spoiler visualizarGustavo.Jaccottet 17/07/2021
Uma novela militar
Quem pensa que vai se deparar com uma obra puramente de ficção científica, está enganado. Robert A. Heinlein parece estar fazendo uma alegoria dentro de Annapolis, West Point ou Colorado Springs. O universo por ele criado, duma Federação Terrana e alianças interplanetárias, com territórios afastados da Terra, numa ideia duma commonwealth galática, está em crise por causa duma guerra entre seres humanos e insetos. À medida que o conflito se desenvolve, até chegar efetivamente à Terra, o estudante Juan Rico, filho duma família abastada, decide ser um conscrito para prestar o seu serviço militar e assim ganhar o direito de cidadania, ou seja, o de votar e o de ser votado. No mundo de Heinlein, apenas quem já serviu à Federação pode ter direitos políticos, o que é um dos muitos dilemas morais que são trazidos à tona durante a leitura, pois o Autor fez um texto bastante rico em detalhes bélicos, sem deixar de lado o aspecto moral e histórico no qual todos nós estamos insertos.
No desenvolver o livro, o conscrito que passa a ser recruta, decidindo sê-lo depois das aulas de História e Moral do Prof. Dubois (Coronel Refornado), recebe a sugestão de se alistar para a escola de formação de oficiais, sem nunca esquecer a Infantaria Móvel, para onde fora designado, e suas origens, pois acaba servindo junto de seu pai, que fora totalmente contra o seu alistamento sob o argumento da família estar afastada da política há mais de 100 anos e a Federação não estar em Guerra. Entre a Paz e a Guerra há uma linha tênue e o conflito entre os humanos e os insetos acarreta na destruição de Buenos Aires e na instauração dum estado de sítio, que vai fazer com que o leitor imerja num mundo encantador e que mostra a humanidade por detrás dos militares.