Guarilha 24/01/2014
Em 1500, Pedro Álvares Cabral e sua comitiva chegaram à terra que seria batizada de Brasil e encontraram índios, nus e limpos. Não houve excitação; não houve erotismo. Ao contrário, os portugueses os viram como “animais ingênuos”. Enquanto isso, na Europa, artistas retratavam o nu – pura arte poética, nenhuma conotação erótica.
No século XVIII, praticava-se o sexo no mato, pois dentro das casas a falta de um artigo caríssimo, a fechadura, impedia qualquer privacidade. Numa época na qual a Igreja regulava até as relações sexuais entre marido e mulher, era na missa que casais se encontravam. E lá, aproveitando a parca iluminação e os lugares bem escondidinhos, transavam.
A visão dos seios não excitava; mas a dos pezinhos, única parte feminina nua, sim. Quanto mais roupa a mulher usasse, mais interesse causaria no sexo oposto. Casais devidamente casados iam para a cama cheios de ordens da Igreja: sexo era para procriar (crescei e multiplicai). Tirar a roupa, nem pensar. Prazer? Só para os homens.
Mary Del Priore, conceituada historiadora, conta essa história, com detalhes, em seu livro. Nele, a autora revela a relação entre homens e mulheres, família e Igreja, tabus e hábitos, machismo e feminismo, fidelidade e adultério, filhos legítimos e ilegítimos, escravas e senhores.
Com linguagem fácil e esclarecedora - e por vezes irônica, “Histórias Íntimas” foi escrito por quem sabe tornar agradáveis assuntos que em outras mãos seriam chatos. O livro também conta com ilustrações divertidas, que mostram de um jeito bem humorado a evolução da nossa sexualidade e do nosso erotismo.