Carla.Parreira 02/10/2023
As dores da alma
Melhores trechos: ??A timidez pode ser considerada uma autocrueldade. O acanhado vigia-se e, ao mesmo tempo, vigia os outros, vivendo numa autoprisão. Em razão de ser aceito por todos, ele não defende sua vontade, mas sim a vontade das pessoas. Pensa que há algo de errado com ele, não desenvolve a autoconfiança e, continuamente, se esconde por inibição. Pensar e agir, defendendo nosso intimo e nossos direitos inatos e, definindo nossas perspectivas pessoais, sem subtrair os direitos dos outros é a imunização conta a autocrueldade. Para vivermos bem com nós mesmos, é preciso estabelecermos padrões de auto-respeito, aprendendo a dizer ?não sei?, ?não compreendo?, ?não concordo? e ?não me importo??
?Pertencer-se a si mesmo?, conforme nos asseveram os Espíritos, é exercer a liberdade de não precisar conciliar as opiniões dos homens e de livrar-se das amarras da tirania social, da escravidão do convencionalismo religioso, das vulgaridades do consumismo, da constrição de ser dependente, enfim, do medo do que dirão os outros. A solução para a autocrueldade será a nossa tomada de consciência de que temos a liberdade por ?direito que vem da Natureza??
Por trás de todo ato de crueldade, sempre existe um pedido de socorro. Precisamos escutar esse apelo inarticulado e dissolver a violência com nossos gestos de amor?
A cada instante, estamos criando impressões muito fortes na atmosfera espiritual, emocional, mental e física da comunidade onde vivemos. Todo envolvimento na vida tem um propósito determinado cujo entendimento, além de esclarecer nosso valor pessoal, favorecerá o amor, o respeito e a aceitação de cada um de nossos semelhantes?
Os indivíduos portadores de uma personalidade orgulhosa se apóiam em um principio de total submissão às regras e costumes sociais, bem como os defendem energicamente. Utilizam-se de um impetuoso interesse por tudo aquilo que se convencionou chamar de certo ou errado, porque isso lhes proporciona uma fictícia ?cartilha do bem?, em que, ao manuseá-la, possam encontrar os instrumentos para manipular e dominar e, assim, se sintam ocupando uma posição de inquestionável autoridade?
Quase sempre se autodeterminam ?bem-intencionados? e sustentam uma aura de pessoas delicadas, evoluídas e desprendidas, distraindo os indivíduos para que não percebam as expressões sintomáticas que denunciam suas posturas de severo critico, policiais e disciplinador das consciências?
A compulsão de querer controlar a vida alheia é fruto de nosso orgulho?
O Mestre entendia que, se combatêssemos e lutássemos contra nossos erros, poderíamos ?potencializá-los?. Nunca usava de força e imposição, mas de uma técnica para que pudéssemos desenvolver a ?virtude oposta??
Nunca amadureceremos, se deixarmos os outros pensarem por nós e determinarem nossas escolhas? Os acontecimentos exteriores de nossa vida são o resultado direto de nossas atitudes internas? O amadurecimento do ser humano inicia-se quando cessam suas acusações ao mundo?
A mudança de nosso destino somente ocorre quando, realmente, assumimos a responsabilidade por nossa vida, usando de determinação e vontade. Essa transformação, entretanto, não é realizada de um momento para o outro, ou mesmo, não se trata de um simples querer caprichoso; em verdade, é produto de uma seqüência de escolhas ao longo de inúmeras experiências e acontecimentos?
Tudo o que criticarmos, veementemente, no exterior encontraremos em nossa intimidade. Isso nos leva a entender que o ambiente em que vivemos é, em verdade, um espelho onde nos vemos exata e realmente como somos?
O sofrimento sempre entra em ação, quando não aprendemos espontaneamente?
A consciência humana está quase sempre envolvida por ilusões, que impossibilitam, por um lado, a capacidade de autopercepção; por outro, dificultam o contato com a realidade das coisas e pessoas?
A alegria e o sofrimento não estão nos fatos e nas coisas da vida, mas sim na forma como a mente os percebe?
A repressão das emoções inibe o ritmo e a pulsação interna, limita a vitalidade e reduz a percepção?
Ancorado pelo receio e pela desconfiança, criamos resistências, obstáculos e tropeços que nos impedem de avançar. Passamos, então, a não viver novas experiências, não receber novos pensamentos e não fazer novas amizades, estacionando e dificultando nossa caminhada e progresso íntimo?
?A beleza não está somente nas flores do jardim, mas, antes de tudo, nos olhos de quem as admira??
O medo indefinido provém de repressão de impulsos considerados inaceitáveis que existem dentro de nós, da ausência de contrição de nossas faltas, da não-admissão de nossos erros, descompensando nosso corpo energeticamente com o peso dos fardos do temor e do pânico?
Confiemos na Paternidade Universal que rege a todos, visto que preocupação, em síntese, é desconfiança nas Leis da Vida?
O dia de hoje nos fornecerá exatamente as oportunidades de que precisamos para compor com estrofes e versos harmônicos o ?poema de nossa vida? cuja métrica foi antecipadamente determinada por nós no ontem. Nossas experiências da vida não acontecem por acaso. O Planejamento Divino nada faz sem um designo proveitoso; tudo tem sua razão de ser. Não é preciso desespero, nem preocupação; tudo acontece como tem que acontecer?
Viciados são todos aqueles que se enfraqueceram diante da vida e se refugiaram na dependência de pessoas ou substancias?
Sofremos de solidão toda vez que desprezamos as inerentes vocações e naturais tendências de nossa alma. Assim que nos distanciamos do que realmente somos, criamos um autodesprezo, passando, a partir daí, a desenvolver um sentimento de soledade, mesmo rodeados das pessoas mais importantes e queridas de nossa vida?
Quase todos nós crescemos ansiosamente querendo ser adequados e certos para o mundo, porque acreditamos que não somos suficientemente bons para ser amados pelo que somos. Por isso, procuramos, desesperadamente, igualar-nos a uma imagem que criamos de como deveríamos ser. O esforço metódico para sustentar essa versão idealizada é responsável por grande parte dos nossos problemas de relacionamento conosco e com os outros?
Eis a razão de viver bem consigo mesmo: tudo passa, pois todos somos viajores do Universo, porém só nós vivemos eternamente com nós mesmos?
Lembremo-nos de que a solidão aparece, quando negamos nossos sentimentos e ignoramos nossas experiências interiores. Essa forma comportamental tende a fazer-nos ver as coisas do jeito como queremos ver, ou seja, como nos é conveniente, em vez de vê-las como realmente são. Assim é que distorcemos nossa realidade?
Na solidão, é que encontramos sanidade para nosso mundo interior, respostas seguras para nossos caminhos incertos e nutrição vitalizante para os labores que enfrentamos em nossa viagem terrena? Jesus Cristo, constantemente, se retirava para a intimidade que o silencio proporcionava, pois entendia que a elevação de alma somente é possível na ?privacidade da solidão??
Ouçamos com os ouvidos internos, pois ninguém pode assimilar vem uma experiência que não provenha de sua própria orientação interior. Ninguém é capaz de seguir sua verdadeira estrada existencial, se não refletir sobre sua essência?
Problemas são estímulos que a Vida nos apresenta para nos autoconhecer?
O automatismo permite que muitos de nós tenhamos uma seqüência enorme de comportamentos, sem ao menos notarmos onde nasceram. Quer dizer, não compreendemos claramente os motivos e os significados ou mesmo a qualidade dos impulsos iniciais. A arte de perceber de forma clara e real nossas mais intimas intenções é uma das tarefas do processo evolutivo pelo qual todos estamos passando?
A vaidade é um desejo superlativo de chamar a atenção, ou a presunção de ser aplaudido e reverenciado perante os outros. É a ostentação dos que procuram elogios, ou a ilusão dos que querem ter êxito diante do mundo e não dentro de si mesmo? Procuremos então viver, não como proprietários definitivos de nossas posses, mas apenas como usufrutuários delas?
Comportando-se com racionalidade: caridade sem salvacionismo; humildade sem baixa estima; determinação sem atrevimento; obediência sem submissão; bondade sem anulação da personalidade; compaixão sem sentimentalismo; segurança sem impulsividade; perseverança sem obstinação?
É essencial lembrar-nos de que sempre é possível alterar ou transformar nosso ?estilo de vida?. Para tanto, não duvidemos de nossas aptidões e vocações naturais, nem questionemos, sistematicamente, nossas forças interiores. Para obtermos autoconfiança, somente é preciso reivindicarmos, valorosamente, o que já existe em nós por direito divino?
A baixa estima ou autopiedade pode-nos levar a ser vitimas de nós mesmos, pois estaremos somatizando essas emoções negativas em forma de doenças?
O sentimento de inferioridade ou de baixa estima associa as criaturas a uma resignação exagerada, a um autodesleixo ou descuido das coisas pessoais. A perda do senso de autovalorização é também conseqüência do sentimento de inferioridade, que remete os indivíduos à vivencia entre ?hábitos cronometrados? e uma ?mecanização dos costumes?? Somos potencialmente capazes de tomar decisões sem ter que recorrer a intermináveis conselhos; possuímos uma individualidade divina completamente distinta da dos outros; fazemos as coisas porque gostamos, não para agradar as pessoas; encontraremos sempre novos relacionamentos; por isso, não temos medo de ser abandonados; usaremos constantemente, de nosso bom senso; portanto, as criticas e as desaprovações não nos atingirão com facilidade; tomaremos nossas próprias decisões, respeitando, porém, as dos outros; confiaremos na Luz Maior que há em nós; ela sempre nos guiará pelos melhores caminhos?
Atitudes exageradas de um indivíduo significam, quase sempre, o contrario do que ele declara. Excesso de pudor ? compensação de desejos sexuais normais reprimidos. Excesso de afabilidade ? compensação de agressividade mal elaborada. Excesso de alimentação ? compensação de insegurança ou necessidade de proteção. Excesso de religião ? compensação de duvidas desmoralizadoras existentes na inconsciência. Excesso de dominação ? compensação de fragilidade e desamparo interior. Atrás de todo excesso ou rigidez se encontra a não aceitação da naturalidade da vida, fora e dentro de nós mesmos?
Os erros são quase que inevitáveis para quem quer avançar e crescer. São acidentes de percurso, contingências do processo evolutivo que todos estamos destinados a vivenciar?
Deus não condena ou castiga ninguém, mas o oposto: instituiu leis harmoniosas e justas que nos conduzirão fatalmente à felicidade plena, apesar de nossas faltas e desacertos?
A predileção pelas nossas convicções é racional, mas o exagero é inflexibilidade, obstinação, ou seja, paixão. Ser flexível não quer dizer perda de personalidade ou ?ser volúvel?, mas ser acessível à compreensão das coisas e pessoas?
É freqüente idealizarmos ansiosamente o nosso futuro. Atribuímos momentos felizes e expectativas irreais à nossa vida, encaixando-os em ocasiões especiais como a formatura, o casamento, os filhos, um bom emprego. Quase sempre, quando o fato se concretiza, ficamos por demais frustrados, pois a realidade nunca corresponde exatamente à nossa idealização precipitada?
Não tentes fazer da tua vida um caminho meticuloso, calculando tua existência minuciosamente, pois estarás prejudicando o ritmo natural dos acontecimentos?
Usar a nossa própria intimidade para nos guiar, lançar mão de nossas sensações, emoções e sentimento é a chave essencial que nos dará segurança?
O amor real baseia-se no sentimento compartilhado entre duas pessoas maduras, ao passo que o amor dependente implora consideração e carinho infantilmente. Os legítimos sentimentos da alma nunca se sujeitam a ordenações e imposições, mas sim a uma completa espontaneidade de atitudes e emoções. Dependência gera dores na alma; já a liberdade para amar é um direito natural de todos os filhos de Deus??