A Gaivota

A Gaivota Anton Tchekhov




Resenhas - A Gaivota


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Svartzorn 07/11/2015

Passível de ser lido como uma simples novela. Um enredo que, como ressaltado pelo posfácio, parece um pouco oculto no meio das trivialidades de uma burguesia russa do século XIX. Em todo caso, compreensível e uma mensagem bastante pertinente. Também digno de nota por conta dos pensamentos de alguns personagens acerca da arte da escrita. Futuros escritores, estejam atentos.
Mas, como não tenho qualquer experiência com dramaturgia, é possível que essa pequena resenha se saia muito mais cheia de diletantismo que de costume - provavelmente há algo que não estou captando. De qualquer modo, a simples leitura não substitui a vivência da peça em um teatro.
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Rico 29/08/2012

Nesta peça controversa e polêmica - ao menos para o espírito da época na qual ela fora encenada pela primeira vez, tendo custado ao autor críticas austeras - Tchékhov tece sua crítica ao teatro de sua época, elencando os sintomas de decadência não só da forma teatral mas do modo de vida da Rússia em que vivia; e mostra-nos, diferentemente de um simples crítico da negatividade, um outo teatro, pois o fracasso de sua peça deve-se, unicamente, a sua originalidade inegável. Dir-se-ia um teatro imanente à vida, que não põe em cena personagens gloriosos, heróis, vilões, mas a vida, por vezes miúda e medíocre, de pessoas comuns tentando dar jeito em suas próprias existências. Outra transvaloração do autor é no que diz respeito a estrutura da trama que não desenrrola-se mais à guisa de maniqueísmos, isto é, não são mais histórias em que o Bem e o Mal dispuntam entre si o domínio sobre o mundo, mas indivíduos vivendo suas vidas na pura inocência do devir, ou seja, sem culpa, sem o peso da culpa, daí a completa ausência de "mocinhos" e "bandidos". Não há encadeamentos causais entre os acontecimentos que se sucedem, inclusive os mais terríveis. Há tão só a vida em seus movimentos variados. Esta peça é, sem dúvida, uma chave para a nossa época e não apenas para a Rússia de Tchékhov, pois a decadência que ele pressentia é a nossa, ele fala já de um certo niilismo. Isso outros treatólogos também perceberam.
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