Fabio Shiva 13/03/2024
O PODEROSO FEITIÇO DE AGATHA CHRISTIE PARA ILUDIR O LEITOR
Com saudade de ler a Rainha do Crime, caí na cilada de experimentar um desses sucedâneos que vêm sendo publicados de uns anos para cá, com autores contratados pelos herdeiros de Agatha Christie tentando esticar e fazer render um pouco mais o seu legado.
O livro que tentei ler (e abandonei na página 66) foi “Os Crimes do Monograma”, de Sophie Hannah (https://comunidaderesenhasliterarias.blogspot.com/2024/02/o-irreconhecivel-bigodao-de-hercule.html). Para tirar o gosto ruim dos olhos, resolvi reler pela segunda ou terceira vez esse clássico indiscutível da Dama: “A Noite das Bruxas”.
Não lembro se já havia lido esse livro duas ou três vezes antes, mas me lembro bem de que na primeira leitura de “A Noite das Bruxas” fui docemente ludibriado por Agatha, como em tantas outras vezes. Chega a ser impressionante a simplicidade com que ela faz o seu “feitiço”, superando facilmente desafios como o reduzido elenco de suspeitos. Palmas para Agatha!
De resto, a leitura me marcou pela sugestão de um clima mórbido e melancólico, insinuado pela crueldade e frieza dos crimes cometidos no livro e que são o mote do mistério a ser solucionado. Algumas frases também marcaram:
“Não acontece às vezes a gente dar umas mordidas numa bela maçã vermelha e suculenta e, já no fim, ver algo nojento se levantar e sacudir sua cabeça para nós?”
“Diante do que se lê e se ouve hoje em dia, parece que grande parte da sociedade está se acostumando, lenta mas seguramente, com o crime.”
Ainda não vi a recente adaptação de Kenneth Branagh para o cinema, mas, pelo trailer (https://youtu.be/CLpH3-rcHdQ?si=iOdVcmh6vf43TeG5), parece que se trata de uma história completamente diferente.
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