Nathalia.Danielle 30/07/2015
Surpreendente mas maçante
Primeiramente, terei o máximo de cuidado para não revelar nenhum mistério a ser resolvido nessa trama. A história gira em torno de um Hotel aparentemente descente e acima de qualquer suspeita de Londres, enquanto todos acionam o botam da modernização, o Bertram tenta deixar toda áurea e conforto da Era Eduardiana.
Há vários pontos interessantes nesse livro, um dos quais mais me chamou atenção é que não se prende a um único mistério, temos aí 3 envolvimentos para serem desvendados que, a princípio, não tem nexo um com o outro:
Um desaparecimento de um velhinho caduco;
Um assalto a um trem
Um assassinato
As coisas vão ficando mais intrigantes e porque não dizer intrínsecas ao correr das páginas, Miss Marple, uma velhinha muito simpática e curiosa a respeito da vida alheia, se mostra de grande valia para o inspetor-chefe, responsável pelos casos, ela fornece algumas pistas para o mesmo e para nós leitores de modo muito sutil, assim mal percebemos quando o inspetor faz todas as ligações (aliás eu não resolvi o caso, porém, meu amigo disse que foi o primeiro livro em que ele desvendou o mistério, grande abraço pra Dudu que inclusive, me deu o livro). A senhorinha se mostra experiente em fazer ligações e não confiar demais em coincidências.
Algumas frases são profundas e eu fiz questão de marcar no livro, tais como:
"Quanto mais as coisas mudam, mais continuam a mesma"
"...Acho aliás, que já sabia disso antes - que não se pode nunca volta atrás, que não se deve tentar voltar atrás... Que a essência da vida é andar pra frente. A vida é na realidade uma rua de mão única, não é?"
"...Além disso, ela é bonita, a senhora sabe.
- É verdade - concordou Miss Marple - Os filhos de Lúcifer quase sempre são belos. E, como sabemos, florescem como o loureiro verdejante."
O que me fez tirar pontos do livro foi a extrema DEMORA pra ir direto ao assunto (talvez teria tirado 1 ponto, porém, o final me deixou de queixo caído, então...), sei que livros de Suspense são assim mesmo, ainda mais casos policiais, as coisas demoram para se revelar, mas esse livro lhe testa a paciência (tanto que desisti de lê-lo umas três vezes)
Exemplo disso é a TOTAL FALTA DE NECESSIDADE nesse parágrafo do livro (um entre vários):
"...De repente, a velocidade diminuiu, os freios agiram. As rodas gritaram ao agarrarem-se aos trilhos. A velocidade foi diminuindo... diminuindo... O guarda enfiou a cabeça pela janela, observou o sinal vermelho à frente, e o trem afinal parou. Alguns dos passageiros acordaram. A maioria continuou dormindo..."
(Séeeerio que esse parágrafo era necessário? Tá de brincadeira né?)
Porém, não pensem que é um livro em particular que ela faz isso, é característico dela, afinal, nem tudo é perfeito né?
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