Natália 29/12/2011http://www.vireapagina.com"A Sensitiva" não possui quase nenhuma ligação com "A Vidente", seu livro antecessor, apesar de tratarem da mesma família - os Wherlocke e sua ramificação, os Vaughn - dos dons estranhos. Mesmo assim, impossível não estabelecer uma comparação, porque É A MESMA HISTÓRIA. Sabe quando você vê um ator ou atriz em algum filme e pensa "conheço essa pessoa de algum lugar"? Pois então. Foi meu sentimento em relação a esse livro.
Primeiro porque os personagens possuem as mesmas características:
- Temos Clarissa, a vadia fria que está casando ou casou por dinheiro (Beatrice, em "A Vidente") e seu comparsa Charles (Arthur)
- Paulinho, a criança fofa (Anthony)
- Lady Mary, a mãe que apoia todas as decisões do filho, inclusive o relacionamento extraconjugal dele (Lady Evelyn)
- Tia Olímpia, a mulher excêntrica (uma versão mais nova e mais light de Lady Marston)
Hannah parecer ter pego os mesmo personagens, trocado os nomes e feito um "novo" livro, ou seja, figurinhas repetidas. Até as tramas se parecem: o mocinho se vê preso a um casamento do qual não quer fazer parte, se apaixona por uma moça de origens desinteressantes (no caso de Pen porque ela vivia às escondidas e não era uma herdeira) e os dois se envolvem em um romance proibido, com muito sexo. Pra vocês terem uma ideia, até as cenas picantes são iguais às do primeiro livro.
Uma mudança que fez toda a diferença foi a presença mais forte dos dons psíquicos, até porque dessa vez temos mais Wherlocke e Vaughn pra fazer esquisitices. Um dos meninos de Pen pode mover objetos com a mente e um tio pode fazer você confessar seus maiores segredos com apenas um olhar. E tanto eles quanto a própria Penélope usam seus poderes com bastante frequência ao decorrer da trama.
Temos também os amigos de Ashton, que deveriam ter recebido uma atenção maior, pois são, de longe, os personagens mais interessantes. Tanto por sua histórias (como a de Brant, pobre homem. Ele deveria ganhar um livro contando sua trajetóriia!) quanto pela simpatia. Os momentos de conversa entre eles e Ashton têm um humor sutil e se não fosse por eles, o visconde Radmoor e sua amada nunca teriam se encontrado.
Já a edição continua a mesma coisa, com muitos "ques" e "os/as tais". Agora, o "moçinhas" na décima segunda página foi uma facada no coração.
Fora todas essas coisas, pode ser uma leitura legal (mas nunca emocionante, porque é previsível) pra quem começar a trilogia por ele. Como gostei (muito!) de "A Vidente", provavelmente teria gostado de "A Sensitiva" se tivesse lido de primeira.
Consideração final: com certeza não é um must read.