Nando 20/11/2011Esse livro marcou história na minha prateleira...... Como o primeiro livro que eu abandonei na vida. E olha que já perseverei por muito livro ruim pra diabo (Né Eragon e Eldest? Última vez que pego no pé do Eragon. Juro... :x).
Eon foi um livro que vi numa prateleira da FNAC com uma capa e uma premissa bastante interessante. Pena que aparências enganam... Esse livro tinha tudo pra dar certo e me admira muito que tenha dado tão errado. O autor evita recorrer a uma temática super-saturada de fantasia medieval baseada nas culturas européias pra usar as culturas do extremo oriente. Ele cria conceitos interessantes e tudo mais, mas peca na história inteira. Personagens, situações, narrativa chata pra diabo...
Já vou avisar que pode ter Spoiler, leia por sua conta e risco.
Trama: O livro se passa em um mundo de fantasia baseado na China antiga, onde guerreiros místicos conhecidos como Dragon Eye. Existe um Dragon Eye pra cada um dos doze dragões-signos do zodíaco (chinês) e ser nomeado um Dragon Eye é uma honra que garante grande poder político e riqueza para si e a família. E eis que a história começa. O personagem central é Eon, ou melhor, Eona. Ela é uma candidata a Dragon Eye, patrocinada por um mestre mesquinho cuja família perdeu as riquezas e o prestígio e que deseja recuperá-los através da jovem Eona. Problemas: Não só é proibido que mulheres recebam treinamento de Dragon Eye, como Eona sofreu um acidente na infância que a deixou coxa de uma perna. Então por que diabos esse filhadap... foi bancar treinamento justo pra uma garota manca? Simples: Eona vê o espectro de todos os doze dragões. E isso é raro, uma vez que cada candidato enxerga somente o espectro de um, aquele a qual ele deve se candidatar e se passar por uma série de testes, ser admitido como aprendiz Dragon Eye. E lá se vai Eona, passando-se por um eunuco (Ou homem-sombra. Termo perjorativo pra Eunucos naquela sociedade), treinar e sofrer testes pra se tornar a próxima Dragon Eye rato. Eona não passa nos testes (Que este ano foi oncluído um teste de batalha contra um mestre Dragon Eye, só pra sacanear a vida da pobre coitada) e já imaginava a bronca que ia levar do mestre, quando o Dragão-Espelho (ou Dragão-Dragão), o mais poderoso dos 12 dragões e o único atualmente sem um guerreiro Dragon Eye elege Eona como sua representante. Após uma cerimônia turbulenta na arena de lutas, Eona acorda num quarto do palácio real com seu mestre e os servos cuidando dela e felizes da vida que ela foi nomeada uma aprendiz Dragon Eye. Contudo, ela se recusou a dizer seu verdadeiro nome ao Dragão durante a cerimônia e por sua vez, o Dragão se recusou a revelar o seu a ela. E Eona descobre que é incapaz de invocar os poderes do seu dragão sem saber seu nome. Foi até onde eu li. A partir daí é especulação da minha parte, mas Eon se envolve em jogos de intriga na corte e deveria ter algum lance épico nessa história chata bagaraio.
Personagens: O principal é Eon. Não gosto de Mary Sues, com vidas perfeitinhas e chatas, mas é irritante ler uma história onde um personagem só se fode. E Eon é uma história que até quando a personagem se excede, ela só se fode. Sem contar que como toda fodida que se preze ela se afoga em auto-piedade. Eon(a) é na verdade uma personagem irritante. Muitos outros personagens coadjuvantes aparecem na história, mas nenhum é realmente interessante. Tem o garoto que foi eleito o Dragon Eye Rato, o mestre mesquinho, os servos do mestre mesquinho, o Mestre Dragon Eye que parece determinado a foder (como se precisasse) ainda mais a já fodida vida de Eon, o travesti amante do imperador (Talvez o único personagem com um pouco mais de profundidade do livro). Aliás, o livro inteiro gira em torno do desinteressante. Eu li mais de duzentas páginas empurrando com a barriga até achar algo interessante pra ler. Outro livro.
Como eu disse, um bom personagem não se trata de ter uma vida perfeitinha, mas viver na rua da amargura também não vai alanvancar interesse de ninguém. Se o personagem não é interessante não tem santo que ajuda. E Eon é assim. Um monte de personagens clichêzentos, sem personalidade e mais rasos que um pires. Tudo bem dar uma vida
sofrida pros seus personagens. Eu gosto de citar os personagens da casa Stark das Crônicas de Fogo e Gelo. Só se fodem, mas são personagens super-interessantes, complexos, humanos, com verdadeiros sentimentos e orientações. Com ideiais. E não tão complexados quanto a perseguida.
Cenário: O cenário de Eon me chamou bastante a atenção. Nisso, o autor acertou. Enquanto os outros mundos de fantasia se baseiam na super-saturada fórmula Tolkien e nas sociedades européias medievais, Eon é ambientado numa cultura similar a da China antiga, com lutadores de kung-fu, monges shao-lin, feiticeiros e espadachins, etç.
E isso me chamou muita a atenção. Sou mais fã da cultura japonesa, dos samurais e tudo mais, mas enfim. Como essa temática é tão excassa quando se trata de livros de fantasia, comprei Eon com uma curiosidade voraz. Mas nem tive tempo de explorar esse cenário por que estava empurrando com a barriga a leitura de uma trama tão chata.
Enfim, esse livro entrou pra história como o primeiro livro que eu abandonei. Holy crap... Crônicas dos Senhores de Castelo é mais interessante que esse livro! O trem tá feio heim Eon... Eona... Quem quer que você seja... :x