Ju Neves 09/01/2012Vou começar essa resenha com duas palavrinhas: “Sentimentos confusos.” Quem leu minha resenha de Insaciável sabe que foi com esse livro que autora Meg Cabot finalmente me conquistou. Ok, o livro O Garoto da Casa ao Lado é um dos meus preferidos, mas só depois que eu li a história de Meena Harper, meu respeito pela autora cresceu imensamente.
O enredo pode começar de uma forma clichê. Uma mulher, em um momento frágil e vulnerável de sua vida conhece um cara, se apaixona por ele e depois descobre que ele é um vampiro. Mas é exatamente nesse ponto da história que nossa heroína se altera todo o rumo. Quem diria que Meena não cairia nos braços de Lucien, mas sim lutaria contra ele, entrando para a Palatina? Bom, foi aí que Insaciável me deixou na história.
Overbite dá um pulo de apenas seis meses após o grande acontecido na catedral. Mas me deu uma impressão de que algo aconteceu nesse período. Ou pelo menos deveria ter acontecido, porque não é realmente possível que do nada os personagens mudaram de atitudes. Considerando a magnitude da história que Meg Cabot criou, Insaciável merecia um livro muito maior que um de 288 páginas. Um que comece um pouco antes e termine o pouco depois. Que mostre um pouco mais dos nossos personagens preferidos, e mais do que três páginas para dizer como eles ficaram no final. A Leisha não aparece nenhuma vez! Ela é apenas mencionada. E o Jon e a Yalena são meros detalhes, com participações indiretas, muito diferente do que aconteceu no primeiro livro.
Muito diferente, mesmo. Eu esperava uma coisa, e tive outra. Nem de longe o livro é ruim. Pelo contrário, ele mexeu com meus sentimentos provavelmente mais do que Insaciável, e fiquei mais confusa que a própria Meena, sou bem indecisa quando se trata do triângulo amoroso Meena-Lucien-Alaric. Mas continuei sendo Team Alaric. O final foi rápido, e até meio decepcionante. É como se o desfecho da história simplesmente “acontecesse”, sem que ninguém corresse atrás, fruto do destino e da sorte, embora eu ache que se não tivesse acontecido, alguém ainda iria se esforçar para que o final fosse o mesmo, mas ao menos assim seria mais emocionante.
Eu gosto do modo como Meg não faz tanto mistério, mas ainda assim nos deixa correndo com as páginas para chegar ao final e ver no que aquilo tudo vai dar. Assim como aconteceu no primeiro livro, ela não fez questão de ser muito discreta em relação ao vilão, embora dessa vez ela tenha escondido seus motivos. Eu só gostaria que ela tivesse nos dado mais tempo para que digeríssemos tudo, ao invés de acabar ali mesmo. Uma história tão linda merecia isso, e Meena Harper merecia que nós apreciássemos mais o seu final.
PS: O Brasil tem uma participação bem interessante no livro, ele é mencionado várias vezes e super elogiado nos diálogos criados pela Meg, através de seus personagens brasileiros.
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