Dani 21/03/2017Carrie, A Estranha, Stephen KingEstranha é mesmo uma boa palavra para descrever a estudante Carrie White. Filha de uma mãe fanática religiosa e dotada de estranhos poderes que aparecem quando ela está realmente brava, a garota sempre foi alvo de chacotas em sua pequena cidade.
"Era como se o azar lhe seguisse os passos."
O livro Carrie, A Estranha segue intercalado entre passado e presente, nos oferecendo vislumbres e ideias da tragédia que ocorreu e, por meio da narrativa, o que a causou. Mesmo já conhecendo a estória por ter assistido bastante à adaptação de 2002, acabei me envolvendo e gostando de acompanhar a leitura.
"A sensação familiar de ódio-amor-medo turbilhonava dentro dela."
A narrativa de Stephen King eu já havia conhecido anteriormente em O Cemitério, e possui esse estilo insano cheio de sentimentos dos personagens sendo escavados. Conhecemos vários pontos de vistas ao longo da leitura, alguns personagens importantes, sendo bem fácil simpatizar com Carrie.
Senti esse misto de simpatia e pena pela personagem, me levando a perguntar onde foi que tudo deu errado, de quem é a culpa. Seria de Carrie por ter esses poderes? Dos adolescentes que zoaram-na por toda sua vida? Da mãe, que a concebeu em uma gravidez "errada"? O final do livro ainda apresenta uma outra hipótese.
"
Podia, podia ser, podeira estar...viva."
Esse livro flui bem, sendo o mais realista que pode com as passagens do presente, os recortes de jornais e tudo mais. Me lembrou aqueles casos policiais que você simplesmente se sente fascinado e, por isso, acaba pesquisando em vários sites, por vários pontos de vista, para entender o que realmente aconteceu.
"Tinha cometido algo perigoso que não mais poderia controlar - tinha quebrado a máscara e mostrado a face."
Entretanto, apesar de dar essa ideia de realidade próxima e narrativa sem pressa, a escrita do autor me deu muito nos nervos no fim do livro. Toda a enrolação durante os acontecimentos mais tensos do livro, aqueles que você devia simplesmente devorar por ser a reta final, me desanimou bastante.
"Foi isto que fez todo mundo rir. Não havia jeito. Era uma destas cenas que você ou ri ou enlouquece."
Pareceu que, como não havia mais o que contar, o autor quis apenas continuar enrolando para dar um bom número de páginas. Talvez seja apenas para deixar o leitor mergulhado na agonia, mas para mim não funcionou, me deu vontade de pular páginas.
Como eu só conhecia essa versão da estória do filme lançado em 2002, me surpreendi com os rumos que o final tomou. Foi uma boa leitura, mas ainda não vi o que tornou o autor tão especial, nesses dois livros.
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