Paulo de Tarso Lira 03/08/2023
Existe INDIVIDUALIDADE nas GUERRAS
George Orwell falou:
"A maneira mais rápida de acabar com uma guerra é perdê-la."
Existe no imaginário popular, pré conceitos nas obras sobre Guerras.
No Senhor dos anéis temos personagens ilibados e honrados, nas lutas, os malfeitores e os benfeitores são facilmente identificados por sua beleza ou a falta dela.
Em filmes de Guerra, facilmente identificamos as fases do protagonista, a tão falada jornada do Herói, mas, o que torna GOT uma história extraordinária?
Eu demorei um pouco mais de tempo para terminar o livro em comparação com o primeiro, talvez, isso se justifique, por causa do meu fascínio por introduções de histórias, onde tudo é muito interessante, há uma certa magia em acompanhar os personagens que estão começando a jornada, evidenciando suas falhas e estabelecendo suas Individualidades.
Mesmo diante dos acontecimentos que simplesmente acontecem em GOT, o livro se sustenta em decisões e consequências em cada região de Westeros, às vezes, são tantas batalhas e ações ao mesmo tempo, que o leitor sente-se perdido em alguns capítulos, entretanto, é isso que se espera de uma Guerra, imprevistos e reações improvisadas.
Gostei do Sr. Davos, seus antecedentes no reino, como sua relação com a Melinsandre e a descrença no deus vermelho, aos poucos, tudo isso indica o final do caminho de Stannis em sua fé cega.
Tyrion Lanister tem o protagonismo novamente, permaneço defendendo que ele é, o melhor personagem de GOT, os melhores capítulos são sobre ele, seus comentários ácidos e inconvenientes, nas conversas com sua irmã fica evidente que a raiva, o ressentimento e um certo temor reverencial de ambos, nessa relação de irmãos.
Arya Stark é sensacional, sua evolução de personagem é surpreendente, por último e não menos importante, Catelyn Stark, mesmo com uma participação um pouco reduzida, ela sempre rouba as cenas.
R. R. Martin conhece seus leitores, ele brinca com nossas expectativas, pois sabemos dos eventos antes dos personagens, às vezes, me percebia tentando adivinhar que tipo de movimentações políticas iria ocasionar e, mesmo assim, sempre me surpreendia.
No decorrer do livro, percebemos que cada um está lutando por seus interesses, tentando manter suas individualidades, mesmo que, para isso, precise exterminar o outro lado por meio de politicagem ou batalhas brutais usando Fogovivo.
Em momentos de guerra, temos uma falsa ideia de uniformização de pensamentos, pois há um líder falando em nome do povo. Na narrativa de GOT, Catelyn nos faz pensar em indivíduos, em pessoas que não lutam por poder, por glória e muito menos por seus interesses, assim como ela, essas pessoas fariam qualquer coisa para estar nos afagos de sua família.
Diante disso tudo, o que estamos dispostos a perder para acabar com as nossas próprias Guerras?