História da Filosofia Ocidental

História da Filosofia Ocidental Bertrand Russell




Resenhas - História da Filosofia Ocidental - Livro Segundo


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Inlectus 13/07/2012

Magistral.


Obra magnífica de texto rico e instigante, texto de boa leitura, rica em conhecimento de história da filosofia.
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Lista de Livros 22/10/2017

Lista de Livros: História da Filosofia Ocidental: A Filosofia Católica (Vol. II), de Bertrand Russell
“A síntese do século XIII, que tinha um ar de perfeição e finalidade, foi destruída por diversas causas. Destas, talvez a mais importante haja sido o desenvolvimento de uma rica classe comercial, primeiro na Itália e depois em outros lugares. A aristocracia feudal, em geral, fora ignorante, estúpida e bárbara; a gente comum havia tomado o partido da Igreja, como superior à nobreza em inteligência, na moralidade e na capacidade para combater a anarquia. Mas a nova classe comercial era tão inteligente quanto o clero, tão bem informada em assuntos mundanos, mais capaz de lidar com os nobres e mais aceitável, para as classes inferiores urbanas, como campeã da liberdade civil. As tendências democráticas vieram à tona e, após ajudarem o Papa a vencer o Imperador, empreenderam a tarefa de emancipar a vida econômica do controle eclesiástico.
Outra causa do fim da Idade Média foi o advento de fortes monarquias nacionais na França, Inglaterra e Espanha. Havendo suprimido a anarquia interna, e aliando-se aos mercadores ricos contra a aristocracia, os reis, depois de meados do século XV, estavam suficientemente fortes para lutar contra o Papa no interesse nacional.
E, assim, a Renascença e a Reforma romperam a síntese medieval, que não havia ainda sido sucedida por nada tão metódico e aparentemente tão completo.”
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“Durante o século XV, várias outras causas se uniram ao declínio do papado para produzir uma mudança muito rápida tanto política como cultural. A pólvora fortaleceu os governos centrais a expensas da nobreza feudal. Na França e na Inglaterra, Luís XI e Eduardo IV aliaram-se à rica classe média, que os ajudaram a sufocar a anarquia aristocrática. A Itália, até os últimos anos do século, esteve bastante livre dos exércitos do Norte progrediu rapidamente tanto em riqueza como em cultura. A nova cultura era essencialmente pagã; admirava a Grécia e Roma e desprezava a Idade Média. A arquitetura e o estilo literário foram adaptados aos modelos antigos. Quando Constantinopla, a última sobrevivente da antiguidade, foi capturada pelos turcos, os gregos que se refugiaram na Itália foram recebidos com entusiasmo pelos humanistas. Vasco da Gama e Colombo alargaram o mundo, e Copérnico dilatou os céus. A Doação de Constantino foi rejeitada como uma fábula, submergindo ante a zombaria dos eruditos. Com a ajuda dos bizantinos, Platão veio a ser conhecido, não só em versões platônicas e agostinianas, mas também em primeira mão. Esta esfera sublunar já não aparecia como um vale de lágrimas, um lugar de dolorosa peregrinação ao outro mundo, mas como algo que proporcionava oportunidade para delícias pagãs, para a glória, a beleza e a aventura. Os longos séculos de ascetismo foram esquecidos num tumulto de arte, poesia e prazer. Mesmo na Itália, é certo, a Idade Média não morreu sem luta; Savonarola e Leonardo nasceram ambos no mesmo ano. Mas, de um modo geral, os velhos terrores deixaram de aterrorizar, e a nova liberdade do espírito revelou-se embriagadora. A embriaguez não podia durar, mas, entrementes, dissipou o medo. Nesse momento de jubilosa libertação nasceu o mundo moderno.”
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