Maria Eduarda 30/11/2023
- Eu já vi um assassinato - afirmou Joyce.
A noite das bruxas, uns dos melhores esmeros redigido por Agatha Christie.
Novamente essa autora fascinando a mim com sua escrita, não é indiscrição que Agatha Christie ocupa o posto, na minha perspectiva, de a melhor historiógrafa no âmbito dos contos de romance policial, popularmente afamada como a ilustre rainha do crime.
Em primeira análise, a autora é mestre em ambientar os livros dentro de datas comemorativas para criar as tramas baseando-se em tradições em questão, e não foi diferente em ?A noite das bruxas?, originalmente lançado em 1969, naturalizado com um ar de mistério além de gostosuras e travessuras.
Nesse viés, em uma noite de preparativos para uma festa tradicional de Hallowen, uma das convidadas relata já ter presenciado um assassinato, minutos depois as brincadeiras são interrompidas com um assassinato, um afogamento da mesma menina. É uma coincidência?
Nesta festa estava presente uma escritora célebre de contos policiais, Ariadne Oliver, tida como alter ego da própria Agatha e enorme amiga de Hércules Poirot, que é convocado para desvendar esse mistério.
Esse livro me impressionou do começo ao fim. É um exemplo claro do talento que a autora possui com os livros, com as ideias fenomenais e finais inesperados, como sabe utilizar os elementos da história tão bem, desviando sua atenção para o possível assassino, e em como todas as obras, cabia a nós se atentar aos mínimos detalhes do livro. Sinceramente eu imaginava que essa pessoa estaria por trás de todos os crimes, mas, em nenhum momento eu imaginei o desenrolar dessa história, os motivos e porquês, durante todo o livro fiquei me perguntando porque o detetive estava dando voltas ao passado, esse Q do livro estava desgastando minha massa cinzenta, porque ele estava se aprofundando em delitos antigos e mal resolvidos? Sem dúvidas lendo o final do livro essa informação ficou muito clara, Hércules Poirot é simplesmente o
melhor! Outrossim, a leitura te oferece um gosto de mitologia grega nas páginas finais, experiência nova nos contos dela.
Sem dúvidas, essa é mais uma das historias da Rainha do crime em que o passado tem o papel crucial na fundamentação no mistério exercido no presente. Poirot, como em um quebra-cabeça, vai mexer em retalhos passados da pequena cidade para compreender como acontecimentos de crimes antigos impulsionaram uma cadeia de causa e efeito do estigma hodierno. Como em todos os livros, o detetive se fundamenta na questão de racionar os motivos do crime, oque levou aquilo acontecer e como era a personalidade da vítima, para chegar ao assassino, afinal, apenas conhecendo a vítima a fundo para determinar quem teria motivações para querer-lá morta. Sem objeções, eu particularmente venero as páginas de interrogatório e nesse livro teve muito, além de ser repleto de plot twists, persiste sendo um exercício contínuo para manter a mente aberta e preparada para as reviravoltas da senhorita Christie.