar se não estamos todos um pouco loucos assim como Veronika, apenas fingindo ser normais e só performando nossa real personalidade entre 4 paredes, já que a realidade é apenas o que a maioria das pessoas achou que deveria ser e quando se abre mão disso, todos te rotulam de "louco".
- O livro aborda muitas coisas, mas em geral, o resumo disso tudo seria que, pensar na própria vida é assustador, criamos problemas imaginários por medo de confrontar a nossa realidade, mas "o preço de enfrentar estes pequenos problemas é bem menor do que o preço de não reconhecê-los como nossos". Se não vamos correr o risco de estar vivos porque estamos sendo loucos, então, pelo o que estamos vivemos?
Estamos impregnados constanteme com tantos problemas imaginários que esquecemos com frequência do que de fato é verdadeiro e o que de fato é necessário.
"Ser louco talvez seja a única maneira de ser sadio neste mundo doente". Talvez, "pior são aqueles que não sabem que são loucos, porque ficam repetindo apenas o que os outros mandam".
Obrigado Paulo, por essa obra extremamente sensível e tocante!