Annalisa 17/05/2020Sou louco por você
Acredito que todos iniciam a leitura desse segundo livro com a expectativa lá cima. Não conseguindo superar o final de Três Metros Acima do Céu buscam nesse um reparo ou conformação em relação a história que até então permaneceu com o fim em aberto (?)
Você inicia a leitura já sabendo que Step passou dois anos fora tentando superar seus sentimentos, e agora está retornando para casa, a história agora sendo contada pelo ponto de vista dele e com tantos flashbacks entre ele e a Babi que a ansiedade por esse reencontro infla feito um balão, você chega até folear algumas páginas para frente e fim de descobrir quando finalmente a Babi vai entrar na história.
E então, no finalmente então, seu balão estoura, e percebe que não é a simples continuação do livro anterior. Não é a mesma história, é uma coisa completamente nova. É uma história nova. Não temos mais Step e Babi. Agora é Step e Gin. BUUM. Babi não faz mais parte da vida de Step, você só poderá vê-la no passado.
Tive grande dificuldade de abrir meu coração para esse casal novo. Não conseguia absorver a entrada de Gin na vida de Step, e do nada ela se tornar tudo para ele. Sim, sou assumidamente #teamBabi.
É visível o amadurecimento e crescimento do Step, com o passar do tempo ele deixou de ser apenas aquele cara revoltado e brigão, e começou a tomar consciência das suas atitudes e responsabilidades, mas sem deixar de lado sua grande personalidade. Ele é o tipo de homem que quando ama, ama com todas as células do corpo. Por um lado traz momentos de felicidades, mas também muito sofrimento para ele.
"Sintonizar... O que quer dizer? Sintonia é a coisa que tem a ver com música. Ou pior ainda, com circuitos. O amor, porém, é quando você não respira, quando é absurdo, quando sente falta, quando é bonito mesmo que esteja desafinado, quando é loucura... Quando só de pensar em vê-la com outro você atravessaria o oceano a nado." - Página 20.
Nesse livro tive muita raiva de quem Babi se tornou (quando finalmente ele aparece na história), ela se torna tudo aquilo que ela odiava: sua mãe. Riquinha, mimada, mesquinha, supérflua. Intragável. Não sei se Moccia quis trazer essa versão dela para gerar realmente esse ódio, e aceitar mais fácil o romance entre Step e Gin. Só sei que tive raiva por isso, mas mesmo assim não se tornou mais fácil engolir o outro casal.
E Gin? O que falar de Gin? Mal conheço e já desconsidero muito. Não consegui, não rolou nenhuma empatia. Desde o começo achei tudo muito forçado, tudo muito "bonito de mais para ser verdade", e por fim *sem dar spoiler* toda minha suspeita e falta de empatia acaba se confirmando. Tudo milimetricamente planejado no seu plano infalível para conquistar Step.
E novamente temos um final em aberto. E vamos ao terceiro livro.
Gostaria de deixar também uma grande menção honrosa à escrita de Moccia. Meu Deus! Como ele escreve! Uma facilidade de leitura, as palavras parecem fluir de uma maneira tão bonita, a maneira que ele utiliza as palavras para construir um todo é fantástico, ele às utiliza de uma forma e ordem que eu já mais conseguiria imaginar que essas palavras poderiam co-existir dessa maneira; Ele descreve a física de um beijo com palavras tão profundas que você simplesmente esquece que o beijo é um contato físico, e entende que é uma troca de almas.
"Quero que você levite, quero que cante com fervor. Tenha uma felicidade delirante ou pelo menos não a rejeite. Sei que parece brega, mas o amor é paixão, obsessão, por alguém sem quem não se vive. Eu digo: pule de cabeça, encontre por alguém a quem amar com loucura e que o ame da mesma forma. Como encontrá-lo? Esqueça o cérebro e ouça seu coração. Eu não ouço seu coração. Porque a verdade, meu amor, é que não faz sentido viver sem isso. Fazer a viagem e não se apaixonar profundamente equivale a não viver." - Página 331.