Persuasão

Persuasão Jane Austen




Resenhas - Persuasão


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Bookster Pedro Pacifico 29/04/2021

Persuasão, de Jane Austen
Depois de muito ensaiar, finalmente li meu primeiro livro de um dos nomes mais importantes da literatura mundial. Jane Austen é conhecida por seus romances "mais românticos", escritos no final do século XVIII e início do século XIX, e que trazem consigo uma visão feminista muito à frente do seu tempo.

Apesar de “Orgulho e preconceito” figurar como sua obra mais conhecida, resolvi começar por um dos seus outros romances. Em “Persuasão”, conhecemos Anne Elliot, uma inteligente personagem feminina que vive em uma Inglaterra mais rural e se apaixona por um capitão da marinha, Frederick Wentworth.

O mais interessante é a ironia que Austen se vale para construir os pensamentos da personagem, de forma que a complexidade de Anne vai muito além de sua paixão por um homem. A garota é uma jovem aristocrata que vive rodada de convenções sociais, em que o papel da mulher deve se limitar ao cuidado do marido e da casa, sempre se atentando à sua imagem perante à alta sociedade. Mas Anne sabe que a sua felicidade vai de encontro com essas convenções… É um questionamento constante (e sutil) que encontramos na escrita da autora.

No entanto, apesar de eu ter gostado bastante dessa característica da obra, senti que a experiência não foi tão boa quanto esperava. Ao longo da leitura, não consegui entrar muito na narrativa ou me conectar com os demais personagens (que não fossem Anne). A leitura ficava truncada em alguns momentos… Por conta do número alto de personagens e nomes de lugares e famílias, talvez teria sido melhor ler esse livro de uma só, sem ficar alternando com outras obras como fiz na época dessa leitura.

De toda forma, é sempre bom lembrar: se não gostei tanto da leitura, isso não quer dizer que você também não irá gostar! Tanto isso é verdade que, nesse caso, o livro é adorado por muitos leitores. Inclusive, terminei “Persuasão" com vontade de conhecer outros livros de Austen, confiando em melhores experiências com as futuras leituras!

Nota 6,5/10

site: http://instagram.com/book.ster
Ninha 29/04/2021minha estante
Vou ler também esse, mais por conta que vai lançar a série futuramente pela Netflix. Adorei sua resenha, eu estou lendo orgulho e preconceito e percebi isso de ter muitos lugares e personagens mas eu não fico perdida nele pelo menos. Você gostou da tradução da Martin Claret?


Mari Doroteu 29/04/2021minha estante
Tenta ler como próximas obras dela Emma ou Orgulho e Preconceito. São os meus livros preferidos dela! Acho que são mais envolventes :)


Malu 09/05/2021minha estante
Gostei muito desse, acho que é o mais maduro de todos da Jane, mas acredito que tenha sido um dos últimos que li dela, então já estava um pouco acostumada.


Jonathan.Borba 11/05/2021minha estante
Como faz pra usar esse app ainda não entendi


Paulinha 21/05/2021minha estante
Acho orgulho e preconceito uma leitira superestimada. Achei bem chato. Ja o filme eu gosto. Uma das pouxas excecoes.. gostar do filme e nao do livro.


maria 03/06/2021minha estante
todos os livros de Austen ficam um pouco ?truncados? em determinado momento. suas obras são cheias de detalhes e de muitos nomes de famílias e lugares. mas a experiência pra mim sempre é maravilhosa. haha :) sugiro emma pra próxima leitura ?


Danny.Xavier 05/08/2021minha estante
Como usa esse app? Tem que comprar para poder ler???


Odete 13/08/2021minha estante
Não esperava gostar mas me surpreendeu positivamente, enredo bem feito que nos prende na sua leitura.


Jaila 01/09/2021minha estante
Boa tarde


Jaila 01/09/2021minha estante
Como fazer pra ler os livros, não abriu nada?


Ninha 01/09/2021minha estante
Jaila no skoob você só organiza suas leituras, não tem como ler por aqui


maria20276 09/09/2021minha estante
amei o seu texto, vc falou exatamente tudo!


barbara.luna.56 13/08/2022minha estante
Todos os romances de Jane são assim. Com o tempo aprendi a anotar o nome, o parentesco e algumas características dos principais personagens, aí sim, tive outra experiência de leitura.


bentovlnt 03/09/2022minha estante
concordo super com o seu comentário! tive a mesma experiência


Asther 04/02/2023minha estante
Tb não gostei mt, dei 2,5 estrelas em persuasão. Orgulho e preconceito eu achei até melhor. Mas não me agrada mt tb, não.


Bruna.Santos 29/04/2023minha estante
É o segundo da Jane que leio? Li orgulho e preconceito há anos atrás. Não lembro se a ausência de diálogos é característica da autora, mas nessa obra isso me incomodou um pouco. No mais, amo a forma lenta em que as coisas acontecem ??


Sara 06/07/2023minha estante
Concordo demais com a sua resenha, parabéns! Gostaria de ouvir sua opinião sobre a minha!


Pinkbaee_ 17/08/2023minha estante
Que absurdo falar que os livros da Jane é uma "visão feminista a frente de seu tempo."




Giulipédia 02/07/2020

A antítese de Emma?
Não pude deixar de fazer certas comparações entre esse livro e o outro romance de Jane Austen chamado Emma, por que? Porque onde no livro Emma a protagonista desejava influenciar, em persuasão a protagonista Anne se deixou influenciar e isso interferiu negativamente no futuro dela. É claro que estou me precipitando, sem nem ao menos contar um pouco da sinopse do livro.
Bem, persuasão conta a história de Anne, uma moça de temperamento dócil e calmo, que sofre intimamente por uma escolha errada do passado, onde se deixou influenciar por opiniões mais fortes que a sua, mas que devido a intervenção do destino, talvez tenha oportunidade de mudar essa escolha precipitada.
Voltando aos comentários sobre persuasão, foi um livro muito agradável de se ler, de fato Anne se tornou uma das minhas protagonistas favoritas e gostei muito de observar a trajetória dela, seus sofrimentos, sua devoção a família e a reavaliação de suas antigas escolhas. Não pude deixar de comprar a Anne com a Emma, pra quem não leu Emma, ela é forte, obstinada, com opiniões próprias pra tudo, e se difere da Anne justamente por isso, Anne é aquela pessoa calma com temperamento mais brando, tem suas próprias opiniões, mas devido ao comportamento mais leve, acabou por se deixar levar por opiniões alheias que não favoreceram seus desejos internos.
E aqui eu chego a um ponto de reflexão que essa leitura me trouxe, até onde o conselho se torna influência, e até onde se deixar ser persuadido por tal conselho? É importante conhecer esses limites, principalmente observando as consequências das opções escolhidas, influenciar pode trazer consequências positivas e negativas, e se deixar persuadir também.
Mais uma vez venho enaltecer uma das obras de Jane Austen, e agradecer pela lição que esse livro trouxe, e de novo, não posso afirmar com exatidão que foi essa a intenção que a autora tinha ao escrever esse romance, mas foi essa mensagem que me foi passada.
E finalmente só quero ressaltar que é bom que prestemos bastante atenção nas nossas escolhas e tenhamos discernimento para saber o que são nossos desejos e o que são apenas influências alheias, em Persuasão, Anne teve uma segunda chance para se retratar consigo mesma, mas sabemos que na vida real, infelizmente não podemos contar com uma segunda chance assim!
Bart 02/07/2020minha estante
Eitaaaaaaaa!!! ?????




Sandra de Oliveira 20/12/2010

Não foi uma leitura das mais fáceis. Mas isso não significa que o livro não seja bom, muito pelo contrário: último romance escrito por Jane Austen (completo, vale lembrar e publicado em 1818), Persuasão reflete todos os estilos e marcas da época - a condição social sobressaindo-se ao amor, escolhas erradas, desentendimentos, separações, indiferença e saudade.

Um livro lindo! Veio à mim num momento bastante oportuno, pois faz uma reflexão romântica sobre a espera.

Anne Elliot é uma garota simples, meiga e apaixonada. Capitão Frederick Wentworth é toda a razão do afeto de Anne. Mas e toda boa história de amor tem sempre um mas, quis o momento, a vida, o destino ou a razão que ambos ficassem separados por 8 anos e meio. Nesse tempo, somos levados a entender as motivações que resultaram nisso.

E acompanhamos também toda a dor, sofrimento, sentimentos contraditórios e incertezas entre Anne e Wentworth e a espera de resgatar um tempo que passou, mas que insiste em voltar nas lembranças a todo momento. Romântico até o último fio de cabelo. Como deve ser. Sempre.

Quem lê muito ou mesmo assiste a muitos filmes sabe que acabamos muitas vezes nos identificando com os personagens. Aqui, mesmo que datado de 1818, é uma história atemporal. É muito possível que sempre haja alguém que mesmo numa frase encontrará algo a que se lembrar com sua própria história. E isso é mágico e faz toda a diferença.

No filme A Casa do Lago, a personagem de Sandra Bullock fala sobre Persuasão exatamente como mencionei aqui: um livro sobre a espera. Pessoas separadas pelo tempo, à espera de que o momento que se perdeu volte. Uma visão fascinante do amor que vemos em livros, filmes e por que não, na vida também!
Isis C. 20/12/2010minha estante
Adorei sua resenha, me motivou a ler o livro! Já coloquei na minha lista.


Iza 31/12/2010minha estante
Gostei mt da resenha, estou doida p ler esse livro ;]


Su 23/01/2011minha estante
Sua resenha é perfeita, até quando fala sobre a Casa do Lago. Ficou tão claro pra mim, a ligação entre o filme e o livro depois que li sua resenha. Parabéns...Ah! e o livro é realmente lindo.


Cris Flessak 20/04/2011minha estante
Essa tua linda resenha e analogia com o filme me convenceu a comprar o livro!! E sendo da Jane Austen, não tem como errar!
Bjo
Cris


Letícia Alves 25/02/2012minha estante
Sua resenha eh maravilhosa. Sou uma grande fã da Jane Austen, li e no inicio realmente achei um livro meio complicado de se ler, mas ao longo da historia, mesmo quem nunca passou realmente pelo q a Anne passou capta e sente na pele e no coraçao o que ela sentiu. Para mim foi o romance mais maduro de Jane. Um dos melhores.


Léia Viana 08/06/2012minha estante
Também tive a mesma impressão que você. É um livro que fala de espera e de fato, não é uma leitura das mais fáceis.


Laise 13/07/2012minha estante
Tinha parado de ler justamente por ser meio difícil.. Com esse costume de ler coisas fáceis e rápidas da internet acabei deixando os livros de lado, mas depois de ler essa resenha reacendeu a minha vontade de continuar.


Gi Marques 23/01/2013minha estante
Olha, eu estava prestes a largar este livro em qualquer canto do armário, mas, depois de ler sua resenha, vou reconsiderá-lo. Não consigo sequer olhar para ele sem querer entrar numa máquina do tempo e socar a cabeça da Jane Austen contra a parede por ter feito um livro tão bom e tão difícil de ler.
Obrigada pela resenha :)


Denise 26/02/2013minha estante
Ótima resenha...
Acabei de ler o livro.... ADOREI!!!


Yasmin Carneiro 14/10/2013minha estante
Realmente a sua resenha é incrível! Para quem leu O Morro dos Ventos Uivantes, Persuasão me parece suave, relaxante. Estou na metade do livro e não pretendo parar... Jane como sempre encantadora e detalhadora da época em que viveu. Uma pena não ter visto Persuasão ser publicado...


Juliana 15/01/2015minha estante
parabéns pela resenha! Me motivou a ler o livro :)
Ah, aproveitando.. criei um grupo para os clássicos Zahar. Dá uma olhada lá e fique à vontade para recomendar suas leituras. Link do grupo: http://www.skoob.com.br/grupo/4074
Abs! :)


Rafa 10/01/2018minha estante
A mensagem do livro realmente é linda! Sempre me pego relendo algumas passagens.


Silva.Romano 17/06/2018minha estante
Caramba !!! estou lendo justamente porque vi Sandra mencionar o livro "persuasão " no filme "A casa do lago".. E tenho que admitir que as duas obras são emocionantes , criativas e incríveis a ponto de arrancar suspiros .
Muita coincidência ler sua resenha !!!


allie 25/02/2020minha estante
Comecei a ler o livro por causa de a casa do lago! Comecei hoje, espero que seja tão bom quanto orgulho e preconceito...




Patricia Lima 18/08/2020

Persuasão
Esse é o quinto livro que leio da Jane Austen e acabou sendo o meu segundo livro favorito da autora.

Eu gostei muito da personagem, gostei muito de como a história foi conduzida, a escrita da autora está mais delicada e madura, e o romance também me conquistou.

(Tem resenha completa do livro no canal)


site: https://www.youtube.com/watch?v=1Nb1IR6wnvI&t
Lord 18/08/2020minha estante
OI, eu vim pelo seu canal no YT. Não sei usar esse siteee kkk queria trocar alguns livros e estou tentando aprender no site. Um abraço. PS: não consegui te adicionar.


Lord 18/08/2020minha estante
OI, eu vim pelo seu canal no YT. Não sei usar esse siteee kkk queria trocar alguns livros e estou tentando aprender no site. Um abraço.


Geovana 19/08/2020minha estante
você já leu Razão e sensibilidade?


Patricia Lima 22/08/2020minha estante
Siim, eu só não li Mansfield Park das grandes obras dela


Geovana 22/08/2020minha estante
o que você achou?


Patricia Lima 22/08/2020minha estante
Gostei bastante, tem resenha no canal




Camila1457 18/12/2023

A história do livro é boa, mas não me prendeu muito, eu achei a leitura muito devagar e não muito fluída, apesar do casal principal ser legal eles demoram para ter interação, ocorrendo mais pro final do livro, e o resto dos personagens não me conquistaram muito então acabou ficando algo meio que "chega logo o final".
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Bruna | @bmartinssss 29/09/2020

Nunca imaginei que estaria fazendo comentários a respeito de um livro da Jane Austen por que sempre falei que nunca leria os livros dela. Mas aqui estou eu. Nem de longe se tornou meu favorito, mas é um livro excelente que eu adorei a experiência de ter lido. Tenho mais dois livros da autora na minha estante que pretendo ler em breve.
liliana 29/09/2020minha estante
orgulho e preconceito é incrível, se for um desses livros da sua estante, leia JÁ hahahah


Bruna | @bmartinssss 29/09/2020minha estante
Hahaha não é, mas ele ta na lista pra comprar!!


Nicolly RS 29/09/2020minha estante
AAAAA esse foi meu primeiro contato com a escrita da Jane Austen tb! Quais são os outros dois que você tem?


Bruna | @bmartinssss 29/09/2020minha estante
Aeee!!! :) Tenho Mansfield Park e A abadia de Northanger. Eu comprei um box que vinha os três.


Nicolly RS 29/09/2020minha estante
Ah sei! Acho que eu tenho o outro box da msm linha, Persuasão comprei separado haha


Bruna | @bmartinssss 29/09/2020minha estante
Pois é, qdo eu comprei não tinha separado.. era o box ou nada hahahah




Lizia.Yohanna 28/09/2020

Diferente e mesmo assim adorável
Eu comecei achando que não gostaria muito, mais estava errada eu adorei a historia de Anne e Wentworth foi tão fofo vê o jeito que eles expressavam seus sentimentos e vê as diferenças gritantes desse romance para os que estou acostumada a ler. Achei a família de Anne péssima e cheia de invejas, e fiquei muito feliz quando finalmente Anne descobriu a verdade sobre Elliot. Amei a amizade dela com Lady Russel, só não gostei mais porque não conta nada sobre o casamento dela, mais creio que seja assim nesses romances mais antigos. No geral fiquei impressionada com a escrita de Janne Austin e anciosa pra ler os outros livros dela.
Bianca537 16/02/2023minha estante
Também fico realmente triste que não tem muitos detalhes dos casamentos.A abadia de noth.......não dá detalhes do casamento.Fiquei mó triste?




Debora.Mello 17/07/2022

É... bem..
Uma das partes mais bonitas e tocantes da história sem dúvidas é a carta escrita pelo Frederick.
A Anne sendo uma moça com a cabeça tão no lugar ter se deixado influenciar por outra pessoa em uma decisão tão importante assim da sua vida, faz com que seus sentimentos não fossem lá essas coisas toda não, por isso até entendo o Frederick por dúvidar em partes. Mais depois de quase 8 anos, que se reencontram e a chama da paixão continua a mesma não tem pra onde escapar. Os dois por muito tempo até mesmo depois de se ver ainda ficaram lutando contra isso, derperam um bocado de tempo, ou melhor dizendo, anos. Mais quem sabe isso só serviu pra amadurece-los e mostrar que para o verdadeiro amor podem se passar anos vir e ir estações ele sempre arruma uma forma de fazer acontecer.
Um Surto 17/07/2022minha estante
Eu ainda vou pegar um livro a Austen para ler...


Debora.Mello 17/07/2022minha estante
Eu aconselharia a começar por esses que tem mais hype. São mais famosos pra vc pegar o gosto. Pra só depois ir pro menos conhecidos dela.


Um Surto 17/07/2022minha estante
Ss, tava de olho no "Orgulho e preconceito""


Debora.Mello 17/07/2022minha estante
Ahh esse é dos bons ?


Regis 11/08/2022minha estante
Gostei muito da sua resenha Debora.
Parabéns!




Maria 16/07/2021

Diferente do que eu imaginava
Eu acho que eu fui com muita sede ao pote,minhas expectativas estavam altas demais.Talvez esse tenha sido o maior problema...

Bem,quando eu vejo alguém falar sobre Jane Austen,as pessoas sempre falam dos maravilhosos romances dela.Principalmente em Persuasão,que dizem que é o romance mais romântico da autora (confesso que fiquei bem surpresa,porque EU não achei romântico).

Acho que essa fui umas das primeiras vezes(e digo isso com muito pesar) que eu quase dormi lendo um livro.Não me levem a mal,teve algumas cenas bacanas,o final foi mais envolvente e a carta foi muito linda (eu surtei de amor nessa parte).

O grande problema para mim,foi a falta de acontecimentos.Ao mesmo tempo que acontecia muita coisa,eu sentia que não acontecia nada.
O livro não fala quase nada da Anne e muito menos do Capitão Wentworth,o livro todo é sobre fofoca da alta sociedade e a protagonista viajando e fofocando e fofocando...(eu já disse fofocando? rs).Sem contar que,apareceu vários personagens que não faziam diferença nenhuma na história,na minha opinião.

A falta de diálogos também me incomodou um pouco,os ?personagens principais? (acho que nem chamaria eles assim,porque a história quase não é deles),conversam muito pouco.

Eu realmente fiquei muito surpresa,eu estava esperando bem mais da história.Óbvio que não esperava um hotzão(rs),já sabia que não ia ter beijo nenhum,porém não esperava tão pouco romance.Principalmente pelo livro ser tão aclamado pelo romance.

Então,é isso.Não sei se vou ler mais livros da autora,levando em consideração que as pessoas falam que esse é o mais romântico,os outros não devem ser nem um pouco.

Enfim,Jane Austen,o problema não é você,sou eu! Queria muito ter me apaixonado pela história,mas não rolou...
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adriananovato 14/08/2021

Persuasão
Gostei tanto de ler esse livro, que não queria terminar nunca! Já indo pesquisar outras obras dessa deusa, quero ler todas que existem.

(Já li Orgulho e Preconceito e Emma)
Meli 14/08/2021minha estante
Indico Orgulho e preconceito, amg


adriananovato 14/08/2021minha estante
Já li Orgulho e Preconceito e Emma. amei também.


Bia 14/08/2021minha estante
Razão e Sensibilidade é maravilhoso tbm mano


Michelly 14/08/2021minha estante
Mansfield Park também é ótimo, mas Orgulho e Preconceito é o melhor




LarissaPatricio 19/07/2023

O Capitão: vocês não sabem o prazer que é estar de volta
A Jane Austen era uma gênia, pois, para criticar a alta sociedade da época, bastava fazer uma descrição fiel do cotidiano da alta sociedade da época.
As reflexões são dignas de serem levadas para o resto da vida.
A Anne é simplesmente perfeita. Achei lindo como, através do personagem dela, o caráter é posto como um dos pontos principais para criação de vínculos, esses capazes de superar sangue, nome, posses.
Indico a leitura e com certeza irei reler algum dia.
Milenoviskin 19/07/2023minha estante
Eu vou ler esse livro vc gostou ???


LarissaPatricio 19/07/2023minha estante
Amei!! ?


am3ricanbitch 19/07/2023minha estante
jane austen era uma mulher a frente de seu tempo!


brunadlm 19/07/2023minha estante
Tem um filme com esse nome, é com base no livro também?


LarissaPatricio 19/07/2023minha estante
Tem um de 2022 na netflix baseado na obra. Não sei se é bom... vou assistir dps


Alessandra 31/07/2023minha estante
Esse livro é maravilhoso




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Coruja 06/07/2010

Julgando as persuasões de "Persuasão" - uma análise do último romance de Austen
Continuando na minha super-maratona austeniana, hoje vamos começar a análise do livro Persuasão. Tinha pensado inicialmente em fazer uma resenha de cada um dos livros da Austen, mas cheguei à conclusão de que era melhor guardar alguma coisa para o próximo encontro, não é?

Persuasão foi o último romance completo que Austen escreveu – ela começou pouco depois de ter terminado Emma, por volta de agosto de 1815, terminando a primeira versão um ano depois, já doente. Considerando que ela escreveu Orgulho e Preconceito em 1796, no mesmo espaço de um ano, para depois revisá-lo e revisar de novo até 1811, é compreensível que por vezes Persuasão pareça uma obra... não digo inacabada... mas sem o devido polimento.

Pois é, eu também fiquei meio besta quando descobri que Tia Jane passou quase quinze anos revisando um livro...

Apesar disso, é meu livro favorito da Austen. Há um amadurecimento tanto no tema quanto na forma com que ela escreve. Para começo de conversa, a protagonista é quase uma balzaquiana, à beira dos trinta anos – o que, para os padrões da época, era já a meia-idade – ao contrário de todas as suas outras heroínas: Jane Bennet tem 22 anos e Lizzy, 21 ao começo de Orgulho e Preconceito; Elinor Dashwood tem 19 em Razão e Sensibilidade.

Nenhuma delas tem grande experiência – podem até ter um bom senso natural, mas não experiência – e todas elas estão ali se apaixonando pela primeira vez.

Essa é a primeira grande diferença de Anne Elliot para todas as suas outras colegas de estante. Ela tem vinte e sete anos e não se casou – o que a qualifica para se sentar com as matronas e solteironas em qualquer salão. Ela não é material para casamentos ou mesmo para felizes para sempre. Além disso, ela tem a experiência do primeiro amor – e também de um coração partido.

É engraçado, mas Persuasão foi duramente criticada por sua “falta de moral”: em 1817, quando primeiro publicado, criticou-se porque não parecia muito sábio que aos jovens fosse permitido escolherem com quem queriam se casar – a conduta de Anne era subversiva, quase escandalosa. Duzentos anos depois, os críticos reclamam que Anne é “quase perfeita, tediosamente desprovida de faltas”.

Vá se entender os críticos...

A verdade – ao menos na minha opinião de leitora – é que Persuasão é sim uma obra meio subversiva, especialmente a se considerar os padrões da época. De todos os casais de Austen, Anne e Wentworth são os mais passionais, os únicos que realmente desafiam convenções (e não apenas as convenções de classe).
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"Não era o Sr. Wentworth, o antigo cura de Monkford como as aparências poderiam levar a supor, mas sim um capitão Frederick Wentworth, seu irmão, que, tendo sido promovido a comandante em sequência de uma batalha ao largo de São Domingos e não tendo sido imediatamente destacado, viera para Somersetshire no Verão de 1806; e, como já não tinha os pais vivos hospedara-se, durante meio ano, em Monkford. Ele era, nessa altura, um jovem esplêndido, muito inteligente, ativo e brilhante; e Anne era uma menina extremamente bonita, meiga, modesta e com bom gosto e bons sentimentos. Metade da atração sentida por cada uma das partes teria bastado, pois ele não tinha nada que fazer e ela não tinha praticamente ninguém para amar, mas a confluência de tão abundantes qualidades não podia falhar. Foram-se conhecendo gradualmente e, depois de se conhecerem, apaixonaram-se rápida e profundamente."
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A natureza da relação de Anne e Wentworth pode perfeitamente ter sido um dos motivos para que Lady Russell tenha aconselhado sua protegida a desmanchar o noivado. Não era apenas uma diferença de classes, uma questão econômica, mas existia um componente quase incendiário na equação. Lady Russell podia ver ali uma semente para um Romeu & Julieta da vida: muito rápido, muito intenso e pouquíssimo aconselhável.

Claro, em nada facilitava que Wentworth estivesse para partir de novo e quisesse apressar as coisas o máximo possível. Vamos concordar que além de impulsivo, o cara era bastante cabeça-dura e teimoso.

Mas eu o desculpo porque ao final das contas, Wentworth é um pirata institucionalizado – ainda que ele divida o botim com o Estado, não deixa de ser um pirata, pilhando navios franceses e espanhóis – e há poucas figuras mais charmosas que um bom e velho pirata.

Ok, esse foi um comentário cretino. Voltemos ao que interessa...

Aliás, nos primeiros estágios do “reencontro e reconhecimento” de Anne e Frederick, podemos ver esse elemento passional com bastante clareza.
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"A emoção que sentiu ao descobri-lo deixou-a completamente sem fala. Ela nem sequer conseguiu agradecer-lhe. Só conseguiu ficar junto do pequeno Charles, sentindo-se muito perturbada. A amabilidade dele ao vir socorrê-la, a sua atitude, o silêncio em que tudo se passou, os pequenos pormenores, juntamente com a convicção que logo lhe ocorreu, pelo barulho que ele estava a fazer propositadamente com a criança, de que ele tencionava evitar ouvir os seus agradecimentos e procurava mostrar que o que menos queria era conversar com ela, produziram um turbilhão de sensações confusas e dolorosas de que só conseguiu recompor-se quando Mary e as Meninas Musgrove entraram, e ela pôde entregar a criança aos seus cuidados e sair da sala. Ela não podia ficar. Talvez fosse uma oportunidade para observar os amores e os ciúmes dos quatro; eles estavam agora todos juntos, mas ela não podia mesmo ficar."
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E não esqueçamos das palavras do próprio Frederick, que falando sobre James Benwick, está obviamente dando vazão aos próprios sentimentos:
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"Parece, pelo contrário, ter sido um sentimento perfeitamente espontâneo da parte dele, e isso surpreende-me. Um homem como ele, na sua situação! Com o coração ferido, quase destroçado! Fanny Harville era uma criatura superior; e o seu amor por ela era verdadeiramente amor. Um homem não se refaz facilmente de uma tal dedicação por uma mulher assim! Ele não deve, não pode, fazê-lo."
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Ok, agora vamos considerar o seguinte... nessa época, se uma garota se encontrasse sozinha na presença de um rapaz por uma certa quantidade de tempo, isso era motivo suficiente para que ela tivesse sua reputação manchada, bem como para que a família exigisse reparação – em outras palavras, casamento.

A mulher era educada para ser uma dama perfeita, de sensibilidade e modéstia, romântica, frágil – Austen, aliás, faz constante graça com essa imagem moldada em muitos romances seus contemporâneos; no inacabado Catherine or The Bower, Mrs. Percival sente-se tão absoltamente confusa com o enorme número de regras existentes para criar uma moça que acaba decidindo-se a reduzir todo aquele imenso código moral em uma única regra a ser aplicada a sua protegida, Catherine: não deixe sua filha conhecer um homem e você estará segura.

Sob essa compreensão do período, o comportamento de Anne – que puxa conversa com Wentworth no concerto em Bath, buscando seu olhar, tentando desesperadamente, por todas as formas possíveis, comunicar-lhe seus sentimentos – ora, isso era realmente subversivo, escandaloso, uma imoralidade!

Antes, contudo, que cheguemos a essa parte da história, há muito chão e muitas observações a fazer.

O título do romance nos dá o que precisamos saber da história: a persuasão de Anne é um dos principais motes do enredo... mas não é o único tema que se levanta na situação. O que existe aqui é um conflito moral mais complicado do que se aparenta à primeira vista. Por um lado está tudo aquilo que Anne aprendeu durante sua vida, todas as convenções sociais, tudo aquilo que é certo pelo julgamento dos outros... e tudo aquilo que é certo pelo seu julgamento.

Durante a primeira parte da história, Anne é – com o perdão da palavra – um capacho, uma verdadeira mosca-morta. Das heroínas de Austen, ela é a mais solitária: diferentemente das Dashwood ou das Bennet, Anne não tem em nenhuma das irmãs um apoio, uma confidente. A única pessoa no mundo que se importava com ela era Lady Russell e, após a amargura de sua despedida de Wentworth, mesmo ela, Anne afastou.

O engraçado é que Anne, figurativamente, é a garota perfeita. Ela tem boas maneiras, é gentil, delicada, gosta de livros, toca bem, fala italiano com fluência, é capaz de administrar uma casa apesar dos mandos e desmandos da irmã e do pai, é inteligente, tem senso de humor – ela é, enfim, o modelo daquela moça prendada que Lizzy, os Bingley e Darcy discutem em Netherfield.

Mas Anne é, também, uma pessoa vazia. Tendo escolhido viver por princípios e pelo julgamento da sociedade – uma decisão completamente racional – ela sacrificou sua felicidade. E o que ganhou com isso? Vivendo à sombra da família, uma sombra ela mesma, permitindo que todos usem e abusem de si: ao início do livro, Anne perdeu toda a energia, toda a vontade de viver. Ela passa pelas horas e dias de forma mecânica.

Em outras palavras, Anne é um zumbi.

É interessante observar que não há nenhuma ação assertiva da parte dos protagonistas para precipitar o reencontro. Anne e Frederick chegam juntos ao final por um golpe de sorte: em quase oito anos, nenhum deles fez qualquer tentativa de contatar o outro; não tivessem eles se reencontrado, independente do quanto tenham sido obviamente feitos um para o outro, independente de nenhum dos dois ter encontrado felicidade nos braços de outra pessoa (e ambos obviamente tiveram a chance de tentar), não fosse o acidente de percurso dos Croft terem ido parar em Kellynch Hall, eles nunca teriam agido de acordo com seus sentimentos.

Obviamente que se isso tivesse acontecido, não haveria muita graça no livro. Provavelmente, nem teríamos Persuasão.

Tendo cuidado de Anne, falemos agora do captain, my captain, Frederick Wentworth.

Ok, o que eu tenho para dizer sobre Frederick... bem, primeiro, que, embora Mr. Darcy seja uma quase unanimidade, meu protagonista favorito das novelas de Austen é o capitão. Afinal, ele usa uniforme (kkkkkkkkkkkkkkk), e além de tudo, ele é um pirata, e eu tenho uma certa queda por piratas – não os de verdade, é claro, aqueles que passavam meses no mar sem tomar banho e cheiravam ao "delicioso" perfume de rum e suor e sujeira.

Não, eu prefiro os piratas ficcionais, muito obrigada. Aqueles que não cheiram. Ou, se cheiram, pelo menos é só na descrição literária.

Segundo... por mais apaixonante que Wentworth seja, eu não vou negar que ele é, ao menos no princípio da história, um bastardo egoísta que não sabe o que quer e é deliberadamente cruel.

Se fosse uma história passada no dias de hoje, eu realmente guardaria um imenso rancor da Anne por ter desmanchado o noivado deles. Eu diria que ela se deixava influenciar muito facilmente e que ela tinha a escolha de ficar com ele. À luz da época em que a história se passa, contudo, as coisas não são tão simples.

Eu já disse antes que Anne e Wentworth são o mais passional dos casais austenianos e que irracionalidade daí decorrente – porque agir de forma orracional é um componente da paixão – talvez tenha sido um dos motivos pelos quais Lady Russell aconselhou Anne a deixar Frederick partir. Para além disso, contudo, temos também a questão de classe e de dinheiro. Sejamos sinceros: é muito fácil se deixar levar por noções românticas, de que não importam quais os obstáculos que se estabeleçam, o amor supera tudo. Mas não é assim que as coisas acontecem na vida real.

Há vários cenários possíveis resultando do que teria acontecido se Anne continuado com o compromisso. Vamos ver... Primeiro, considerando que ela mesma não tinha uma herança ou um dote; e que Frederick muito menos tinha onde cair morto, não havia como eles se casarem de imediato. Se ainda assim eles tivessem decidido que iam sobreviver de beijos e abraços, o que aconteceria quando Anne se visse sozinha, em terra, enquanto Frederick ia para a guerra? E isso numa época em que o transporte era feito por cavalos e carruagens, o sistema de correios era precário, às vezes os navios passavam meses estacionados no mar e incomunicáveis por causa de uma calmaria. Sério, como vocês acham que ela ia se virar?

Alguém pode talvez argumentar que Sofia Croft, a irmã de Frederick, seguiu seu marido à bordo. Mas aí está: o próprio Wentworth diz que “nunca admitiria, de bom grado, senhoras a bordo de um navio seu, exceto para um baile ou uma visita de algumas horas.” E uma coisa é levar a esposa a bordo quando se está viajando em negócios da Companhia das Índias Ocidentais; outra bem diferente é carregar a esposa no meio de uma guerra (as napoleônicas, para quem não se percebeu da data) para um dos principais campos de combate.

Então, Frederick não levaria Anne para viver com ele num navio. Tudo bem, eles poderiam então postergar o casamento até que ele tivesse juntado dinheiro suficiente para comprar uma casa e instalar a esposa com um mínimo de conforto. Aliás, a essa altura é bom lembrar que Wentworth, quando Anne o conhece, está morando com o irmão porque "não tinha posses. Tivera sorte na profissão, mas, ao gastar com liberalidade o que havia ganhado com igual liberalidade, não acumulara nada". Não posso me deixar de perguntar, considerando a juventude e impetuosidade de Wentworth, com o que ele gastou, de forma tão liberal, tudo o que acumulara até então. Devo confessar que minha imaginação tem algumas opções bem pouco favoráveis a imagem do capitão e, com base nessa incapacidade de se planejar para o futuro, sinto-me obrigada a concordar com Lady Russell.

Já ouviram o ditado “longe dos olhos, longe do coração”? Se já, vocês provavelmente são capazes de entender porque um noivado longo, longuíssimo, sem formas de comunicação entre os dois amantes, dois jovens e bastante inexperientes amantes; sem perspectivas certas além de uma vaga esperança, seria mais um ponto negativo no livro da madrinha de Anne.

Dessa forma, pensando dentro das características da época, a cautela da decisão de nossa heroína talvez tenha sido sua salvação. Bem verdade que Frederick teve uma imensa sorte e quase que em sua primeira missão comissionada, já começou a fazer dinheiro... mas e se ele não tivesse conseguido? Ou se ele tivesse morrido no mar enquanto Anne esperava por ele? Ou se Anne, como Fanny Harville, tivesse morrido enquanto Frederick estava longe? O quão justo é você pedir que uma pessoa o espere por anos a fim, ainda que quase todas as apostas estejam contra você? E o quão justo é você pedir que a pessoa que você supostamente ama escolha entre você e a única outra criatura em todo mundo que parece se importar com ela?

Então, como eu disse, Frederick foi um bastardo egoísta, incapaz de realmente pensar em Anne – na verdade, o tempo todo, ele estava pensando apenas em si mesmo.

É muito fácil para Louisa dizer que seguiria até o fim e uma vez tendo feito uma decisão, ela não arredaria pé. Muito fácil dizer que fazemos isso ou aquilo enquanto o isso e aquilo são apenas hipóteses.

Eu acho que Anne perdoou Frederick muito fácil depois de tudo o que ele aprontou – mais uma vez, a paixão falou mais alto. Todas as vezes em que ele falava besteira sobre o que queria numa esposa, o que queria numa mulher – ou ainda, quando flertava (ou ao menos aceitava o flerte) com as duas irmãs Musgrove, era sempre quando Anne estava por perto.

Se isso não era uma aberta provocação, eu não sei mais o que poderia ser.

O interessante é que Frederick não se decide sobre o que quer. Ele ama Anne, e ama nela suas maneiras, sua gentileza, pela modesta virtude. No entanto, deseja que ela se revolte contra as mesmas tradições que fazem dela ser quem ela é – mas deseja que ela se revolte apenas quando lhe é conveniente (lembrando que ele não quer uma esposa que o siga para o mar). Em resumo, após oito anos, Frederick continua um homem zangado, emocionalmente confuso e que se recusa a ver a razão.

Nenhum dos dois protagonistas é perfeito e, a considerar todas essas “qualidades” de ambos, eu diria que, se tivessem ficado juntos no início de seu conhecimento, provavelmente não teriam sido tão felizes quanto o foram quando se reencontraram oito anos depois. Isso porque, ao longo da história, Frederick começa finalmente a enxergar os erros de seus próprios atos – e isso o faz particularmente irresistível, ao menos, para mim: por mais rígido em seus princípios e orgulhoso que seja nosso caro capitão, ele sabe reconhecer quando errou; ele sabe pedir perdão e, mesmo depois de oito anos de solidão e amargura pela suposta “traição” de Anne, ele ainda é capaz de ter esperança e coragem para se arriscar de novo.

E, se até então eu tivesse conseguido me manter inexpugnável, depois da carta que ele escreve para Anne, o que mais me restava além de cair de amores por esse personagem?
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"Já não consigo mais ouvir em silêncio. Tenho de lhe falar pelos meios ao meu alcance. Tu transpassa-me a alma. Sou parte agonia e parte esperança. Não me diga que é demasiado tarde, que sentimentos tão preciosos morreram para sempre. Eu volto a me oferecer a ti, com um coração que é ainda mais teu do que quando o despedaçaste oito anos e meio atrás. Não diga que o homem esquece mais depressa que a mulher, que o amor dele morre mais cedo. Eu não amei ninguém, se não a ti. Posso ter sido injusto, posso ter sido fraco e rancoroso, mas nunca inconstante. Vim a Bath unicamente por tua causa. Os meus pensamentos e planos são todos para ti. Não reparaste nisso? Não percebeste dos meus desejos? Se eu tivesse conseguido ler os teus sentimentos, como creio que deve ter decifrado os meus, não teria esperado estes dez dias. Mal consigo escrever. Estou a cada instante ouvindo coisas que me emocionam. Tu abaixas a voz, mas posso distinguir tons nessa voz que aos outros passariam despercebidos. Criatura demasiada boa, demasiada pura! Faz-nos, de fato, justiça, ao acreditar que os homens são capazes de um verdadeiro afeto e uma verdadeira constância. Creia que tal afeto é mais do que fervoroso e mais do que constante em

F. W.

Tenho de ir, incerto de meu futuro; mas voltarei, ou seguirei o teu grupo, logo que possível. Uma palavra, um olhar será o suficiente para decidir se entrarei na casa de teu pai esta noite, ou nunca."
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Ambos os personagens se redimem de suas faltas, oito anos antes da abertura do livro, ao serem capazes de se perdoarem e perdoarem também aqueles envolvidos em sua separação – ainda que eu duvide muito que Wentworth tivesse muita paciência para com o sogro e as cunhadas –, encontrando-se assim no “meio do caminho”: Anne, a doce, gentil, obediente Anne, desafiando convenções e buscando deliberadamente seu capitão em qualquer oportunidade que o destino lhe ofereça; e Frederick, o firme, orgulhoso, o convicto capitão, lutando e aceitando uma segunda chance, estendendo a mão.

Ambos assumem riscos, mas, dessa vez, ambos têm exata noção do que estarão perdendo se deixarem a oportunidade escapar mais uma vez. E apesar de todo o tempo, da decepção e da amargura, os sentimentos que nutriam um pelo outro jamais esmoreceram – mesmo quando parecia tarde demais, eles permaneceram fiéis àquilo que sentiam. E é isso que faz o romance deles ecoar de uma forma tão profunda.

Para arrematar essa análise/ensaio, vamos dar uma olhada nos outros personagens e temas da obra.

Persuasão escancara na crítica - inclusive social -, que, em outros livros, era mais sutil - o preconceito de Orgulho e Preconceito não interfere tanto na relação de Darcy e Elizabeth quanto na de Anne e Frederick.

Aqui nós temos dois personagens em espectros sociais completamente diferentes (e não um cavalheiro rico e a filha de um cavalheiro; ainda que pobre): Anne é filha de um baronete, membro da aristocracia; Frederick... bem, considerando que Frederick e o irmão trabalham (um como oficial naval e outro como clérigo), não acho que eles tenham herdado nada da família: cresceram por seus méritos; fazem parte de uma classe média que começava a despontar na época. Lembrem-se, afinal, que o trabalho não era exatamente uma ocupação de gentis-homens do período.

Eles são separados, bem verdade, não por suas próprias opiniões e preconceitos, mas por uma sociedade arcaica, tradicionalista - representada, especialmente, nas figuras de Sir Walter e Lady Russell. Aliás, interessante é notar que os membros da aristocracia que aparecem nas histórias de Austen - entre os quais podemos citar Lady Catherine, Sir Walter e Mr. Elliot - costumam surgir como caricaturas, seres mesquinhos, cheios de si, preocupados apenas consigo mesmos.

Tenho uma particular teoria que desenvolvi enquanto comentava este livro com algumas pessoas. Não sei se vocês sabem, mas Austen foi meio que "convencida" a dedicar o romance anterior dela, Emma ao príncipe regente, que ficou conhecido exatamente por gostar de lançar moda e se preocupar demasiado com a aparência - diz a História que ele foi nosso primeiro "dândi", ou o "primeiro cavalheiro da Europa" (nas palavras do próprio).

Considerando que Austen escreveu Persuasão logo após terminar Emma, pergunto-me se sir Walter não seria uma cutucada no Príncipe George (futuro George IV).

Teorias da conspiração...

Pois bem, continuemos. Já tratei aqui do fato de que temos de enxergar a história sob o prisma da época em que ela foi escrita. Estes preconceitos são fruto de uma geração, de uma compreensão de mundo - compreensão esta que estava passando por uma mudança que podemos acompanhar no livro.

A Revolução Francesa abrira as feridas da divisão de classes - primeiro, segundo e terceiro estado (nobreza, clero e a plebe 'rude e ignara'...) -, situação esta que, somada ao início da Revolução Industrial e nascimento da burguesia, força outros estados europeus a fazerem mudanças em seus sistemas. São essas mudanças, no espírito da meritocracia - que permitem tanto Frederick quanto seu cunhado e outros oficiais, subirem suas posições - são eles o que chamamos hoje de novos ricos.

Isto se reflete na obra porque, até então, a maior parte das heroínas de Austen tinham encontrado seus finais felizes em homens de sua mesma classe social - ou superiores -, senhores de propriedades e bens, representando assim um elemento de segurança; ao contrário de Anne, que, constante em seu afeto, quase se arruína (pelos padrões de seu tempo, lembrem-se): se ela não tivesse reecontrado o capitão, acredito que, no final das contas, terminaria seus dias solteira (eu não acho que ela teria se casado com Mr. Elliot, mesmo na circunstância de não ter reencontrado Wentworth) e, muito provavelmente, sem recursos, tendo de trabalhar, talvez até como governanta.

Oh, o horror...

Há aqui também a questão da família. Acho que já observei em alguma passagem anterior o quanto Anne é solitária. Sua família, como um todo, é um poço de egoísmos, egos e contradições. Ela é por todos preterida, considerada praticamente insignificante. Aliás, sou a única que sente vontade de quebrar o nariz da Elizabeth toda vez que ela entra em cena? A Mary ainda é mais ou menos engraçada com sua tendência à hipocondria - embora seja tão egocêntrica e preconceituosa quanto o resto da família - mas a mais velha das meninas Elliot é simplesmente insuportável.

Na verdade, todas as pessoas que admiram o valor de Anne são de fora da família: os Musgrove são mil vezes mais atenciosos que qualquer das irmãs; bem como a própria Lady Russell e os Croft. Isso porque, família, para os outros Elliot, é aquela que pode lhes trazer vantagens.. como a viscondessa, Lady Dalrymple; e o grande vilão, o escorregadio Mr. Elliot - outra imagem não muito lisonjeira dessa "grande sociedade" capturada pela obra de Jane Austen.

De um certo ponto de vista, Anne 'desce' a escala social ao se casar com Frederick; mas ganha infinitamente ao entrar para a família e círculo social do capitão. Não apenas porque Wentworth ascendeu no mundo, como um valoroso capitão da marinha veterano das campanhas contra Napoleão (e que, por isso, deve ter amealhado alguma fortuna com os prêmios de captura dos navios franceses), mas porque ela estará, daí por diante, entre pessoas que a admiram e respeitam sua opinião. Ao passo que seu pai está empobrecido, e sua irmã mais velha, considerada a mais bela, tem tudo para se tornar uma solteirona amarga dando-se ares por aí. Que deliciosa ironia.

Ao final dessa análise, não posso deixar de afirmar que Persuasão é a obra-prima de Austen, mesmo sem as revisões e polimentos que iam por trás da obra da autora. É um romance maduro, melancólico, mas ainda assim de uma intensidade apaixonante. Um romance que merece muitas releituras.

site: https://owlsroof.blogspot.com/2010/06/persuasao-uma-analise-parte-i.html
Paloma 03/09/2010minha estante
Interessante essa sua análise. Na verdade, não tinha dado tanto mérito à Anne por ter sido persuadida a não ficar com ele. De qualquer forma, não sei se você chegou a ver o filme, mas é curioso notar que apesar de fiel, ele peca por algumas incongruências para a época. :)


SamiaCris 11/11/2010minha estante
Muito boa sua análise, Coruja. Profunda e bem humorada.
Também adoro piratas. rs.


Ju Morganti 26/07/2012minha estante
Adorei a sua resenha! Senti o mesmo todas as vezes que a Elizabeth e a Mary entravam em cena. Muitas vezes senti uma raivinha absurda da Mary por todo o jeito mimado e egoísta, mas ela ainda tinha um jeito bom, ao contrário da Elizabeth na qual eu não achei nenhuma qualidade.


Lary 18/09/2013minha estante
Adorei a sua análise ;)
Achei muito pertinente sua forma de entender Anne, que sempre é dura e, a meu ver, injustamente criticada por ter "cedido" à vontade da parenta não vivendo o seu grande amor no momento em que lhe foi apresentado.
Na posição dela, não seriam muitas as mulheres sensatas que teriam agido diferente e Anne, sem deixar de ser uma pessoa responsável, ao longo do livro também aprende a pensar por si mesma como fica claro na questão do Sr. Elliot.
Além disso, também acredito que o casamento naquela época poderia e certamente teria comprometido a felicidade dos dois, e possivelmente a prosperidade do capitão, a meu ver. É muito mais fácil a um jovem solteiro se comprometer totalmente ao trabalho do que um jovem noivo ou até casado que tivesse filhos e esposa com que se preocupar. Sem contar que, orgulhoso como é, acho que reagiria mal ao fato de não poder manter a esposa nas mesmas condições de vida que ela tinha em casa podendo se tornar amargo e irritável, sendo a natureza humana o que é.
Gostei principalmente de sua opinião sobre o capitão que também me é muito atraente, confesso, mas cuja forma orgulhosa de lidar com o reencontro deles muito me irritou em vários momentos do livro. Noto que isso é algo que poucos se lembram de destacar após o final da obra e a redenção do capitão e do amor dos dois.


Diandra 13/09/2016minha estante
Nossa, amei! Análise muito bem feita.


Lucas 29/05/2020minha estante
Uma década após sua resenha,mas mesmo assim venho dizer,Obrigado!




Gabi 09/01/2022

Você me fere a alma, sou meio agonia, meio esperança.
Meta para 2022: selecionar melhor as minhas leituras! Comecei com Jane Austen, muito difícil de errar.

Diferente de Orgulho e Preconceito, Persuasão não tem o viés engraçado. Esse livro é mais dramático, porém sem perder o tom irônico e afrontoso, que eu amo!!!

Apesar de clássico é um livro muito fácil de ler. Essa edição da Nova Fronteira faz parte do BOX 2 e eu super indico a leitura por ela: tem uma ótima tradução, diagramação e conta com introdução à história e breve biografia da autora.

Sim, iniciei muito bem minhas leituras de 2022.

Se você tem vontade de começar a ler clássicos, super aconselho iniciar com Jane Austen.
Carolina de Paula 09/01/2022minha estante
Persuasão é o melhor livro da Jane! Amo!


Sílvia 09/01/2022minha estante
Persuasão é muito tenso. Como lidar com um erro do passado e como seguir em frente apesar do erro. Superar as expectativas de ambos os lados. Adoro esse livro




notindy 29/07/2021

Persuasão
Eu tava com expectativa 0 pra esse livro mas eu adorei. É incrível como a Jane Austen consegue escrever personagens totalmente diferentes um do outros. A Anne é super legal, shippei ela com todo mundo e amei o final que o livro teve.
Bia @wndrlst._ 29/07/2021minha estante
Aaaa é lindoooo né? Eu não tava dando nada, mas me apaixonei quando li


notindy 29/07/2021minha estante
Sim eu achei que ia ser chato mas adorei d++




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