Livro de Resenha 04/01/2016
O começo de Jacinda
O primeiro volume da Série Draki de Sophie Jordan, autora best seller do New York Times, chama atenção por uma distinta palavra: draki. A leva de romances juvenis, tão carregada de lobos e vampiros, ganha um novo tipo de ser sobrenatural – os dragões – que pouco citados trazem uma mitologia nova e cheia de aspectos a explorar.
O primeiro volume apresenta Jacinda, uma draki capaz de cuspir fogo e que por essa habilidade tão incomum entre os de sua espécie é considerada um prodígio. A narrativa em primeira pessoa mostra que tipo de adolescente Jacinda é: presa em seu clã por ser especial, empurrada para um rapaz que não sente quaisquer sentimentos e com uma família que não entende seu dragão – draki. Não há piadas, nem o humor leve típico de narrativas adolescentes. Jacinda conta sua história de forma dura e o único momento em que sentimentos mais calorosos aparecem é quando ela está ao lado de Will, um caçador humano e benevolente que tem uma ligação especial com Jacinda e que poupou sua vida em uma caçada.
Devido a acontecimentos sua família foge do clã e vai para Chaparral, uma cidade distante e que se localiza ao lado de um deserto – um ambiente inóspito para drakis. Forçada a viver uma vida que não considera normal, Jacinda se ressente cada vez mais de sua família, mesmo entendendo que naquela situação não parece haver outra saída.
Pelo destino acaba estudando na mesma escola que Will e uma avalanche se forma por todos os segredos que precisa guardar, mesmo que o rapaz seja o único que trás a Jacinda seu draki de volta.
A forma como conta o sofrimento de seu draki e que mesmo assim parece aceita-lo pelo bem de sua família cria uma simpatia forte por Jacinda e pelos seus dramas pessoais que são acumulados cada vez mais.
Apesar da mitologia interessante ela é escassa nas descrições, se contentando com breves definições dos tipos de drakis existentes, o que trás curiosidade sobre o mundo draki e os motivos pelos quais criaturas tão poderosas são contidas em um mundo a parte, com medo dos caçadores – humanos que assassinam e vendem drakis para outros seres (que também são pouco explicados e não se sabe com certeza o que são).
Firelight mais parece uma introdução ao que realmente será a série, pois seus acontecimentos relevantes não são refletidos ao ponto de criar uma profundidade na história e tudo parece ser uma parte “rasa” do que realmente é o mundo dos caçadores e dos drakis. Jacinda é uma personagem em construção que ao lado de Will se mostra forte, mas tem poucas convicções quanto a necessidade de se libertar de uma família a ama mas não entende suas necessidades – e que é rotulada de egoísta de forma constante, mesmo que indireta.
A finalização do livro dá uma abertura para acontecimentos definitivos no universo do livro e cria uma expectativa grande ao ponto de continuar a leitura assim que se termina o primeiro volume.
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