Liandra Schug 25/08/2023
Questionamentos importantes
Primeiramente, acho importante destacar que o livro tem uma leitura bem fluída, pode ser fácil de lê-lo, apesar de apresentar muitos dados. Segundo, o tema do livro não é questionar o mito do instinto materno (a autora faz isso em outro livro), mas sim, como o título apresenta, os conflitos e contradições dos papéis sociais de ser mulher e mãe. É bem interessante como a autora apresenta grupos conservadores, como a La Leche League, que basicamente instauram uma ditadura da "boa mãe" (como amamentar, educar, o que fazer após o nascimento do bebê, etc, etc), a qual é interiorizada pelas mulheres e, indubitavelmente, gera culpa e angústia.
O livro é de 2011 e me parece um pouco datado em algumas questões, como em relação às pessoas LGBT+ (que nem existem nessa análise, apenas se fala de mulheres-cis). Outro ponto que me incomodou foi a visão da autora bem presa a um individualismo em relação à criação de filhos, o que não surpreende pois a autora é uma feminista liberal, então, na análise, não se questiona o formato de família burguesa que temos, apenas se pensa em como amenizar o peso das mulheres que escolhem - caso seja uma escolha deliberada - de se ter filhos.