JJ 30/08/2010
Sem Plumas, coletânea de contos que Woody Allen originalmente publicou na primeira metade da década de 1970, possui um humor que funciona menos do que seu "irmão" Que Loucura!, coletânea de contos originalmente publicados na segunda metade da mesmo década.
O livro exige do leitor conhecimentos em pintura, mitologia e filosofia, o que afasta o leitor-médio da total compreensão e torna o humor mais difícil de ser digerido. No meu caso atribuo o fato de ser o terceiro livro consecutivo do autor como agravante.
Vejo Que Loucura! como uma evolução de Sem Plumas. Woody Allen foi se tornando um escritor melhor, aparando as arestas para usar a fantasia e o absurdo de maneira mais contida, tornando a leitura de seus textos mais atraente. Como dito antes, o excesso de referências que exigiam profundo diálogo com artes e ciências menos populares fez da leitura de Sem Plumas algo um pouco cansativo.
Destaque para A Morte e Deus - em formato de peças. Esses sim textos brilhantes, ainda mais inesquecíveis do que os melhores textinhos de Que Loucura!. Os Pergaminhos consegue ser ainda mais brilhante. Apesar das duas estrelas, é importante que se diga que o humor de Allen continua irretocável.