Carol 03/12/2016"Não se preocupe! Eu sempre dou um jeito!"Lembro de assistir ao desenho animado de Píppi Meialonga quando criança e gostar da órfã que possuía uma força descomunal. Mas apenas agora, adulta, tive o prazer de ler o livro da sueca Astrid Lindgren, um clássico da literatura infanto-juvenil.
Com suas tranças vermelhas arqueadas para cima, vestidinho azul remendado, meias longas - uma marrom e outra preta - e sapatos enormes, Píppi é uma personagem cativante e inesquecível.
No início da historinha, a menina decide ir morar na Vila Vilekula com seu macaco de estimação, Sr. Nilson. Torna-se, então, vizinha das crianças "bem-comportadas", Aninha e Tom, que, fascinados, passam a viver aventuras cheias de engenhosidade.
Com apenas nove anos, Píppi é independente e se vira sozinha - como ela nos conta, a mãe está no Céu e o pai marinheiro, ao cair em alto-mar, foi parar numa ilha isolada, cheia de canibais. Sem os pais para lhe tolher, a menina é anárquica, travessa, cheia de imaginação.
Astrid Lindgren escreveu o livro a partir de uma tirada de sua filha caçula. A menina, acamada devido à uma pneumonia, pediu à mãe que lhe contasse a história de Píppi Meialonga.
Publicado em 1945, o livro foi sucesso imediato. Na época do pós-guerra, a sociedade sueca começava a questionar o rigor excessivo na educação infantil. E Píppi veio ao encontro deste anseio.
A representação literária de uma menina corajosa, forte, inventiva, é sempre louvável. Ratifico minha opinião de que a literatura infantil europeia aborda de uma maneira melhor a infância. Criança deve ser orientada e não protegida ao extremo dos "bichos-papões"".
Leitura recomendada para todas as idades.