O Vermelho e o Negro

O Vermelho e o Negro Stendhal




Resenhas - O Vermelho e o Negro


311 encontrados | exibindo 136 a 151
10 | 11 | 12 | 13 | 14 | 15 | 16 |


Luiza.Thereza 30/01/2018

O Vermelho e o Negro
Recebi este livro em Julho de dois mil e dezesseis pela TAG - Experiências Literárias. Não queria ter demorado tanto para lê-lo, mas sempre o deixava para depois, especialmente quando tinham os prazos das parcerias para cumprir.

Acabou que ele se tornou o primeiro desafio do ano no quesito resenha.

Julien Sorel é o filho mais moço (e mais odiado) de um carpinteiro rico de uma cidade fictícia da França que recebeu sua educação graças a um cirurgião-mor que se afeiçoara ao rapaz. Tal como seu maior idolo, Napoleão Bonaparte, Julien é ambicioso e possui sonhos de grandeza.

De sua vontade, Julien subiria socialmente seguindo carreira militar, mas, reconhecendo as mudanças que aconteciam na França pós-napoleônica, sua mente voltou-se para outro caminho rumo a aristocracia: a carreira eclesiástica.

(É a partir dessa troca de caminho que se constrói o título do livro. O vermelho da farda do exército substituído pelo negro da batina).

Revestindo suas características naturais como outras que lhe permitam sobreviver na sociedade opressora e preconceituosa que é a França do início do século XIX, Julien mostra toda a sagacidade narrativa que fez de Stendhal um dos maiores nomes da literatura francesa e mundial.

Considerando-se os livros de sua época (O Vermelho e o Negro foi publicado pela primeira vez em 1830), esta obra se destacou por preocupar-se menos com ambientações externas e mais com sentimentos e pensamentos de seus personagens (e não apenas do protagonista, mas de todos os que possuem alguma importância na trama).

Apesar da péssima fama que os clássicos em geral possuem (quase sempre relacionados à linguagem em que são escritos), minha maior dificuldade neste livro foi conseguir entender o contexto histórico em que o personagem se inseria, e dizer que se trata da época pós-napoleônica não foi exatamente de muita ajuda. (Talvez dizer que se trata de uma época em que os monarcas absolutistas (recém reempossados depois do fenômeno Napoleão Bonaparte) entraram, mais uma vez, em conflito com a classe burguesa seja mais esclarecedor.)

É bastante complicado ler um livro desse tipo sem ter acesso a uma fonte melhor de pesquisa para poder entendê-la melhor. Tenho certeza de esta resenha seria muito mais rica do que trago agora.

site: http://www.oslivrosdebela.com/2018/01/o-vermelho-e-o-negro-stendhal.html
comentários(0)comente



Guilherme.Barbosa 15/02/2018

Abandonei.
Abandonei!
comentários(0)comente



Nicke 04/04/2018

Mais de 30 marcações e um aperto no peito; vou sentir sua falta.
comentários(0)comente



Lucas 02/06/2018

Hipocrisia e materialidade: Os principais ingredientes da degradação moral e psicológica
Henri-Marie Beyle (1783-1842) é um nome obscuro no mundo literário. Não que lhe faltasse talento; apenas não seria apropriado que um francês republicano assinasse obras que contestavam violentamente a Restauração Francesa (1814-1830). Por esse motivo e outros mais turvos, esse errante francês viveu em diversas regiões da Europa, criando ensaios e obras de estilo seco e psicológico que caracterizam a escrita de Stendhal, alcunha que acabou acompanhando-o na eternidade literária.

A grande obra de Stendhal é O Vermelho e o Negro, de 1830, lançada num período de grande turbulência na França: a chamada Revolução de Julho, que pôs fim à monarquia restabelecida com a queda definitiva de Napoleão Bonaparte. A "revolução das barricadas", que tão bem é descrita por Victor Hugo nos últimos volumes de Os Miseráveis (1862), adquire importância no último terço da obra-prima de Stendhal, o que reforça o tom político que ela adquire.

Isso porque, ao se olhar a trajetória de vida do autor e as ideias do protagonista da obra, o carpinteiro Julien Sorel, percebe-se claramente que Stendhal desembocou em seu personagem principal muitos dos ideais nas quais ele defendia, como a República, um eterno senso de condenação à burguesia e a admiração a Napoleão Bonaparte. Este último ideal, inclusive, era considerado um crime grave aos bons costumes da época, já que as tragédias que envolveram o final do império napoleônico (principalmente a desastrosa invasão à Rússia em 1812) eram ainda muito recentes a uma classe superior acostumada às benesses do regime monárquico então restaurado.

Diante de tais particularidades, Stendhal desenvolve a história de Julien Sorel, um pobre filho de carpinteiro, nascido em Verrières, um pequeno distrito da cidade de Besançon, importante centro urbano do leste francês (terra natal do já citado Victor Hugo). Além da já mencionada pobreza, Sorel vivia em uma atmosfera cercada de aspereza e sem nenhum tipo de sensibilidade, que fazia dele, caçula numa família com dois irmãos, um ser inútil. Nestes momentos iniciais, Stendhal destaca com classe o preconceito que homens "letrados" possuíam num meio rural, onde a força bruta e o trabalho incessante eram armas de muito mais valia que a instrução. O garoto, inicialmente com 20 anos, cresce com certa mágoa em função dos seus sofrimentos (até físicos), o que ajuda a explicar o seu caráter futuro.

Julien só encontrava felicidade nos livros e era, em parte, protegido pelo curado que havia na região. Ele desfrutava de um "absurdo" inimaginável para pessoas de sua classe social: tinha aulas particulares com um vigário, que lhe ensinou tudo o que poderia ser repassado sobre temas litúrgicos e bíblicos. Além da Bíblia, Sorel adorava obras históricas de cunho militar, especialmente as que ressaltavam a habilidade de Napoleão no campo de batalha. Sua aplicação e inteligência eram tão grandes que acabaram conduzindo-o ao cargo de preceptor dos filhos do prefeito do distrito, não sem antes uma negociação financeira acirrada entre seu pai e o seu futuro patrão, o senhor de Rênal.

Esta mudança para um meio social mais superior é a marca do primeiro tomo (o livro foi dividido em dois tomos) de O Vermelho e o Negro. Dono de uma inegável inteligência racional, Sorel logo adquire a confiança de todos os frequentadores da residência (inclusive da esposa do prefeito, a senhora de Rênal), que constrói outro traço marcante do seu caráter no futuro: a arrogância, que alimenta ódio a pessoas "estúpidas", mas de classe superior. Esta compreensão, no presente, o faz ser menos retraído, o que lhe causa imensas perturbações. Alguns acontecimentos fortuitos acabam conduzindo o humilde provinciano a Paris, algo inimaginável para alguém na sua condição e que inicia a segunda parte da narrativa.

Lá ele se torna uma espécie de secretário do Marquês de La Mole, um legitimista ligado à monarquia e que, portanto, representa o seu diâmetro oposto em ideais políticos. Rico, frequenta e é anfitrião de vários eventos sociais da corte francesa, assim como a esposa e os dois filhos: o esnobe Norbert e a bela Mathilde. Como no primeiro tomo, Julien é acometido de perturbações da mesma natureza, relacionadas a sua presunção e inteligência superior, que o faz ser de extrema confiança do senhor de La Mole.

O fato de trabalhar e conviver com pessoas nas quais Julien tem mais ira é insumo para inúmeros exames de consciência. Neste segundo tomo, há vários diálogos, mas a maioria deles ocorre apenas na mente dos personagens. São reflexões, os prós e contras de determinadas atitudes, julgamentos, preconceitos exacerbados, entre outros, que caracterizam O Vermelho e o Negro como uma das primeiras obras realistas da história da literatura, mantendo a veia romântica da época, mesmo que deixando-a num segundo plano. O foco da narrativa é psicológico: tem-se em Stendhal um autor muito mais preocupado em descrever todos os campos da consciência dos principais personagens em detrimento de aspectos mais objetivos, como as aparências físicas de locais, roupas e de pessoas. E estes autoexames de consciência ocorrem sobre os mais diversos temas: o casamento, a hipocrisia das relações entre jovens, a importância primordial da classe social ante a todas as outras características de caráter, o amor, ora louco, ora cego, ora possessivo, ora repulsivo, etc.

A publicação da obra não trouxe grande estardalhaço no cenário da literatura francesa da época. Strendhal, antes mesmo de falecer vítima do que hoje se chama AVC, previa que suas obras só seriam reconhecidas após a sua morte, o que de fato ocorreu. Mas há indícios de que um dos maiores escritores franceses de todos os tempos, Honoré de Balzac (1799-1850), tenha tecido elogios aos trabalhos do seu conterrâneo obscuro. Prova maior desse reconhecimento, e até mesmo influência, está em Ilusões Perdidas (lançado entre 1836 e 1843), principal obra da monumental A Comédia Humana, que reunia todos os trabalhos da sua vida. A semelhança temática entre este livro e O Vermelho e o Negro salta aos olhos: ambos tratam de um jovem provinciano que tenta a vida em Paris, corrompendo-se em vários aspectos em nome do poder e status social. Mas, analisando-se outros tópicos, a semelhança não é tão destacável: a formação e influência familiar dos protagonistas são bem diferentes; a obra de Balzac é mais abrangente ao iluminar a hipocrisia da alta sociedade enquanto que Stendhal direciona sua narrativa para um círculo menor de relações, sempre tendo Julien Sorel como elemento central; as ambições destes mesmos protagonistas são bem diferentes; O Vermelho e o Negro traça elementos de maior inocência frente à crueldade do mundo real de Paris, enquanto que Ilusões Perdidas direciona essa mesma ingenuidade ao mundo midiático (notícias compradas em jornais, trocas de favores, etc.), entre outros pontos divergentes.

Talvez o principal aspecto que diferencia uma obra da outra está na finalidade com que cada um foi construído: Ilusões Perdidas é apenas uma parte de algo muito maior, a já citada A Comédia Humana. Não é uma narrativa que se resolve totalmente em si mesma, pois seu desfecho se mescla às outras obras da "enciclopédia social" de Balzac. Já O Vermelho e o Negro é mais "redondo" nesse ponto, oferecendo um desfecho que se torna previsível a partir de dois acontecimentos totalmente inesperados que ocorrem na última centena de páginas. O fim, que acaba se desenhando como esperado, é repleto de niilismo, crises psicológicas, amores doentios, etc. É uma mescla de cruezas realistas frente a um contexto que estava longe de ser o ideal.

A origem do título é fonte de controvérsias, mas a versão mais aceita trata da principal característica do livro: um jovem que busca ora ser um clérigo (manto negro) ou um soldado do exército (que vestia vermelho). E, ao buscar ser uma das duas coisas, Julien Sorel não consegue se encontrar tão facilmente nessa realidade, marcada pela hipocrisia e pelo status social. Mas a habilidade de Stendhal ao narrar as decadências morais que este meio materialista causa, o tornou, apesar da obscuridade, um dos grandes escritores do seu tempo.
comentários(0)comente



Gois 18/10/2021

Romance psicológico
Lendo os comentários desse livro depois que terminei vi que as pessoas se dividem entre os que amam e os que odeiam. Terminei há uma semana e ainda não decidi em qual grupo estou. Haha As primeiras 200 páginas do livro são bem interessantes, uma "crônica do Século XIX" na França (esse que é inclusive o subtítulo do livro). No entanto, as últimas 200 páginas são dramáticas (pra ser eufêmico) e eu revirei tanto o olho lendo as reviravoltas dos amores do personagem principal que quase perdi os olhos. É um romance psicológico bastante denso, com pouca ação. Mas consegui terminar e o fim é bizarramente surpreendente. Pra ser sincero, não saberia dizer se vale a leitura, mas quem for ler recomendo que vejam vídeos sobre o livro no YouTube para entender o contexto histórico no qual ele ocorre.
comentários(0)comente



Matheus 21/12/2021

Uma boa aula de história
Em um calhamaço de mais de 500 páginas, o autor tem que ser bom, se não o leitor desiste. Esse é o caso. O enredo é muito bom, cheio de novos acontecimentos que prendem até chegar no final do livro.
Mas também é um registro histórico da França pós revolução e pós era napoleônica (contém elementos para compreender um pouco das 2).
Isso traz algumas desvantagens, pois o autor escreve como endereçando para os viventes daquela época, o que torna alguns pontos do livro um pouco sem sentido. Ao mesmo tempo, te obriga a pesquisar um pouco sobre a época em que ocorre a narrativa.
Foi uma ótima experiência de leitura.
comentários(0)comente



Magasoares 17/10/2021

O Vermelho e o Negro
Só vou escrever essas linhas por causa do desafio do Skoob. A estória só começa a melhorar um pouquinho da metade até o final, mas é só mesmo um pouquinho, o livro chega a ser cansativo. Dei duas estrelas só por ser um clássico. Não recomendo.
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



Andre.S 01/01/2022

Um livro difícil de ler, no sentido do tema, onde um seminarista se entrega as paixões ordinárias do amor e da intriga. Com bons e maus momentos, para mim um livro mediano, para reler algum dia. Ponto alto , o esmero e a qualidade desta edição do Clube de Literatura Classica!
comentários(0)comente



Invasor de mentes 08/07/2023

Espetacular
Li essa obra acompanhando o Clóvis de Barros. Com ele o livro fica fácil, Uma história fascinante. Te prende do início ao fim.
comentários(0)comente



Maria. 04/02/2024

Ainda bem que esse foi o único livro escrito por Stendhal
Esse ter sido o segundo livro lido de 2024 só pode ser o início de uma maldição nas leituras do ano já que PUTA MERDA que livro arrastado, chato, sem graça e desinteressante
Dei 1 estrela por pena uma vez que não consigo numerar nem 1 coisa que tenha gostado nessa bomba, desde os personagens insuportáveis até a narrativa. Talvez a passagem premonitória da vida dos antepassados de Mathilde sirva de alguma forma, mesmo que breve.
Uma tortura psicológica ler aquelas citações inventadas e/ou atribuídas a pessoas erradas abrindo os capítulos, não tem nada que broxe mais um leitor. Parece descuido. Enfim, péssimo.
comentários(0)comente



Valéria 01/09/2020

Foi um livro de difícil leitura, tenso, denso. Que carece de paciência para compreender as relações não explícitas. O que esta lá é mutável de acordo com como percebemos o mundo.
Os gestos, pensamentos, vontades e atitudes são descritos de forma fascinante. A necessidade entre o criar e o destruir, confunde-nos a cada página. A ponderação entre os estágios da loucura, faz ver que loucos somos todos. Em Sorel temos um homem de brio, brilhante, inquieto, inconformado, capaz de mover -se na direção do que acredita, sem aceitar o destino dado da social condição ou da rudeza com que foi criado. Que intensifica suas paixões, que vivencia o desespero, a dor e a alegria com a mesma capacidade incontrovertivel com que vê o mundo.

" O meu Julien, ao contrário, somente gosta de agir sozinho. Nunca passou pela idéia dessa criatura privilegiada procurar apoio e socorro nos outros..."
comentários(0)comente



Sparr 03/03/2024

Dividido entre prepotência e orgulho, viu-se em decorrocada
Adorei a acidez e o sarcasmo com o qual Stendhal critica os moldes sociais de suas personagens, principalmente pelo fato de salientar que os ricos decidiam o futuro dos pobres de acordo com a utilidade que imaginavem para eles. E nada havia mudado, pois rei, imperador ou partido, todos estavam com seus bolsos tilintando moedas e servindo ao povo migalhas. Mas ele também mostra que orgulho, ganância e maldade nascem de ambição, esta não precisa de berço ou bolso para existir.
.
Há ainda a marca de como o povo era apartado da educação e do conhecimento, pois a base social mudaria drasticamente se o povo passasse a entender plenamente o local onde estavam inseridos na história. E no meio dessas críticas, para além de muitas mais, ele coloca em cena Julien. Um personagem ensimesmado, admirador compulsivo de Napoleão e um aproveitador barato, que via em seus parcos planos de ascensão, planos de batalha e guerra. Algo que destaco como engraçado em sua composição é o fato de ser descrito com um rapaz franzino e sem lá muitas atribuições, mas ter os olhos claros e ser bonito trajado de preto.
.
O fato de ver o ofício religioso como uma forma de ascender socialmente destaca, não a ausência de fé, mas algo em si mesmo, como hipocrisia e certa soberba.
.
As personagens femininas, ricas, ignorantes e criadas à parte da realidade, completamente perdidas em ilusões, nada conhecem da vida e a maneira como conhecem é extremamente divertida de acompanhar, mas seria terrível de viver.
.
Considerei a parte final do livro surpreendente pelas decisões que emolduram e são construídas com similaridade na base das histórias de outros personagens marcantes à história.
.
O contraponto entre fé e guerra se apresenta na narrativa, a meu ver, em mais de uma perspectiva, o que só torna o romance mais interessante.
.
Não achei as digressões afetadas, mas a segunda parte do livro deixa alguns personagens completamente acovardados e eles entram em paranoia muito facilmente, o que faz com que os pensamentos sejam mais expostos do que suas ações e isso pode tornar a leitura mais devagar para alguns.
.
Gostei muito da obra, deveria ter lido antes e aproveitei muito o que li agora.
comentários(0)comente



Bruna 27/04/2020

Bom mas enfadonho
Não achei uma história incrível mas apenas um fiel e interessante relato da França do século XIX e a busca incessante de Julien por um lugar na aristocracia que o fez ser uma pessoa ainda mais desprezível.
comentários(0)comente



Paulo 11/06/2020

Romântico
Achei a leitura um pouco maçante, mas o tempo e a história de Julien são muito bem construídos. Os amores são dramáticos e leais. Stendhal me rendeu um curto poema sobre uma palavra nova no meu vocabulário.
comentários(0)comente



311 encontrados | exibindo 136 a 151
10 | 11 | 12 | 13 | 14 | 15 | 16 |


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR